Os Bebés de Auschwitz (20/15)
(Imagem retirada da Internet)
Lembram-se deste livro? Este é muito mais forte, pesado, triste, comovente e duro de se ler, por um simples factor: é 100% real. É raro comprar livros que tenham saído no próprio ano, mas este manteve-se na minha cabeça depois de uma reportagem que deu na televisão, na Feira do livro lá veio ter comigo. Comecei a lê-lo e rapidamente o devorei, é um livro tão emocionante que nunca dá vontade de parar e o saber que é verídico dá ainda mais vontade de ler, principalmente sendo eu uma amante da história da II Guerra Mundial.
O livro fala de três bebés, de três mães indescritíveis: fortes, resilientes, esperançosas e outros tantos atributos que lhes poderiam ser indicados. Priska, Rachel e Anka, são três jovens mulheres que encontraram o amor algures entre o início e meio da Guerra. Apesar de todas as limitações enquanto judias, conseguiram escapar a maior parte dos anos da guerra dos campos de concentração, mantendo-se apenas em guetos ou sobrevivendo da ajuda de amigos conhecidos em épocas abastadas. Infelizmente, em 1944 não conseguiram escapar aos Nazis e foram levadas para os campos de concentração de Auschwitz. O segredo que levavam consigo? Estavam as três grávidas. Durante os meses de maus-tratos, de trabalhos forçados, de subnutrição, de doenças e infestações de parasitas, estas mulheres conseguiram esconder do 'Anjo da Morte' (dr. Mengele) e dos Nazis as suas condições de grávidas. Apesar de estarem no mesmo campo, as suas vidas nunca se cruzaram e cada uma achava-se única na sua condição. Só o fim da guerra e muitos anos mais tarde é que descobriram que não só elas próprias tinham sido mulheres guerreiras, como havia mais mulheres que tinham conseguido, não só sobreviver, mas dar a vida aos seus bebés que nasceram nos últimos dias da guerra e que nasceram e viveram como judeus livres.
É um livro emocionante, no qual não consegui conter as lágrimas (e eu que sou tão cubo de gelo), que me deu esperança e que me fez valorizar aquilo que tenho à minha volta. Liberdade, saúde, família e comida. Fez-me questionar ainda mais essa guerra incompreensível e aumentar as minhas pesquisas, assim como envolver-me ainda mais na vida das pessoas que passaram por tais atrocidades. Um livro fantástico que, apesar da sua triste, dará sempre esperança e força a quem o lê.
"Eles estavam, disse ela, «demasiado fracos e demasiado vazios para sentirem a felicidade»." aquando a libertação do campo de concentração de Mauthausen.