O que aprendi em 2019?
(Imagem retirada daqui)
Todos os anos têm sido compostos por aprendizagens, uns mais que outros. A verdade é que os anos mais difíceis são aqueles que nos transformam e nos ensinam mais. Tornam-nos mais resilientes. Como se diz por aí, o que não nos mata torna-nos mais fortes. Sinto que este ano foi um bocadinho isso, tornei-me mais resiliente e percebi que o 'limite' de sanidade mental parece não ter limite, por muito que me sinta no fundo. Este ano caí, lá para o meio do ano, senti que o peso que suportava nos ombros era demasiado pesado e que precisava de me aliviar dele. Foi quando as coisas começaram a ficar mais claras e mais fáceis de suportar. 2019 foi um ano difícil, mas foi um ano em que tive de aplicar algumas estratégias para conseguir manter-me eu própria, para conseguir sobreviver às fases difíceis que surgiram .
Em 2019 aprendi que a tranquilidade tem de partir de nós próprios, que só nós conseguimos encontrar a nossa própria calma. Que temos de nos focar em nós próprios para conseguirmos manter a nossa tranquilidade e não permitir que estejamos dependentes de factores externos para conseguirmos a nossa serenidade. Necessitei de definir novas estratégias para trazer alguma tranquilidade na minha vida, quando tudo à minha volta estava o caos. Não foi fácil, aliás, extremamente difícil quando tudo à minha volta me caia nos ombros, mas necessitei de definir limites e só assim consegui escapar à loucura. Compreendi que deixar alguns dos problemas fora da minha porta de casa foi importante, senti que era mais importante proteger-me do que lidar imediatamente com algumas situações e isso foi-me essencial. E a tranquilidade? Só nós a conseguimos encontrar, mais ninguém.
Aprendi, aliás, reaprendi e relembrei que não sou feita de ferro. Tenho o terrível hábito de aguentar tudo por todos, por mim e não me deixar ir a baixo em momento algum. Mas este ano tive mesmo de quebrar em algum momento, tive de chorar, extravasar para voltar a levantar-me com força. Tive que admitir que não estava bem, que estava no meu limite e que estava a entrar numa fase negra. Tive de admitir que o cansaço já estava a ser extremo e que a saúde se estava a ressentir. Tive de admitir que não sou tão forte como quero fazer crer e que também choro, mesmo que não o vejam. Este ano relembrei-me que sou humana e que não consigo aguentar tudo sobre os meus ombros.
Isto fez-me lembrar que preciso de cuidar de mim e que amor próprio não é egoísmo, que é necessário treinar a mente para as coisas boas. Eu sei que ao longo dos últimos anos tenho-me dedicado a estas estratégias para sobreviver às adversidades da vida, mas verifiquei que tive de recorrer a todas as estratégias e mais algumas para conseguir lidar com o meu dia-a-dia. Não foi fácil, mas os momentos de reflexão por estes lados ajudaram-me a assentar os pés na terra e a compreender o que é verdadeiramente essencial para mim e a redefinir as minhas prioridades.
Contudo, uma das maiores aprendizagens deste ano foi realmente a aceitar o que não posso mudar. Compreender que não posso mudar as coisas que não são minhas e que não posso tentar melhorar a vida de tudo e todos, principalmente quando as pessoas não querem a nossa ajuda. Demorei a aprender esta lição, foi me muito custoso até lá chegar, mas pelo menos aprendi. Aprendi que temos de aceitar as opções das outras pessoas e deixar viverem a sua vida, mesmo quando na teoria dizem que necessitam da nossa ajuda, contudo na prática tudo o que dizemos é um redondo não. Aprendi a desligar a parte de mim que tentava resolver tudo e deixar simplesmente rolar. Foi a partir desse momento que comecei a sentir-me mais tranquila e que o peso nas minhas costas ficou mais leve.
Este foi um ano de muitas aprendizagens, sinto que apesar de ter sido um ano menos positivo, aprendi muito e termino 2019 com a sensação de estar mais forte. Se calhar mais dura aos olhos dos outros, menos sensível e até menos carinhosa para alguns, mas necessitei de me proteger e sinto que o fiz da melhor maneira possível. Sei também que termino o ano com um bocadinho menos de paciência para algumas coisas e pessoas, mas estou na esperança de que o tempo e que 2020 me ajude a realmente deixar para trás o ano que está a terminar. Até porque as conquistas e o crescimento não pára com o virar de mais um ano.