O Labirinto dos Espíritos (1/20)
O Labirinto dos Espíritos volta a dar vida a personagens que se tornaram tão queridas para mim como se as conhecesse. O Labirinto dos Espíritos volta a mostrar a vida de Daniel Sempere, Fermín e Issac, d'O Cemitério dos Livros Esquecidos. Apesar de ser o último livro, de uma saga de quatro óptimos livros, este encerra os capítulos anteriores de uma forma que me voltou a levar para as ruas de Barcelona e experienciar os mistérios que lá estão escondidos. Viajar pel'O Labirinto dos Espíritos recordou-me porque gosto tanto de Carlos Ruiz Zafón e porque me apaixonei pelo primeiro livro da saga, A Sombra do Vento.
O Labirinto dos Espíritos pareceu-me ser um dos livros mais bem conseguidos do autor (e olhem que já li sete livros dele). Voltei a ficar agarra ao mistério, ao suspense e fiquei de tal forma rendida à história que cheguei ao ponto de sonhar com ela durante a noite (apesar de não ter sido bonito). É neste livro que muitas das dúvidas da saga são esclarecidas. É neste livro que vemos a família de Daniel crescer e o próprio Daniel, que cresce quando aprende finalmente a viver com o passado. Valls, um dos vilões da história volta à cena e surpreende, surpreende de uma forma macabra e verdadeiramente assustadora. Alicia é a nova personagem que seduz com o seu lado negro e misterioso. Uma mulher poderosa, a primeira mulher A que Záfon dá uma espécie de papel principal. E isso sim, surpreendeu-me neste livro. Quem lê Zafón sabe que as personagens são sempre homens, é claro que por detrás de um grande homem há sempre uma grande mulher, mas pela primeira vez Zafón dá-lhes a devida importância. Alicia cumpre a importância de Isabella ao longo da história (mãe de Daniel) , de Cristina e até de Núria, personagens que foram desaparecendo ao longo dos livros anteriores. Pela primeira vez, o enredo envolve mais uma mulher do que alguma vez o fez e isso tornou o livro fantástico.
No entanto, sim, há um 'mas', acho que o último capítulo do livro está a mais. O livro termina com o filho de Daniel, Júlian, a lançar o livro que finalmente conta a história da sua família. Contudo, acho que tirando esse capítulo o livro teria o final perfeito, mesmo que na última página Júlian levasse a filha a conhecer O Cemitério dos Livros Esquecidos. Entre o fim do livro e o capítulo que considerei o finalizar da história achei aborrecido e absolutamente desnecessário. Gosto de livros que terminem a história, mas que me dêem azo para pensar no depois, no que terá acontecido depois daquele capítulo encerrado, o que não aconteceu com este livro. Mas não foi por isso que deixei de adorar este livro, muito pelo contrário.
A saga de 'O Cemitério dos Livros Esquecidos' deixou ficar para sempre na minha memória Daniel e Fermín e só isso faz com que esta seja uma saga incrível.