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justsmile

08
Mai18

Minimalismo, onde estás tu?

(Imagem retirada daqui)

 

       As mudanças já começaram, não só em mim, na nossa nova casa, mas também na quantidade de coisas que possuo. Comecei o processo de destralhar há quase um ano e tem-me sido de uma utilidade extrema neste momento da minha vida. A leveza de nos vermos livres de coisas que realmente não precisamos tem-me feito sentir bem, tem-me sido prático e adoro ver o espaço vazio que se cria nas prateleiras, nas estantes e nas gavetas. Não é um espaço vazio que precisa de ser preenchido, não é um espaço que me faz sentir incomodada, muito pelo contrário, é um espaço que permite maior arrumação do que realmente é essencial e não mais que isso. Depois de ter preenchido o quarto novo com a minha roupa, este fim-de-semana arrumamos as minhas coisas pessoais num dos armários da sala e apercebi-me do quanto deixei de parte as coisas materiais. No fim de arrumar um armário inteiro compreendi, pela primeira vez, que a maioria das coisas que decidi que eram 'obrigatórias' estarem de fácil acesso tinham principalmente a haver com o trabalho, com documentações e pouco mais que isso.

      Enquanto Ele me passava duas caixas de coisas apercebi-me que sei realmente onde tenho tudo, que isto de ser organizada tornou-se bastante vantajoso em mudanças, mas também para a arrumação correcta das coisas. Apercebi-me que aquele armário não ficou com nada pessoal, apenas documentação do terreno, garantias dos electrodomésticos, carregadores, câmaras fotográficas, o meu currículo e respectivos certificados e todos os materiais que são necessários para fazer jogos para a terapia (lápis de cor, cartolinas, colas e afins), tudo eram coisas práticas que nos viriam a ser úteis no dia-a-dia e que facilmente seriam encontradas porque estavam devidamente arrumadas (caixa das garantias, caixa dos recibos de 2018 para IRS, caixa dos materiais de escritório, caixa dos carregadores e por aí adiante). Pessoal, ficou noutro armário, mas vi-me resumida a caixas de fotografias e a uma caixa de memórias que faço questão de continuar a fazer parte da minha vida. Não são coisas grandes, não são coisas que ocupam muito espaço, mas que gosto de ter por perto. Sei que uma das sugestões do minimalismo é deixar todas as fotografias em formato digital para não ocuparem espaço, mas ainda sou uma pessoa que adora ver as fotografias em modo físico e que as revejo mais vezes se assim o for, e se isso me faz feliz porque haveria de me separar delas? Assim como a minha pequena caixa de memórias que contém a minha história, continuará a ser uma pequena parte de mim que acabe num cantinho e que me chega para deixar feliz. E foi durante este processo de mudanças e arrumações que compreendi que o minimalismo estava a ficar interiorizado dentro de mim.

       Ao longo do último ano comecei a separar-me de coisas que não me serviam para nada, de coisas que me traziam recordações menos boas e até coisas que nem sabia que existiam. Deixei envolver-me pelo minimalismo e comecei a deixar ir aquelas coisas que pareciam apenas ocupar espaço, fosse o físico como o mental. Deixei-me levar por esta sensação de leveza que surgiu no fim da fase de 'destralhamento', e depois veio o passo seguinte, limpar a agenda, tentar sempre encontrar um espacinho nas 24 horas que o dia tem apenas para mim. Esta tem sido uma tarefa inconstante, nem sempre consigo o meu momento ao longo do dia, mas tenho trabalhado mais por isso. E por fim, veio a fase de destralhar a mente, envolvê-la com pensamentos mais positivos, simplificar as coisas e a minha vida. Mais do que as coisas, o minimalismo tem-me ensinado imenso sobre mim mesma, sobre o que quero para mim e para a minha vida e ajudou-me não só a arrumar a casa como a arrumar-me interiormente. Este fim-de-semana, durante as arrumações e as mudanças compreendi isso mesmo, o minimalismo não só me ajudou a uma mudança rápida e prática, como me ajudou a compreender que estou a chegar a onde desejava. É claro que ainda há muito para mudar, há coisas que quero continuar a cimentar, ensinamentos sobre a vida que ainda preciso de colocar em prática, mas sinto que até aqui a caminhada tem valido a pena e que tive muito a aprender.

        O conceito de minimalismo mudou-me, mudou a minha vida, e talvez sempre tenha estado comigo sem me aperceber.

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