Mais que Reciclar, É Preciso Reduzir!
(Imagem retirada daqui)
Durante muito tempo achei que fazia a minha parte no que dizia respeito ao meio ambiente. Sempre fiz a reciclagem, sempre fiz a compostagem e até sempre tentei reutilizar o máximo possível de coisas até as ter de enviar para o lixo. Sempre considerei que a reciclagem, aquilo que durante os anos escolares nos tentaram incutir, era o caminho para um mundo mais saudável, com menos lixo e com menos desperdício. No entanto, nas últimas notícias parece que me enganei redondamente. O alarme em volta do plástico tem sido tão grande que decidi pesquisar, afinal se eu enviava todo o plástico para a reciclagem como era possível haver tanto plástico espalhado pelos oceanos e pelas praias? Ingenuamente, sempre considerei que a reciclagem seria a solução para todos os problemas, até ter aprendido que afinal grande parte dos plásticos não são recicláveis.
A última premissa abanou totalmente o ser ecológico que tenho dentro de mim. Admito que fiquei verdadeiramente chocada e assustada. Mas então que raio acontece ao plástico que não é reciclável? Mas afinal que ando eu a usar que não é reciclável? Mais do que alguma vez poderia imaginar. Tudo aquilo que sempre me ensinaram sobre ecologia, hoje parece-me insuficiente, parece-me calunioso e extremamente incompleto. Desde pequena que me diziam que reciclar era ajudar o ambiente, que reciclar era o mais importante, mas nunca me disseram que grande parte do lixo que envio para a reciclagem não é realmente reciclável e que quando não o é ou vai parar a aterros ou ao oceano. Fiquei parva com as inúmeras coisas que uso no dia-a-dia e que envio para a reciclagem e que de nada serve. Cada vez mais tenho a consciência que é necessário reciclar, mas mais do que isso é necessário reduzir.
Não sei se serei a única ignorante sobre estas coisas, mas desde que me dediquei um bocadinho ao Zero Desperdício que tenho vindo a pesquisar mais e mais sobre o assunto. Não me quero tornar numa extremista, mas quero realmente ajudar o ambiente e diminuir a minha pegada ecológica, sinto-me responsável pelo lixo que faço e cada vez mais tenho noção disso. Quero ajudar o ambiente, mantendo uma vida confortável, mas consciente e com informação, o que acho que acaba por faltar a muita gente. Se só agora que me dediquei a pesquisas sobre o assunto aprendi inúmeras coisas, imagino as pessoas que passaram por ignorantes (como eu) mesmo querendo ajudar o ambiente. Este último fim-de-semana foi também um grande abrir de olhos para mim, começamos a arrumar o enxoval e a lavar as louças que adquirimos ao longo dos últimos anos (altura em que ainda não me tinha consciencializado para este tipo de acções e situações) e fiquei assustada com a quantidade de papel e plástico que tenho para reciclar que envolvia todos os materiais. Tenho no meio da minha cozinha uma caixa enorme que transportou as nossas cadeiras cheia de papel e outro saco gigante com os plásticos de todas as embalagens. É realmente assustadora a quantidade de lixo que produzimos de forma inconsciente.
Nesta minha saga de pesquisas sobre como diminuir o plástico e ter consciência sobre o plástico que não é reciclável aprendi que ainda tenho um longo caminho a percorrer. Já recuso os sacos, já reutilizo há anos as garrafas de água, utilizo fósforos e raramente utilizo palhinhas. Contudo, nestas mudanças de casa e nestas novas aprendizagem aprendi que preciso de encontrar alternativas aos discos de algodão, às cotonetes de plástico, às palhinhas e às esponjas da louça. Claro que não vou mudar da noite para o dia, é óbvio que não posso gastar enormes quantias de dinheiro de uma só vez e é claro que não vou desperdiçar o que ainda tenho em stock, mas a verdade é que nunca mais quero comprar estes produtos de forma descartável. São produtos que não são recicláveis e que facilmente vão parar a aterros ou aos oceanos e se posso evitar contribuir para essa quantidade de lixo absurdo, prefiro fazê-lo. É verdade que só até à pouco tempo descobri o perigo destes materiais, mas quero mudar assim que possível, sinto essa necessidade. A minha saga pelo Zero Desperdício e pela diminuição do plástico está apenas no início, sinto que esta irá ser uma longa caminhada. Mais do que reciclar, precisamos de reduzir.