Janeiro sem Facebook
(Imagem retirada da Internet)
Dia 1 de Janeiro, primeiro dia de 2015 e primeiro dia para a concretização do meu primeiro objectivo: 30 dias sem Facebook. Para muitos poderá parecer ridículo, para outros uma atitude insignificante e ainda para alguns uma atitude corajosa. A verdade é que para mim apenas se trata de uma 'desintoxicação' desta tão famosa rede social.
Porquê? Questionam-se vocês. Não, não passo 24 horas no facebook. Não, não posto todo o tipo de coisas que vejo, vivo ou experiencio. E não, não coscuvilho toda a gente, apesar de claro ver muita coisa sobre a vida dos outros. Até porque o poste que escrevi em julho de 2013 para mim mantém-se actualizadíssimo, mas pura e simplesmente porque me sinto cansada.
Comecei a aperceber-me gradualmente que assim que ligava o computador à noite, depois de um dia de trabalho e sem acesso à internet, a primeira coisa que fazia era ir ao facebook. Apercebi-me que quando estava aborrecida ia ver as notícias mais recentes no facebook. Cada vez que observava o mural das actualizações só via gente sempre feliz, com saídas, viagens, prendas novas, restaurantes caros e fotografias aqui e ali com o namorado. Mas foi agora no fim do ano de 2014 que acordei, pois toda a gente tinha um vídeo cheio de fotografias de um ano feliz e eu nem vídeo conseguia ter de tão pouca coisa que coloquei (2 fotografias...). Este último aspecto despertou-me para a realidade. Nunca me senti na necessidade de mostrar ao mundo que sou feliz, nunca precisei de mostrar a toda a gente que amo o meu namorado, mãe, sobrinhos e afins. Nunca fui pessoa de dizer que hoje vou ao cinema, que amanhã leio o livro X e que depois vou ao restaurante tal. Mas no fundo o facebook tornou-se nisso para a maioria das pessoas com quem tenho contacto pelos meios virtuais e quando estou pessoalmente com eles, as suas vidas não parecem ser tão cor-de-rosa quanto isso.
Senti que despertei para o tipo de hipocrisia que existe nesta rede social ao ouvir comentários como 'Ai já foste a este restaurante? Eu não vi nada no face. Viste aquele concerto? Oh... não colocaste nada no facebook porquê, eu coloquei.'. Começou a parecer-me que as pessoas não sabem que sou feliz só porque não partilho tudo na rede social, ao contrário do que elas fazem. Parece-me tudo demasiado artificial, uma necessidade enorme de se mostrar que se tem, que se faz e que se vive. Uma necessidade de mostrar ao mundo que se conseguiu aquilo, que se fez aquilo e que agora se ama estar com esta pessoa. Uma necessidade que eu não preciso, a minha felicidade é minha e não é por não colocar em cartaz 24 horas por dia que não deixo de ser feliz. Não me interpretem mal, eu própria coloquei uma fotografia com o namorado quando fomos a Madrid, eu própria informei a felicidade da chegada de mais um sobrinho e até quando terminei o curso coloquei o fim da minha caminhada. São realmente marcos importantes e que gosto de partilhar, não me importo, mas não preciso de dizer que fiz biscoitos, que comi francesinha, que li Saramago e que pintei o cabelo de vermelho. Acho que de tanta coisa boa que o facebook tem (e tem mesmo muita), comecei a irritar-me de forma fácil com a felicidade virtual transmitida por 90% dos seus usuários.
Assim, nasceu a minha resolução de 30 dias sem esta rede social. Tentar-me afastar desta hipocrisia recente, em que todo o mundo é feliz e melhor que eu. Tentar eliminar o vicio de ligar o computador e aceder imediatamente à plataforma. E, voltar a usar os meios tradicionais (como quem diz...) de comunicação, o email e o telemóvel.
Informei toda a gente, tanto na página do blog como no perfil privado e durante 30 vou estar inactiva por aquelas bandas. O namorado diz que não sou capaz, os amigos acham exactamente a mesma coisa, ou que é por causa do chat, ou pelas ofertas de emprego, ou pela coscuvilhice. Mas eu estou confiante, porque sempre que algo depende de mim própria consigo atingi-lo, mesmo que seja eliminar um vício.
Dia 1 sem facebook: CHECK!
Ninguém quer aceitar o desafio?