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justsmile

17
Ago21

"E fazes muitos sacrifícios?" - Passos para construir uma casa #1

(Imagem retirada daqui)

       Ultimamente têm-me questionado bastante sobre o processo de construção da casa, como o fazer, os custos que estão associados e até uma das perguntas que mais me têm levantado é se temos feitos muitos sacríficios. Esta última questão ficou algum tempo a ecoar na minha mente, pois sempre achei que fosse de resposta óbvia, mas a verdade é que o que para uns poderá ser sacríficios para outros não o será, não havendo uma resposta pronta e rápida a poder ser dada. Construir uma casa é um processo demorado, acredito que haja quem o consiga fazer andar mais rápido, com contratos chave-na-mão e contratando tudo a empresas, mas para quem tem um orçamento limitado e prefere tratar das coisas do que despender dinheiro, é um processo bastante demorado. Além de ser demorado é um processo caro, desde o início até ao fim, é claro que no fim poderá ou não ser equiparado à compra de uma casa pronta a habitar, mas tudo depende das decisões que se vão fazendo pelo caminho. E por onde começamos este processo? Hoje partilho com vocês a nossa caminhada até ao momento, de uma perspectiva bastante pessoal e que poderá ser diferente de muitas outras pessoas.

        Primeiro passo: Em 2017 compramos o terreno, para quem tem terreno não é um motivo de preocupação, apenas de verificação das condições do terreno: se pode construir, se é urbano, se já tem canalizações de saneamento, água e luz e também a topografia do terreno. Para quem compra é mais uma despesa, antes da compra verificar todas as condicionantes anteriores e ainda preparar escrituras, no nosso caso, ainda o empréstimo ao banco que na altura não tinhamos a totalidade. Todo o processo foi feito diretamente com o dono do terreno não havendo taxas de imobiliária, apenas às finanças e camarárias. As medidas do terreno foram essenciais para compreender se ali poderia nascer uma casa, contudo, ainda tivemos derrapagens após a compra, ao compreender que o declive do terreno era maior do que o esperado (pois, na altura da compra aquilo era simplesmente um monte de silvas) e que nos iria obrigar a gastar mais dinheiro para a sustentação das terras do que aquilo que esperavamos inicialmente.

         Segundo passo: Averiguar possíveis empréstimos bancários para construir. Este passo é essencial, pelo menos para nós foi, antes de definirmos como queríamos a casa e como seria, recorremos a vários bancos para fazer simulações de empréstimos de habitação para compreender até que valores poderiamos pedir ao banco para conseguirmos manter uma prestação saudável. Só com este estudo é que podemos começar a pensar na casa, sem ele era impossível. Não somos pessoas com ordenados muito elevados (com jeitinho, com os aumentos do salário mínimo daqui a pouco ganhamos o mesmo), só Ele se encontra num emprego estável e a verdade é que não temos a quem recorrer caso alguma coisa dê errado, sabendo desde o início que a nossa casa iria ser construida unicamente às nossas custas. Desta forma, é muito importante estipular um orçamento realista e para isso contar com a prestação da casa é essencial para saber se no futuro fica um valor comportável.

         Terceiro passo: Iniciar o desenho de arquitectura e especialidade para o projecto começamos este processo em outubro de 2018, uma fase duradoura e com vários custos, seja para pagar aos arquitectos e engenheiros, como para pagar taxas e taxinhas municipais. Estas últimas dependem de munícipio para munícipio, uns pedem o valor logo no ínicio, outros vão pedindo pequenos valores e no final, quando dão a licença de construção, pedem o valor final. Tudo depende da câmara da zona, seja nas regras de construção (distanciamento de janelas, recuo da casa, percentagem de construção do terreno, e outros tantos pormenores) como no pagamento das taxas. Nós, inicialmente, pedimos ao arquitecto para desenhar uma casa como tinhamos imaginado, mas que fosse para o orçamento X, quando nos apercebemos que era completamente irrealista manter o número de divisões que queríamos e a tipologia do terreno. Fizemos alterações, aumentamos o orçamento para Y e foi quando entregamos a parte de arquitectura à câmara, só depois de aprovada é que foram subsmetidas as especialidades de térmica, sustentabilidade, isolamento, e todas as picuices que agora são exigidas (até gás e nós que não vamos ter gás em nenhuma parte da nossa casa....).

           Acho que o quarto passo fica para um próximo capítulo, queria partilhar tudo convosco, mas apercebi-me que isto é mais um livro que um capítulo só

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