Dois anos sem vida de estudante
(Imagem de Just Smile)
Faz hoje dois anos que iniciei a minha última semana da vida académica e todos os dias acordo e deito-me ao observar estas memórias. A cartola continua amachucada das suas batidas e a bengalada marcada das vezes que raspou e bateu no chão. Hoje são objectos que me avivam a memória do percurso que me fez chegar até aqui e tornar-me numa Terapeuta da Fala. São objectos de adorno do meu quarto que conta a minha história. Admito, nesta altura vêm todas as recordações à memória. As longas noites de queima, a sensação de dever cumprido ao ouvir-se a última serenata. O cansaço dos pés pelas longas horas em cima dos sapatos do traje e até o aconchego da capa rasgada e marcada com os emblemas de quem fez parte da minha vida.
Nestes dois anos muita coisa mudou. Pessoas que fazem parte destas memórias hoje são meros colegas, a vida de estudante terminou e hoje as obrigações são outras e o cansaço já não é pelas longas noites de trabalho. Mas as memórias? Essas ficaram gravadas para sempre e fazem-me recordar como consegui alcançar um dos meus maiores objectivos, como consegui ultrapassar todas as adversidades e como consegui ganhar força para chegar à meta.
Hoje, em noite de serenata na cidade do Porto, desejo aos caloiros que aproveitem a primeira queima, pois serão as melhores memórias que vão guardar da vida académica. Aos finalistas, aproveitem a última queima, pois a partir daqui a vida vai-se transformar de uma forma que nunca imaginaram. E a pessoas como eu, que só guardam boas recordações desta altura académica, ide rever o que passaram, felicitem quem chegou e festejem com quem agora termina, pois uma vez sentido o espírito de estudante, para sempre será relembrado.