Deixar o Zero Desperdício entrar?
(Imagem retirada daqui)
O minimalismo parece ser uma moda dos dias que correm. Acho que uma parte da sociedade, incluído eu, se apercebeu que a correria do dia-a-dia nos impede de viver. Que viver para ter, para consumir, não é viver, mas sim sobreviver sobre o olhar atento de uma sociedade excessivamente consumista. Uma sociedade em que se quer sempre o último modelo de telemóvel, o último modelo de carros e a maior casa da rua. Penso que pessoas como eu, se começaram a aperceber que a vida é mais do que pagar contas, é mais do que marcas e é, principalmente, mais que viver para as coisas e não para nós. Tenho aprendido que não é ao ter o armário cheio de roupa que me vou sentir feliz. Não é ao ter um Mercedes que me vou sentir maior ou sequer ao ter um iPhone que me vou sentir mais inteligente ou importante. Tenho aprendido que é com as minhas viagens, com os meus livros e com o prazer de estar rodeada de tão pouca coisa que me sinto bem. Sinto-me bem com essa simplicidade. No próximo mês inicio o processo de empacotar o meu quarto e a minha sala para dar início às obras e estou ansiosa para poder voltar a 'destralhar', pois acredito que ainda irei encontrar muita coisa que necessita de ser doada ou simplesmente de ir para a reciclagem.
Tem sido durante este processo de me desprender dos bens materiais que, simplesmente me enchem os armários e a vida, tenho visto a quantidade de lixo que uma pessoa acumula. A quantidade de papel desnecessário que é estragado, que vai para a reciclagem, mas que ainda assim destruiu árvores. Nunca imaginei que em apenas 26 anos de vida acumulasse tanto lixo, tanto plástico, tanto papel como até hoje acumulei e que ainda assim lhes conseguisse atribuir algum tipo de sentimento ou memória. Há coisas das quais não me consigo separar, como livros e pequeninas coisas, mas há outras que simplesmente estão a encher o espaço, a ocupar o lugar do vazio. E como é possível uma só pessoa acumular tanto lixo? Tenho-me deixado envolver pelas leituras do conceito zero desperdício, mas sem saber bem porquê não tenho tido a coragem de tomar decisões quanto a esse campo da minha vida. Talvez por conformismo, talvez por receio de ter de despender dinheiro para mudar os meus hábitos, ou até mesmo por saber que algumas das mudanças irão ser complicadas de se aplicar no meu futuro próximo, visto ter alguém ao meu lado que se preocupa pouco com isso. Tenho lido, tenho visto alguns documentários sobre o assunto e até faço parte de um grupo do Facebook que partilha imensas dicas, mas... Mas ainda não avancei mais a fundo, mas ainda não me dediquei a tomar rédeas da minha vida e diminuir a minha pegada ecológica de uma forma tão profunda. Cada vez mais o reciclar me parece insuficiente para a quantidade de lixo que surge nas nossas vidas diariamente. Reciclo desde pequena, lembro-me de que juntamente com os meus irmãos, convencemos os nossos pais a tomar uma atitude de reciclagem. Não foi fácil, estavam muito reticentes, mas aceitaram e começaram a fazê-lo e até hoje o fazem voluntariamente. Mas reciclar já não é suficiente, poupo água do banho para baldes, doou a minha roupa quando já não serve, mas e o resto? Tenho visto pessoas a tomarem verdadeiras atitudes para protegerem o nosso mundo e eu ainda me sinto desencorajada. Quero conseguir, mas falta-me o impulso, falta-me até o companheirismo d'Ele para procurar o lado bom de tomar uma atitude minimalista e de zero desperdício. Quero deixar o zero desperdício entrar na minha vida, aliás, nos últimos tempos ao comprar coisas para a casa tenho tentado diminuir a compra de plásticos, tupperware de vidro, acessórios de metal e vidro, mas sinto que tenho de dar mais de mim. Mas por onde começar?
Há por aqui alguém que me dê umas dicas? Uma ajudinha?