Como viajar a Low Cost?
(Imagem de Just Smile)
Adoro viajar, uma das minhas maiores ambições é viajar muito. Tenho uma lista interminável de locais que gostava de conhecer e desde pequena que os meus pais incutiram esse gosto em mim. Visitávamos Portugal de lés-a-lés numa carrinha Ford Transit e mais tarde começamos a sair do país, Tunísia, Madeira, Madrid, Tenerife e Canárias foram locais que visitamos e alguns mais que uma vez. No entanto, a crise atacou-nos à porta e uma volta de 180º mudou a nossa vida. Só quando comecei a namorar com Ele é que voltei a passear como tanto gostava, também porque comecei a ser independente financeiramente.
E apesar de as condições financeiras não terem mudado drasticamente, eu e Ele continuamos a gostar de passear, seja cá dentro ou lá fora. E o mais giro? Sou extremamente poupada e conseguimos sempre viajar abaixo de um orçamento pré-definido. Viajar, hoje em dia não é caro, é apenas necessário ter-se paciência e pesquisar-se muito. Isto, porque não sou uma mulher muito aventureira para viajar com pouco dinheiro, como a Magda sugeriu (mas admiro imenso quem o consegue fazer), mas ainda consigo viajar muito barato.
Conselhos para quem quer realizar sonhos a baixos custos:
1. Pesquisar em várias companhias: Questões a ter em conta, a bagagem, o seguro de vida, localização do aeroporto.
Hoje em dia são inúmeras as companhias aéreas que têm preços bastante económicos para viajar para dezenas de destinos, e conforme as nossas opções a viagem vai ficando mais barata. Normalmente não levo mais que uma bagagem de mão (a não ver que a companhia permita duas bagagens de mão, a Ryanair já o permite), o que for extra implica sempre custos. Na hora de comprar os bilhetes o seguro de vida fica sempre para segundo plano, nunca o adiciono e informo sempre os familiares que se por obra do acaso acontecer algo a nada têm direito. Por fim, a localização do aeroporto é importantíssima. Normalmente, as principais cidades europeias têm mais que um aeroporto e é necessário verificar a sua acessibilidade ao vosso destino, pois pode não compensar pagar menos 10€ por um bilhete de avião para um aeroporto mais longe, se depois a viagem de táxi/metro/comboio for mais de 10€. Ainda a lembrar, comprar o bilhete antecipadamente é sempre uma óptima opção, pois os preços são mais apelativos e não façam como eu que nos últimos que comprei decidi esperar pelo dia seguinte para comprar e a viagem já ficou mais 30€ aos dois.
2. Pesquisar a estadia em sites com várias opções: Ter em atenção, localização, tipo de estadia, promoções e custos extras.
Existem vários tipos de alojamento, hotel, hostel e apartamentos. Já experimentamos de todos e não temos nenhuma razão de queixa das nossas estadias, normalmente pesquisamos em sites como Booking e Trivago, mas aprendemos que o ideal é ir sempre ao site original da estadia que estamos a pensar em adquirir, pois existe sempre a possibilidade de eles terem melhores opções e promoções do que as que os outros sites oferecem (já nos aconteceu mais que uma vez). A localização da estadia é importantíssima, nós optamos sempre perto de um metro e o mais central possível, contudo por vezes o preço não compensa e estamos mais atentos às estações de metro próximas. Ao marcar a estadia em sites genéricos vejo sempre os comentários, eles dão-nos uma imagem se o hotel vale ou não a pena. Os custos extras são referentes a cauções, no caso de apartamentos, utilizações de toalhas em hostels, e a taxa de pernoitar dentro de uma cidade principal.
3. Definir os locais a visitar.
Dependendo do número de dias é importante definir aquilo que queremos visitar e fazer uma espécie de cronograma, imaginando o tempo que se demora em cada uma das visitas e deixar sempre uma margem de manobras de forma a conseguir visitar as coisas com calma e aproveitar o melhor possível de cada experiência. Hoje em dia, com a disponibilidade da internet, é já possível comprar bilhetes online para várias atracções turísticas, o ideal é comprar pela internet para não se perder tempo em bilheteiras. A desvantagem de comprar online? Apenas os horários que alguns locais obrigam a cumprir, daí a importância do cronograma da viagem. Atenção que ainda há packs que permitem visitar mais que um local por um preço amigável, é necessário verificar se esses locais nos interessam e se o preço compensa. O Google maps é uma excelente ideia para definir os locais e as suas distâncias.
4. Definir um orçamento.
Mais que os bilhetes e o hotel, normalmente é nas visitas, deslocações, alimentação e lembranças que os orçamentos descambam. Após termos os preços da viagem e do hotel eu e Ele definimos sempre um orçamento possível, que inclui alimentação e tudo o resto. Para poupar tempo e dinheiro costumamos encontrar um pequeno mercado para comprar lanche e metemo-lo na mochila para conseguirmos visitar o que desejamos, o jantar costuma ser a refeição feita com mais calma e ainda assim vemos preços em vários restaurantes. Lembranças, também vemos em mais que uma loja e são sempre coisas pequenas, apenas para os pais e uma para a nossa futura casa.
5. Conselhos de quem já viajou.
- Nas principais cidades europeias, existem packs de bilhetes do metro para 2 ou 3 dias em que as viagens não têm limites. É o ideal, apesar de se andar muito a pé, o regresso ao hotel custa menos e para as atracções mais distantes é perfeito, pois normalmente têm sempre uma estação do metro perto.
- Andar com um mapa é realmente das melhores coisas, não só sabemos a localização das coisas como prevemos mais ou menos o tempo que se demora a chegar entre uma e outra.
- É impossível não se provar a gastronomia local, pode não ficar tão em conta, mas é a mesma coisa que irmos a Lisboa e não provarmos os pastéis de Belém ou ir ao Porto e não beber vinho do Porto.
- Ao chegar à cidade a primeira coisa é ir ao hotel, primeiro para ter uma melhor noção da sua localização, mas também para deixar a mala e guardar alguns panfletos que estão sempre disponíveis ou até tirar algumas dúvidas.
- Andar sempre com snacks e água na mochila, ao passear acabamos por perder a noção do tempo e por vezes a fome aperta e não existe nada economicamente acessível para matar essa fome (alimentação em atracções turísticas são ridiculamente cara, já cheguei a pagar 5£ por uma coca-cola).
- Atenção às mochilas, nunca me aconteceu e espero que nunca me venha a acontecer, mas surgem casos de carteiras desaparecidas ou outros objectos de valor e por isso nunca os tenho nos bolsos exteriores da mochila. Assim como, em locais mais movimentados a mochila anda à frente e não nas costas.
E por último, Aproveitar. É necessário ter-se em conta o dinheiro (eu que o diga), mas viajar não é gastar dinheiro é investir na cultura, na alma e em nós próprios. É uma experiência que trará novas histórias para o resto da vida.
E vocês? Têm mais dicas a dar? Aceito, porque eu e Ele já andamos a preparar a próxima viagem.
P.S.: Em todos os passeios e viagens que fiz com Ele, temos sempre ficado abaixo do orçamento e essa é uma das melhores sensações quando já vimos a caminho de casa.