Aventuras de terapeuta IV
(Imagem retirada da Internet)
- Olá Pisquinho! - quando fui buscar um menino de 4 anos à sala de espera.
- Olá. - responde ele sem tirar os olhos do telemóvel da mãe aonde estava a jogar.
- Vamos lá? - aqui a Just, toda querida até faz uma festa na criancinha.
- Vá Pisco, dá-me o telemóvel. - diz a mãe com o tom mais calmo que possam imaginar.
(Passado 1 minuto).
- Vá Pisquinho, vamos lá trabalhar um bocadinho. - volta aqui a Just a pedir. Reação do miúdo? Rigorosamente nenhuma. A mãe continua a olhar para ele e ao ver-me à espera repete a ordem num tom que parece uma afirmação.
(Passados mais 2 minutos).
- Pisquinho dá o telemóvel à mãe. - Pede ela depois de eu já ter repetido duas vezes para a criança dar o telemóvel à mãe.
- Espera estou quase a acabar! - Responde o miúdo completamente colado ao telemóvel. Reação da mãe? Espera mais 2 minutos para que o menino acabe o jogo e eu fico especada a olhar para um e para outro.
- Pisco! Vamos lá trabalhar, dá o telemóvel à mãe. - o meu tom já estava ligeiramente alterado, com sinais de pouca paciência, mas não sei se para com a mãe se para com a criança.
- Pronto querido, já acabaste o jogo depois jogas o outro nível quando chegares. - e pronto, finalmente o miúdo entrou para a sessão apenas porque conseguiu passar de nível.
P.S.: Agora digam-me, com quem deveria eu perder a paciência, com a mãe ou com o miúdo?