Alimentação saudável, um novo extremo?
(Imagem retirada daqui)
Têm surgido notícias por aqui e por ali sobre bebés e crianças internadas devido ao tipo de dieta alimentar que os pais seguem e, consequentemente, os seus filhos também. Notícias sobre bebés com faltas de proteínas, desidratação e outras situações bastante graves para o desenvolvimento da criança tem surgido diariamente. Não critico qualquer tipo de dieta alimentar, muito pelo contrário, admiro a coragem e força de alguém que renuncia alguns alimentos na sua vida. Eu sempre gostei de comer, aliás, tenho prazer em fazê-lo, mas tento sempre fazê-lo de uma forma regrada.
Considero-me uma pessoa saudável, posso ser intolerante à lactose, posso até ter as minhas alergias e os meus pequenos problemas, mas não passam disso mesmo: pequenos problemas. E a verdade é que como de tudo um pouco e não é por isso que me considero menos saudável. Sei que hoje 90% dos alimentos têm aditivos, químicos e substâncias que podem ser menos saudável, mas a verdade é que não é por isso que as deixo de ingerir. Posso comê-las em menos quantidade, posso comê-las com menos frequências, mas continuo a comer de tudo um pouco e isso sim, parece-me um tipo de alimentação saudável. Tento cortar no açúcar no café, nos refrigerantes à refeição e até nas bolachas que como, mas não desapareceram totalmente da vida. Uma alimentação cuidada, variada e com algumas excepções sempre me pareceu ser a forma mais natural de ter uma alimentação saudável.
Hoje vemos de tudo um pouco, vegetarianos, veggans e outros tipos de dietas alimentares que nem sabia que existiam. Respeito, admiro, mas não seria capaz de tomar esse tipo de decisão na minha vida. O que tenho visto como problema nesses tipos de dietas são as crianças que têm surgido com problemas associados às mesmas. O nosso corpo precisa de todo o tipo de substâncias para funcionar plenamente, gorduras, proteínas e açúcares, e cada alimento dá-nos uma variedade de vitaminas e diferentes gorduras e açúcares. Considero as nossas necessidades alimentares parte da nossa natureza. O problema não está no que comemos, mas sim na forma como o comemos. E retirar determinados alimentos numa altura tão essencial da vida, como o crescimento, tem trazido muitos problemas, por muito que se tentem encontrar substitutos, o corpo pede determinado tipo de alimentos. Não estaremos a chegar a um extremo em tentarmos ser 'saudáveis'? Não estaremos a exagerar naquilo que achamos que faz bem e que faz mal? Há variadíssimos livros sobre como alimentar os bebés com as varias dietas e até para adultos 'Como se ser vegetariano', 'Como se transformar num veggan', mas não estaremos a fugir à nossa natureza? Não estaremos a eliminar aquilo que nos é essencial ao corpo? É óbvio que não precisamos de exageros. Claro está que muitos alimentos hoje são alterados e que os devemos evitar ao máximo. Sei bem que as carnes têm muitos antibióticos e que nos prejudicam. Mas vejamos, tudo isso acontece em qualquer tipo de dieta e podemos sempre fazer opções mais saudáveis sem eliminarmos o alimento da nossa alimentação.
É necessário ser-se saudável, mas é necessário comer-se um bocadinho de tudo.
P.S.: Volto a dizer, admiro imenso quem tem um tipo de dieta alternativa e nada tenho contra isso.