A simplicidade
(Imagem retirada daqui)
Sou uma mulher dada à simplicidade. Gosto de roupas simples. Gosto de jantares simples. Gosto de casas simples. Gosto de flores simples. Simplicidade pode ser uma palavra muito subjectiva, mas gosto muito dela no meu vocabulário. Considero que sou uma mulher simples, apesar de toda a minha complexidade tento sempre descomplicá-la e talvez por isso aposte na simplicidade. Não gosto de ter mais roupa do que aquela que preciso. Não gosto de ter memórias acumuladas além daquelas que me fazem bem. Não gosto de pensar e repensar em problemas que ainda estarão para acontecer. Gosto sim de sonhar, de pés assentes na terra, mas de sonhar e não criar no ponto de partida mil e quinhentos problemas e ‘ses’ que poderão vir a surgir. Não gosto de pensar demasiado sobre onde ir, gosto de ir. Gosto de ficar parada um bom tempo apenas a olhar a paisagem e a sentir-me relaxada. Gosto daqueles dias em que posso desligar o relógio e deixar-me levar pelas minhas vontades. Gosto de ser directa e penso que isso me dá simplicidade, não gosto de ficar a pensar no que o outro pensa ou no que deveria ter dito e não disse. Gosto das flores mais simples, daquelas que nascem no campo ou até daquelas que nascem em estufas, mas trazem consigo a simplicidade da natureza. Gosto de resolver os dilemas ou problemas o mais rápido possível para parar de pensar neles. Gosto de sentar-me na cadeira ao final da tarde com o livro na mão e saborear os sons da aldeia com a brisa que se faz sentir. Gosto de casas com poucos ró-có-cós, gosto de coisas fáceis de limpar e principalmente práticas, com memórias, sempre com memórias. Não gosto de cores berrantes, gosto do suave, gosto do que me traz tranquilidade. Gosto simplesmente da simplicidade de um sorriso, de um ‘olá’ que faz a diferença. E gosto assim, de pessoas simples, que não complicam, que vivem e que não passam o tempo todo a queixar-se, mas sim a aproveitar o que de bom a vida traz.
Gosto de pensar que sou assim, simplesmente uma rapariga simples.