A casa do silêncio (16/12)
(Imagem retirada da Internet)
Finalmente acabei este livro que andava sempre em cima da mesinha de cabeceira e tenho a dizer, lamento a todos os amantes e a todos os que votaram neste livro para prémio Nobel da literatura de 2006, que não gostei. Tão simples quanto isto, não gostei, mas fui mais teimosa que os meus gostos e li o livro todo. A história decorre na Turquia e é sobre a política da mesma e todos os que são contra ela, mas que em vez de fazerem alguma coisa física, simplesmente se fecham entre quatro paredes para escrever uma enciclopédia com todas as verdade da vida. É um livro cheio de idealismos, mas com personagens que não protagonizam a mudança, basicamente é o típico 'queixa-se mas não faz nada'. Sei que é um livro que se passa numa época diferente, sei que é de uma cultura totalmente oposta, mas a verdade é que as personagens são tão extremistas que me irritaram ao longo de todo o livro. Ou demasiado deprimidas, ou demasiado apaixonadas e de repente demasiado violentas. A personagem que é mais odiada na história acaba por ser aquela que mais sensata me parece, um anão que realmente trabalha e que se torna um simples espectador no meio de loucos que não conseguem encontrar um equilíbrio na vida. É um livro triste, sem qualquer ponta de alegria (o que não me agrada muito). É um cruzamento de gerações que passou de classe alta, a média e a baixa, cheia de idealismos que nunca se vêem concretizados e que ainda os tomam como os mais correctos. Uma idosa que só pensa no passado e no quanto o seu marido a fez sofrer por querer escrever uma enciclopédia que nunca teve fim. Um neto bêbedo, filho de um falecido bêbedo que segue as passadas do pai. Dois rapazes apaixonados por duas raparigas diferentes, mas que têm a mesma louca paixão obsessiva que não conseguem controlar e que leva a pensamentos violentos. E ainda a única rapariga, mais ou menos, sensata da história que tem um final trágico.
Não gostei do livro. Chega as tristezas dos jornais e da vida, não preciso de um livro que me deixe ainda mais deprimente, preciso é de alegria e esperança! E como eu, penso que todo o país.
"... deitada na minha cama tantos anos depois, não se pode recomeçar a vida; esta viagem de sentido único, uma vez terminada, não pode ser reiniciada, mas se se tiver um livro na mão, mesmo que seja um livro confuso e misterioso, podemos lê-lo, terminá-lo e, depois, recomeça-lo desde o início, se quisermos, podemos relê-lo, para compreendermos o que é incompreensível, para percebermos a vida, não é, Fatma?"