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justsmile

17
Out18

A precisar de Inspiração...

(Imagem retirada daqui)

 

      ... Ou só de parar um pouco e pôr as horas de sono em dia.
    Ou até talvez uma mistura das duas coisas. Ando feliz, mas realmente cansada. Desde que comecei este novo emprego que as minhas horas de sono diminuíram, que o tempo livre tem sido pouco porque as actividades da Associação a que pertenço e até da lista política de que faço parte começaram a ganhar pernas. Para acrescentar a isto tudo a entidade para que trabalho tem uma grande dinâmica voluntária e eu sendo colaboradora também devo ser voluntária (o que até tem o seu sentido), mas não tem sido fácil gerir horários. Durante as últimas semanas eu e Ele quase nem nos cruzamos, Ele treina miúdos para o futebol duas vezes por semana (que apesar de ainda não lhe ter dito, sinto-me mesmo orgulhosa por Ele!) e eu tenho sido absorvida em reuniões e reuniõezinhas, trabalho e mais trabalho (e a pós-graduação só começa sábado...). A vida simplesmente não tem conseguido ser muito organizada.

       O que também vai atrás como consequência de toda esta correria? A inspiração. Tem sido um processo diário, vá quase, a elaboração dos textos para este espacinho. Mil e uma ideias me têm passado pela cabeça, mas na hora de as escrever parece que o que escrevo não é coerente, que falta algo nas palavras. Quero escrever sobre tanta coisa e na verdade não escrevo sobre coisa nenhuma (pelo menos é o que sinto por estes lados). A vontade está presente, mas a inspiração parece ter sido levada pelo cansaço e pela confusão de horários que se instalou na nossa vida. Sinto-me feliz por estar envolvida na sociedade e na minha comunidade, por pertencer a uma empresa que se preocupa com as questões sociais, estou orgulhosa por ver os meus meninos de sábado a evoluírem aos bocadinhos, mas no fim sinto que o cansaço está a levar consigo a minha energia e inspiração. Quem disse que ser feliz também não é cansativo? Se calhar só estou a precisar de umas boas horas de sono, quando vem outro feriado mesmo?

03
Out17

Na política e no futebol não há racionalidade

(Imagem retirada daqui)

 

      Agora que já passaram dois dias das Eleições Autárquicas, penso que é seguro vir aqui falar sobre as últimas tendências. Talvez ainda não seja muito seguro, mas ainda assim venho falar daquilo que anda na minha cabeça há dois dias. Se repararem bem, raramente, a não ser que o tema já tenha sido muito falado e continue a estar como acontecimento do dia, falo de política. Também raramente, se virem bem, falo de futebol. Aliás, acho que há mais de nove anos que tenho este blog nunca falei de futebol e se falei duas vezes sobre política foram muitas. Normalmente não falo sobre estas temáticas por duas razões, não são temas que me apaixonem, não aprecio muito um, nem outro. E depois, não falo muito sobre estas temáticas porque por muito que fale unicamente da minha opinião vai haver sempre alguém a criticar, a falar mal daquilo que digo e, no seu limite, insultar-me. Sei bem como as coisas funcionam e como nunca apreciei confusões, gosto simplesmente de me manter à margem das situações de confusão. Mas desta vez será diferente, falarei porque pela primeira vez envolvi-me na política.

      Não sou uma pessoa com um partido definido, não me guio por cores, mas sim pelas pessoas e pelas propostas e ideias que defendem. Este ano um amigo, já envolvido na política, convidou-me a fazer parte da sua lista, como amiga e como voluntária das suas muitas actividades realizadas na freguesia aceitei. Aceitei mesmo não gostando da política, coisa que lhe deixei bem clara desde o início. Aceitei porque me senti na obrigação de apoiar um amigo, porque sei que era e continua a ser um excelente Presidente de Junta e como nunca vi nenhum igual (o homem até apanhar lixo da estrada e meter paralelos faz, mesmo sento empresário independente). A verdade é que o seu partido é o partido mais defendido na minha família, o partido oposto ao da nossa Câmara e até um partido com quem ultimamente não simpatizo muito. No entanto, volto a reforçar, aceitei porque é um amigo. Contudo, apesar de nunca ter gostado muito de política meti-me à séria na coisa, afinal quando me meto seja no que for não gosto de me envolver por metades, dou tudo de mim e levo tudo até ao fim (sou assim com tudo e acho que quem me conhece sabe perfeitamente disso).

      Antes de me envolver na política existiam algumas premissas que já sabia sobre o meu concelho, que apesar de não gostar e de não concordar com elas, sabia que eram uma realidade e que teria de viver com isso a minha vida toda. Nomeadamente "Somos um concelho que defende muito a cor e não a pessoa", "Somos um concelho que se preocupa mais com a imagem do que os bens básicos", basta dar-vos a conhecer que em pleno século XXI, a menos de 20 km do Porto somos um concelho que ainda não tem rede de água potável nas suas freguesias e nem o saneamento está todo feito (na minha rua tem coisa de sete anos), "Todos temos um favor a dever a alguém da Câmara" e entre outras questões que nem vale a pena nomear. No entanto, sempre acreditei na democracia, para o bem e para o mal, e meti-me na política na esperança que ao fim de mais de 40 anos o partido na Câmara mudasse. Sabia que era quase impossível, mas partilhei a informação, argumentei contra pessoas de outros partidos, defendi os meus ideais, falei das necessidades básicas que são mais importantes que festas e afins. Fiz o meu papel e achei que ia fazer alguma diferença, não muita, mas alguma, mesmo quando co-argumentavam sem argumentos decentes. Mas nisto tudo sempre mantive o respeito, a dignidade, a simpatia e nunca deixei de ser quem sou, nem de defender aquilo que me parece essencial.

      No domingo, como minha obrigação, estive o dia todo nas mesas de voto e tudo correu lindamente. O amigo ganhou a Junta, a pessoa que defendi para a Câmara ganhou na nossa terra, mas perdeu no concelho TODO. E não perdeu por meros números, perdeu por muito, o que me impressionou imenso e só apoiou as premissas que tinha referido anteriormente. Afinal tudo o que considerava sobre as pessoas do meu concelho estava certo. Fiquei desiludida, apenas porque sempre fomos e continuamos a ser um povo que apenas gosta de imagem e de festas, mas aceitei. Afinal foi a democracia a funcionar no seu total esplendor. Aceitei como cidadã, como pessoa e continuei em frente, também não havia nem há mais nada a fazer. São mais quatro anos do mesmo e só sonho em ter água da companhia na minha rua nestes quatro anos, senão lá teremos de fazer novo poço (continuo a duvidar que tal aconteça, mas pelos vistos só eu me preocupo com isso). Tudo na política do último mês, que me deixou sem tempo e absolutamente de rastos, correu quase como previa. O que não previa era o depois.

      O dia a seguir às eleições foi a demonstração do verdadeiro lado do ser humano. Eu sabia que era assim no futebol, sabia que quando se defende um clube perde-se a racionalidade. Que quando o Benfica ganha, adoram esfregar isso na cara dos Portistas ou que quando o Porto ganha adora mostrar isso aos Benfiquistas. Isto é apenas o lado mais calmo, pior é quando há insultos, ameaças e violência. Sabia que tudo isso acontecia no futebol e por isso acabo por desprezar um bocadinho esse desporto. As pessoas perdem a racionalidade, a dignidade e funcionam muitas vezes à base de insultos, o que no meu ver, é absolutamente ridículo, até porque não há um lado certo para estar, há apenas uma opinião, um gosto. O que não sabia é que isso se aplicava também à política. No dia seguinte às eleições, depois de termos perdido a Câmara (algo que previa, mas nunca com uma diferença tão grande) as pessoas perderam a racionalidade e foram para a Página do Facebook insultar o candidato. Não eram frases produtivas, nem apenas argumentação, eram insultos, rancor, vingança e tantas outras coisas negativas que fiquei espantada. Era realmente algo de que não estava à espera. As pessoas tinham simplesmente perdido a racionalidade, fosse para o lado vencedor, fosse para o lado perdedor, existiram centenas de pessoas a insultar os candidatos e quem defendia os mesmos. Disto não estava eu à espera. Não existem limites, a educação perde-se pelo caminho, as pessoas não param para pensar e apenas querem falar mal, insultar alguém que no fundo nunca lhes fez mal. Faz-me confusão esta mesquinhez, esta falta de empatia, seja em que lado for, mas pela primeira vez a vi na fila da frente e isso deixou-me desiludida.

      Com isto da política aprendi duas lições: a primeira, as pessoas são falsas, fazem-se de boazinhas para conseguirem brindes, festas e no dia viram as costas; a segunda, na política e no futebol não há racionalidade, não há dignidade, espezinhar e rebaixar o outro é motivo de orgulho. No fim a democracia ganhou, com prioridades diferentes daquilo que tenho, mas que tive de aceitar e nem por isso ando aí a insultar uns e outros. Posso não concordar, mas sei respeitar, algo que muita gente não sabe.

16
Mar17

Afinal ainda há esperança!

(Imagem retirada daqui)

 

Admito que com estas eleições na Holanda andava um bocadinho receosa e eu que nem sou dada a estas coisas. Depois de Trump ter ganho as eleições nos Estados Unidos penso que tudo é possível de acontecer e por isso estava de pé atrás com as eleições na Holanda. A extrema-direita aos pouquinhos tem vindo a ganhar força na Europa, sei que há mil e quinhentas explicações para tal coisa acontecer, mas na minha cabeça continua a ser incompreensível tamanha popularidade. No entanto, com estas eleições da Holanda e com os média a tentarem assustar-nos com a vitória da extrema-direita fiquei sem expectativas do que realmente poderia acontecer. Tendo estado à pouco tempo na Holanda, achei um país tão civilizado, tão educado que me surpreendia estas estatísticas. No entanto, o Trump ganhou e cá estamos.

Hoje de manhã, a primeira notícia que pesquisei foram os resultados das eleições na Holanda e apenas respirei de alívio. Ufa! Já posso voltar a respirar de alívio.