A Cidade de Vapor (1/12)
(Imagem retirada daqui)
As leituras de 2021 estão a ser uma verdadeira desgraça, não tenho sequer tocado nos livros a não ser para lhes limpar o pó. O tempo tem andado escasso, mas a verdade é que não tenho tido vontade nem paciência para ler. Não sei se isso será positivo ou não, se será algo temporário, mas a verdade é que tenho ainda uns quantos livros na estante, que comprei no ano passado, e que ainda não lhes toquei. Consequências da vida, do tempo ou de outra coisa qualquer, mas a verdade é que estamos em julho de 2021 e apenas li um livro. Um único livro. E qual foi? A Cidade a Vapor de Carlos Ruiz Zafón, um dos meus autores preferidos. "E que achaste do livro, Just?", perguntam vocês.
Zafón habituou-me a uma leitura cheia de acção, com aquela pontadinha de romance que tanto gosto. De uma linha de escrita que só dá vontade de continuar a ler a cada página que viramos e eu sabendo que este era um livro de contos sabia que isso não poderia acontecer, ainda assim li com as expectativas demasiado elevadas. Este é um livro agradável de se ler, mas só isso, sem aquela ansiedade que tanto gosto, sem aquela vontade de devorar o livro de uma só vez. É um livro levezinho em que se detona a escrita do Zafón, que se nota a sua evolução para o que conhecemos hoje, mas não é uma obra de génio, mas nem era isso que se esperava.
Este livro é uma compilação de vários contos escritos de Zafón, alguns bastante pequeninos, outros um tanto ou quanto confusos, mas todos eles com a magia mística que tanto caracterização a escrita deste autor que nos deixou há pouco tempo. É a magia do impossível que tanto nos prende aos livros do autor, é a linha ténue entre a possível realidade e o místico que tanto encanto dão à sua escrita e é com uma facilidade enorme que qualquer pessoa se apaixona pela escrita de Zafón.
É um livro simples, leve, mas que realmente nos traz um bocadinho de Zafón de volta.