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(Imagem retirada da Internet)

Afinal o que é a imaginação?  Há quem diga que é o poder de recriar na nossa mente imagens irreais, imagens que não existem, figuras que ouvimos em contos de fadas mas que ninguém nos mostra como são. Outros dizem que só os loucos têm imaginação, só eles é que conseguem ver coisas que não existem, que não são palpáveis e visíveis. Há ainda quem diga que só existe enquanto somos crianças e que algures pela adolescência ela desaparece e depois nunca mais volta. Pois eu digo-vos, não concordo com nenhuma das afirmações. Para mim é algo que todos possuimos, acho que acaba por ser uma virtude em cada um de nós. Mas apesar de todos a possuirmos acho que só os mais 'sensiveis' a sabem utilizar e isso torna-os em pessoas diferentes, talvez mesmo especiais. Sim, porque nem toda a gente consegue imaginar. Nem todas as pessoas conseguem abstrair-se do mundo material e fechar os olhos e ir além dos sonhos. Nem todos somos capazes de sonhar. Então para equilibrar o mundo, existem uns que sonham e são capazes de imaginar mais do que os outros. Eu faço parte dos que sonham e imaginam sem parar. Sou capaz de me abstrair de tudo o que me rodeia e viajar. Afinal acho que é isso a imaginação. Definiria a imaginação como um estado de alma que nos permite fugir da realidade, como se fosse uma espécie de 'excape' onde todos os nossos problemas desaparecem e apenas vivemos e vemos aquilo que queremos. Acho que a imaginação é uma capacidade que todo o homem devia ter, talvez o fizesse ter mais esperança, andar um pouco mais bem disposto. A imaginação é uma virtude, uma qualidade, parece que nos faz sentir bem connosco próprios, faz-nos voltar a acreditar. Sim, devem estar a pensar que nunca mais digo que também é preciso ter os pés bem acentes na terra, mas para que vou falar disso se já toda a gente o sabe? Isso já todos nós sabemos, o que precisamos de ouvir é que por vezes precisamos também de tirar os pés da terra, é preciso deixar-nos levar. A imaginação é boa, é criatividade, é liberdade. Que importância tem imaginarmos fadas e princesas, castelos e cavaleiros? Sabemos que não existem, mas por breves momentos faz-nos sentir bem. Eu imagino, imagino muito e sonho ainda mais.

E vocês? IMAGINAM tanto quanto eu?

(Imagem retirada da Internet)

Hoje fui entregar os papeis da candidatura à segunda fase da universidade, como foi bem rapidinho fui com a minha irmã e a minha prima tomar um café ao famoso Majestic no Porto. Poucas vezes lá entrei e de todas elas senti-me encantada, como se tivesse viajado para trás no tempo e criei na minha cabeça imagens dos anos vinte, onde o glamour passeava na rua a toda a hora, onde a música dava vontade de dar um pézinho de dança e onde a vida boémia começou a surgir. Imaginei o Majestic cheio de escritores e artistas da época, imaginei as noitadas cheias de pessoas elegantes com aqueles vestidos que realçavam os movimentos do corpo. As paredes, o tecto, os espelhos, as cadeiras e as mesas permitiram-me sem dúvida viajar para um tempo diferente, tenho pena que no século XXI se tenha perdido esse encanto dos cafés e da convivência, lamento o desaparecimento do glamour (logo eu que adoro calças e sapatilhas), mas a verdade é que a vida era outra e iniciavam-se as épocas das revoluções e das ideias liberalistas. Imaginei as conversas secretas sobre política faladas naquele café por pessoas que queriam a revolução, imagino o inicio da libertação das mulheres e da sua feminilidade. Mas que época que terá sido, que histórias terão aquelas paredes para contar, que conversas terão ouvido aquelas mesas de madeira antiga e que ideias terão iluminado aqueles candeeiros. É sem dúvida um local de passagem obrigatória para quem visita o Porto, o Majestic.

(Imagem retirada da Internet)

Depois subi uma rua estreita para irmos para o carro, reparei nas pequenas lojas com um aspecto antigo que agora pouco se vê e que poucas se mantém vivas em tempo de crise, mas houve uma montra que me saltou aos olhos, a montra das caixinhas de música e dos globos de neve. Fiquei espantada a olhar pela vidraça e a observar a montra cheia de magia, parecia antiga, olhei para cima e vi um relógio super antigo, como aqueles que vemos nas estações de comboio, mas ainda a marcar as horas, batendo cada segundo certinho. Entrei e era um espaço pequenino, notava-se que era muito antigo pelas suas paredes, pelos moveis negros e bastante trabalhados, numa parede existia um vidro grande e por trás dele uma luz branca, era a oficina de um senhor de barbas brancas e com os óculos na ponta do nariz. Um senhor super simpático que assim que nos viu entrar nos veio comprimentar. A loja parecia o mundo dos brinquedos, várias caixinhas de música tocavam a sua melodia enquanto as balarinas ou outros bonecos bailavam lá dentro, umas manivelas tocavam outras músicas que faziam lembrar a minha infância e o mundo imaginário que durante anos construi na minha mente. Aquelas cores, aquelas imagens dentro de pequenos globos que quando agitados pareciam estar a nevar fizeram me lembrar as imagens mágicas dos filmes de natal. Sim, porque muitos dos globos eram ainda alusivos ao natal, muitas das musicas que tocavam eram natalicias e o próprio dono da loja e criador de todas aquelas peças fazia lembrar o pai natal. Toquei levemente no relevo de algumas peças únicas e parece que voltei a ser uma miúda de tótos à espera da noite de natal e receber uma daquelas prendas tão únicas e maravilhosas, que tanto nos fazem sonhar. Com muita pena saí da loja, o tempo era escasso e acho que conseguiria perder um dia inteiro dentro daquela loja. Fiquei completamente encantada e espero um dia lá voltar, a música e o cheiro a verniz permaneceram na minha memória, mas a magia e a viagem que fiz parece ainda estar presente no meu corpo.