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justsmile

24
Jan18

Deixar o Zero Desperdício entrar?

(Imagem retirada daqui)

 

      O minimalismo parece ser uma moda dos dias que correm. Acho que uma parte da sociedade, incluído eu, se apercebeu que a correria do dia-a-dia nos impede de viver. Que viver para ter, para consumir, não é viver, mas sim sobreviver sobre o olhar atento de uma sociedade excessivamente consumista. Uma sociedade em que se quer sempre o último modelo de telemóvel, o último modelo de carros e a maior casa da rua. Penso que pessoas como eu, se começaram a aperceber que a vida é mais do que pagar contas, é mais do que marcas e é, principalmente, mais que viver para as coisas e não para nós. Tenho aprendido que não é ao ter o armário cheio de roupa que me vou sentir feliz. Não é ao ter um Mercedes que me vou sentir maior ou sequer ao ter um iPhone que me vou sentir mais inteligente ou importante. Tenho aprendido que é com as minhas viagens, com os meus livros e com o prazer de estar rodeada de tão pouca coisa que me sinto bem. Sinto-me bem com essa simplicidade. No próximo mês inicio o processo de empacotar o meu quarto e a minha sala para dar início às obras e estou ansiosa para poder voltar a 'destralhar', pois acredito que ainda irei encontrar muita coisa que necessita de ser doada ou simplesmente de ir para a reciclagem.

      Tem sido durante este processo de me desprender dos bens materiais que, simplesmente me enchem os armários e a vida, tenho visto a quantidade de lixo que uma pessoa acumula. A quantidade de papel desnecessário que é estragado, que vai para a reciclagem, mas que ainda assim destruiu árvores. Nunca imaginei que em apenas 26 anos de vida acumulasse tanto lixo, tanto plástico, tanto papel como até hoje acumulei e que ainda assim lhes conseguisse atribuir algum tipo de sentimento ou memória. Há coisas das quais não me consigo separar, como livros e pequeninas coisas, mas há outras que simplesmente estão a encher o espaço, a ocupar o lugar do vazio. E como é possível uma só pessoa acumular tanto lixo? Tenho-me deixado envolver pelas leituras do conceito zero desperdício, mas sem saber bem porquê não tenho tido a coragem de tomar decisões quanto a esse campo da minha vida. Talvez por conformismo, talvez por receio de ter de despender dinheiro para mudar os meus hábitos, ou até mesmo por saber que algumas das mudanças irão ser complicadas de se aplicar no meu futuro próximo, visto ter alguém ao meu lado que se preocupa pouco com isso. Tenho lido, tenho visto alguns documentários sobre o assunto e até faço parte de um grupo do Facebook que partilha imensas dicas, mas... Mas ainda não avancei mais a fundo, mas ainda não me dediquei a tomar rédeas da minha vida e diminuir a minha pegada ecológica de uma forma tão profunda. Cada vez mais o reciclar me parece insuficiente para a quantidade de lixo que surge nas nossas vidas diariamente. Reciclo desde pequena, lembro-me de que juntamente com os meus irmãos, convencemos os nossos pais a tomar uma atitude de reciclagem. Não foi fácil, estavam muito reticentes, mas aceitaram e começaram a fazê-lo e até hoje o fazem voluntariamente. Mas reciclar já não é suficiente, poupo água do banho para baldes, doou a minha roupa quando já não serve, mas e o resto? Tenho visto pessoas a tomarem verdadeiras atitudes para protegerem o nosso mundo e eu ainda me sinto desencorajada. Quero conseguir, mas falta-me o impulso, falta-me até o companheirismo d'Ele para procurar o lado bom de tomar uma atitude minimalista e de zero desperdício. Quero deixar o zero desperdício entrar na minha vida, aliás, nos últimos tempos ao comprar coisas para a casa tenho tentado diminuir a compra de plásticos, tupperware de vidro, acessórios de metal e vidro, mas sinto que tenho de dar mais de mim. Mas por onde começar?

       Há por aqui alguém que me dê umas dicas? Uma ajudinha?

06
Nov17

Esta mania de querer ser independente!

(Imagem retirada daqui)

 

      Sempre fui uma mulher muito independente. Pedia conselhos, pedia ajuda quando necessário, mas sempre tomei as minhas próprias decisões, geri o meu dinheiro desde nova e sempre me imaginei a ter a minha total independência. Não gosto de depender de ninguém para seja o que for, nem no trabalho gosto de ter o meu trabalho pendente porque tenho de esperar por alguma coisa dos meus colegas. E quando me imaginei a tornar totalmente independente dos meus pais imaginava-me a ir para uma casa minha, um apartamento ou outra coisa qualquer, para começar a minha vida. Aliás, durante muitos anos achei que algum tempo da minha vida seria a viver sozinha, o que acabou por não se proporcionar.

       Com o casamento para breve e sem a nossa casa ainda construida (e é algo que ainda está longe) tínhamos decidido fazer umas obras na garagem dos meus pais, que tem ligação à parte superior da casa, onde poderíamos viver. Dois quartos, uma casa-de-banho, e faltava-nos apenas fazer a cozinha e a sala. Tudo ficaria independente e funcionaria como um andar moradia, o nosso andar e o andar dos meus pais. Os meus pais viveriam no andar inferior, onde tinham as mesmas divisões. Estes eram os nossos planos. Em pouco menos de dez minutos, com a recepção de respectivos orçamentos para obras, estes planos foram por água a baixo. O orçamento era demasiado elevado para obras "temporárias", pois a perspectiva de lá ficar eram poucos anos e assim que tivéssemos oportunidade começar a construção da nossa casa. De repente, a pouco mais de oito meses do casamento ficamos sem uma alternativa. O meu pai, na sua boa fé, sugeriu vivermos com eles, o que para mim e para Ele me pareceu inconcebível. Sei que há muitos casais que o fazem, amigos incluídos, mas não consigo imaginar de todo a partilhar a minha vida com Ele e com os meus pais também. A minha mãe, também na sua boa fé, sugeriu transformarmos o meu quarto numa cozinha e apenas ficaríamos com um quarto, o que para nós não seria problema.

      Esta última sugestão ficou-me no ouvido, no entanto encontrei bastantes contras: bastava um dos meus sobrinhos querer ir dormir aos avós que já não tinha quarto, bastava a minha irmã querer vir passar um fim-de-semana ao Porto que já não teria onde ficar, e apesar dos meus irmãos apoiarem a minha mãe com esta sugestão, senti um certo desconforto ao sujeitá-los a isso. Começamos então a procurar rendas, ASSUSTADORAS! Afinal as coisas não tinham mudado nada desde Janeiro e além das más condições das casas, os preços quase que me tiraram o fôlego. Apesar de tudo, Ele argumenta que só se sentirá confortável numa casa alugada, que teremos mais conforto, que não nos iremos preocupar com barulhos e outros tantos afins. E eu? Eu concordo com toda a argumentação dele, percebo perfeitamente o que Ele quer dizer e eu própria preferia alugar, até chegar à parte financeira. Ao criar uma cozinha no meu quarto o investimento seria pequeno e todos os meses conseguiríamos poupar no mínimo trezentos euros para conseguirmos poupar para a nossa casa. Um sonho, que ao ficar em casa dos meus pais, com tudo fisicamente independente na mesma, se poderia tornar real mais rápido. Ele co-argumenta, e eu percebo, mas sou uma pessoa muito sensível e influenciável pela parte financeira. Para mim, a segurança financeira sobrepõe-se a muita coisa e pensando sempre na perspectiva do "temporário" não me custa todos os "ses" que Ele levanta.

      Ontem, depois de mais uma conversa e mais uma fase de argumentação cheguei à conclusão que o nosso problema é "A nossa mania em querer ser independentes!". Mas que mania! Quantos não são os amigos que conhecemos que viveram integralmente com os pais antes de saírem de casa? Quantos não foram os amigos, que até depois de casar, apenas tiveram um quarto seu enquanto pouparam para sair de casa dos pais? Muitos, mesmo muitos, aliás, à minha volta poucos foram os que saíram logo de casa dos pais e compraram ou arrendaram casa. Eu admito, por muito que goste dos meus pais, por muito que me dê bem com eles não me imagino a viver com o meu futuro marido e partilhar casa com eles também, mas nós teríamos uma grande vantagem, tudo seria independente, com excepção do telhado. Não partilharíamos nada, a não serem pequenos ruídos. Ele ainda não se convenceu e eu própria, apesar de usar boa argumentação e de me agarrar afincadamente às vantagens financeiras, também ainda não me convenci. No entanto, acredito que mais vale fazer alguns sacrifícios para que a nossa casa de sonho se realize rapidamente. Afinal, tudo o que é bom na vida obriga-nos a fazer sacrifícios, certo?

02
Jun17

Em que mundo vivemos?

(Imagem retirada daqui)

 

- Sabes qual é o teu problema? Seres demasiado simpática. - disse-me alguém um dia destes.

- Sabes o que me disseram hoje? - questionou-me Ele também um dia destes. - Que tenho de deixar de ser tão cordial.

 

E a minha questão prende-se apenas com um aspecto, desde quando é que ser-se simpático, ser-se educado e cordial é um defeito?

Eu e Ele temos andado envolvidos em mil e quinhentas coisas ao mesmo tempo, trabalho que parece não ter fim, preparativos do casamento que parecem nunca mais desenvolver (ou pelo menos termos paciência para o fazer) e até as obras, já para não referir um problema que tivemos em mãos. Ao desabafar sobre isto ou aquilo, seja na vida pessoal ou na vida profissional, a verdade é que têm comentado que ser demasiado 'cordial' pode ser um defeito. Apesar de ficar, um tanto ou quanto, indignada, eu percebo aonde queriam chegar essas pessoas ao apontarem-nos esse aspecto. Mas o que realmente me preocupa é como é que isso, nos dias que correm, é visto como um problema para a resolução de determinadas situações e de diferentes contextos. 

Desde quando é que ser-se educado é um problema? Questiono-me então, se na selva em que vivemos hoje em dia ser educado é uma raridade, um defeito, um impedimento na resolução de problemas. Será que todos os valores que a minha mãe me ensinou têm de ser descartados e modificados?

Assusta-me viver num mundo em que a educação, a seriedade, a cordialidade e a simpatia podem ser um problema e não uma solução. Mas afinal que mundo é este?

 

P.S.: Verdade seja dita, quando deixamos de ser simpáticos os problemas pareceram resolver-se, tenha sido no meio profissional como no pessoal.

 

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