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justsmile

08
Jan15

De luto pelo mundo

(Imagem retirada da Internet)

 

Dou por mim a ouvir as notícias dos últimos dias e fico assustada. Não assustada com o agora, nem com o que se passou ontem, mas assustada com o amanhã. Não o amanhã, dia 9 de Janeiro, mas com o amanhã dos meus futuros filhos, com o amanhã de quando eu for mulher de meia idade ou idosa. Em que lugar se está a transformar este mundo?

Se durante anos lutamos incondicionalmente pela liberdade de expressão, agora lutamos pela vida, como os nossos antepassados lutaram há centenas de anos atrás. Mas mais que a vida, voltamos a lutar pela liberdade de expressão, pela liberdade de sair à rua sem medo, pela liberdade de falar sem represálias, pela liberdade de dizer 'não' quando todos dizem 'sim', pela liberdade de viver sem estas políticas hipócritas que 'só querem fazer o bem pela sociedade'.

A verdade é que tenho medo. Medo deste amanhã em que a batalha terá de ser travada por todas estas liberdades, novamente. Se um dia as conquistamos, vê-las agora desmoronarem-se à frente dos nossos olhos e que por qualquer jogo de interesses não consigo reagir. Talvez pela nossa família, talvez pela esperança em que tudo vá melhorar, talvez pela vontade cega de não ver o inevitável.Tenho medo. Medo deste mundo louco egocêntrico, em que primeiro eu e depois eu e só bem no fim da lista o outro. Medo das crianças que agora crescem com um conceito de liberdade do quero-posso-e-mando, afinal elas serão o meu futuro e o de todos nós. Tenho medo de não poder dizer aquilo que penso sem ter uma arma apontada à cabeça ou pior, à minha liberdade. 

Estes dias têm tornado estes meus medos cada vez mais reais. Este fanatismo, este 'eu tenho razão e mais ninguém pode ter'. Esta descrença na vida do outro e igualdade do direito à vida. Esta incompreensível situação em Paris. Esta incompreensível situação que dura décadas na Korea, ou até na Rússia. Esta incompreensível desigualdade entre homem e mulher ainda em tantos países. Este ridículo monopólio de bancos e países em busca de petróleo. Todas estas coisas parecem ter vindo a ganhar uma nova força, a criar um novo medo. Um medo que evito pensar, mas que tem sido impossível nos últimos dias. Esta inumanidade que tem existido cada vez mais frequentemente e que parece aumentar à medida que o tempo vai passando.

Tenho medo do mundo de amanhã. Tenho medo do percurso que ele está a tomar e sinto-me apenas um ser insignificante que começa a ficar amedrontada com todas estas coisas e que nada consegue fazer para reagir.

Hoje sinto-me assim de luto. De luto pelas vitimas em Paris. De luto pelas mulheres que não conhecem a felicidade. De luto por todos aqueles que não podem partilhar os seus pensamentos. De luto pelos que são diariamente manipulados por políticas egocêntricas. De luto por todos os que partiram devido fanáticos doentes por uma religião e que não conseguem ver para além deles próprios.

Hoje estou de tudo por todos. Hoje estou de luto pelo mundo.

 

P.S.: Liberdade: direito de nos comportamentarmos de acordo com as nossas crenças e valores, desde que não choquem com a liberdade de outrem. (Dicionário de Língua Portuguesa).

08
Out14

People Do Change

 (Imagem retirada da Internet)

 

Nos últimos tempos tenho pensado no quanto as pessoas mudam, variadíssimas situações me levam a pensar na distância que se cria entre pessoas que durante anos foram tão próximas. Surge o desconforto presencialmente, a ignoração virtualmente e as memórias vão começando a desaparecer gradualmente. A dúvida fica sempre, para quem repara nessa transformação, no 'porquê?'. Se numas situações consigo identificar as suas razões, noutras são-me totalmente desconhecidas, e é nessas que mais me custa aceitar essas alterações de relação. Dou voltas e voltas à cabeça e não consigo encontrar uma resposta fundamentada. 

Sou pessoa de reflectir mil vezes sobre essas situações e tentar sempre ver o ponto de vista do outro, mas tem-me sido tão difícil encontrar justificações que acabo por as atribuir à vida. O distanciamento dói e como odeio ser sempre eu a pessoa dar o primeiro passo para o quebrar, seja pessoal ou virtualmente, acabo por me contentar com estas situações. Noutras vezes sedo, mando o orgulho dar uma volta (ainda que isso me custe) e penso 'Já não falo com ele/a há um tempo, deixa ver se está online'. A conversa pouco se desenrola e de pessoal pouco tem. Depois pessoalmente (que já são raras as vezes) ainda é pior que virtualmente e acabo por entrar no jogo de ignoração que fazem comigo, fica-se pelo 'Tudo bem' e mais nenhuma sabe bem o que fazer. As relações humanas são tão complexas que por vezes sinto que o caminho mais fácil é mesmo não contrariar a corrente e comportar-me como os outros como se comportam comigo.

Sei que faz parte da vida a transformação, sei que faz parte as relações pessoais modificarem-se, sei que é necessária a mudança para se continuar a crescer, mas o porquê de algumas pessoas se afastarem sem aviso prévio? Porquê o desconforto que se cria entre duas pessoas sem existir um motivo aparente? Não sei dar uma resposta, sei que o que compensa são as pessoas que mudam, mas ajudam as suas relações pessoais a crescer também com quem sempre lá esteve.

Um enorme obrigada a esses amigos, que são tão poucos, mas que existem! 

28
Ago14

É a vida...

(Imagem retirada da Internet)

 

Em conversa com uma amiga, apercebemo-nos que a vida continua e às vezes perdemo-nos um pouco das pessoas que nos eram próximas. Arranjamos inúmeras desculpas para o afastamento, é a falta de tempo, é o trabalho que não tem fim, é o achar que vamos incomodar a outra pessoa ao enviar uma mensagem e há até aquelas vezes em que achamos que não somos tão importantes para a pessoa em questão como ela é para nós. Tentamos encontrar justificações para a falta de notícias, para a brevidade das conversas que só passam por um 'Olá! Está tudo bem?'. Pelas poucas vezes que nos cruzamos com elas apercebemo-nos de que a sua forma de ser e pensar mudou, até a própria forma de falar. E mais uma vez tentamos encontrar justificações, se calhar era por já não estarmos juntos há muito tempo, se calhar é porque anda com problemas e não quis falar ou se calhar está com pressa para cumprir as suas tarefas. Mas a verdade é que apenas consigo encontrar uma única justificação, é a chamada vida. A vida leva-nos a isso, a mudanças e mutações que por vezes nos passam despercebidas, mas que ao longo do tempo se vão mostrando mais fortes e que parecem já não valer a pena voltarmos a tentar viver as coisas como elas eram. Mudamos as prioridades e os sonhos, e nós próprios mudamos de uma forma tão subtil que quem nos rodeia não repara, mas quem nos vê uma vez por outra nota a diferença. É a vida que nos obriga a essas mudanças e a essas adaptações, é a vida que nos obriga a mudarmos a nossa forma de ser e viver, e acontece tudo de forma tão inconsciente que só quando a transformação está completa é que conseguimos olhar ao espelho e verificar o que realmente mudou. Uns casam, outros têm filhos, outros emigram, outros têm namorados e mudam a forma de ver o mundo. Mas acho que a vida é assim mesmo e hoje em dia estas transformações já não me custam tanto, porque no fundo penso que eu própria mudei, não sei apontar no quê e nem dizer ao que se deveu a transformação, mas talvez um dia o consiga fazer. E as coisas e pessoas que se vão perdendo pelo meio do percurso da vida umas vezes são substituídas, outras vezes apenas desaparecem do caminho, umas chegam a voltar, outras não, mas nunca serão esquecidas. Aquelas pegadas que por cá passaram jamais serão apagadas, se me esquecem? Acredito que sim, mas sei que eu não esquecerei.

A vida é assim, em constante mudança, apenas devemos ter a certeza que demos sempre o nosso melhor. E se não o fizemos foi porque não o soubemos fazer de outra forma. Dói sempre um bocadinho, e acho que as redes sociais hoje em dia nos fazem ficar nostálgicos mais facilmente ao ver como a vida dos outros avançou sem nós, mas por um lado acho que nos leva a lidar com a realidade de outra forma, pois fecho os olhos e vejo como a minha também se transformou.

Não há culpa nem culpados, simplesmente é a vida.

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