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Mar14

Dependência do telemóvel?

(Imagem retirada da Internet)

Nos últimos dias tenho participado nas aulas de uma formação (para melhorar o meu currículo e melhorar as minhas competências) e apercebi-me de uma coisa, a maioria das pessoas não consegue passar uma hora sem tocar no telemóvel. É um curso com pessoas de várias faixas etárias, de diferentes classes sociais e com diferentes níveis de escolaridade, mas apesar de todas estas diferenças têm em comum a dependência de um aparelho tecnológico: o telemóvel (ou smartphone, como lhe quiserem chamar).

Eu sou aquele tipo de pessoa que se esquece milhentas vezes do telemóvel no carro ou em casa, ou que me esqueço completamente de que o tenho em silêncio. Então, é comum ouvir (principalmente dos meus irmãos) 'Nunca atendes o telemóvel?', 'Mas tens telemóvel para quê?', 'Viste a minha sms? É que não respondeste!'. Já ouvi tantas vezes este tipo de comentários que tenho de admitir que já mudei a minha postura para com o telemóvel, até porque estou sempre à espera daquela chamada que me diga 'Estás empregada'.

Mas será que hoje em dia a nossa sociedade depende do telemóvel? Numa aula, em que temos à nossa frente um professor a transmitir informação, será correcto estar no Facebook ou a enviar/receber sms? E quando é o professor a mandar sms durante as apresentações dos alunos? Não haverá hoje um limite na utilização do telemóvel? Pelo que me tenho apercebido as pessoas não respeitam qualquer tipo de situação para recorrer ao telemóvel. Chegou-se ao ponto em que nos esquecemos das regras de educação e de boa etiqueta para darmos atenção a um objecto tecnológico e não aquilo que nos rodeia. O telemóvel tornou-se numa prioridade, levando pessoas a enviarem mensagens em qualquer situação e até a sairem do cinema para atenderem chamadas (isto quando não acontece dentro do próprio cinema...). Não existe nenhum momento do nosso dia 'sem telemóvel' e cada vez mais se demonstra uma dependência desse aparelho. Em contexto de sala de aula é terrível ver sempre pessoas às escondidas (ou à descarada) enviarem sms ou a fazer outros passatempos, mas noutros contextos a saga continua. Numa mesa rodeada de amigos são, inúmeras as vezes, que se observam todos (ou quase todos) agarrados aos telemóveis em vez de comunicarem entre si. Mas não é suposto os telemóveis promoverem a comunicação e a aproximação das pessoas? Penso que estes aparelhos tecnológicos têm vindo a criar o efeito oposto.

Mas seremos nós seres mais sociais com ou sem telemóvel? E a vossa opinião?

Fev14

Livros virtuais ou em papel?

(Imagem retirada da Internet)

Adoro livros, já não é segredo nenhum para ninguém. Mas a moda mais recente não são propriamente os livros enquanto objectos, mas sim ebooks. Ainda não consegui aderir a esse tipo de tecnologia. Sei que tem várias vantagens, nomeadamente ser mais barata e ecológica para as árvores, mas depois penso? Se tenho que carregar o aparelho não estou a recorrer a outro tipo de energia poluente? Por isso, não me parece que a maior vantagem dos ebooks seja o factor ecológico, mas sim o financeiro, em que a diferença de preços é brutal. Já tentei ler livros no tablet, mas não consigo. Apesar de usar óculos cansa-me demasiado os olhos e parece que as minhas mãos começam a ficar atrofiadas de estar tanto tempo a segurar numa coisa tão fina, sim, eu sei que são de mais fácil transporte e que cabe em qualquer lado. Mas para mim não há nada igual a um livro, livro físico e enquanto objecto.

Adoro pegar num livro e desfolhá-lo. Adoro tocar num livro novo e sentir as suas páginas imaculadas, é um estímulo para quase todos os sentidos humanos que possuo. O cheiro de um livro novo é incomparável e mesmo que seja um livro antigo não há nada que se compare ao cheiro do desfolhar as páginas de um livro. Adoro chegar ao fim de uma página e virá-la, mesmo que por vezes venha mais que uma junta. Adoro tocar na capa, de preferência os livros de capa dura, no fim de terminar um livro, é uma espécie de ritual. Toco-lhe como se dessa forma guardasse na minha memória todas as emoções que me provocou ao longo das suas páginas. E depois coloco-o na minha estante, um lugar que adoro observar e ver todos os livros que li ao longo da minha vida e como cada um esconde um segredo meu. Cada livro torna-se como uma fotografia da minha vida, ou de pelo menos algum espaço de tempo da minha vida, e por isso gosto tanto de livros. Sim, livro, o objecto físico.

E vocês preferem livros ou ebooks?

Dez13

Capturar o momento

(Imagem retirada da Internet)

Após ler o artigo 'Fotografamos muito e lembramo-nos de muito pouco' senti que alguém compreendia a visão sobre as câmaras fotográficas, os momentos e a maioria das pessoas da actualidade. Aqui há uns tempos escrevi sobre isso mesmo, as redes sociais e as tecnologias e como isso acaba por interferir na nossa vida. O artigo fala de uma psicóloga que andou a estudar isso mesmo, mas direccionado para a necessidade de fotografar. Hoje em dia não há ninguém que não tenha à mão uma câmara fotográfica e fotografa-se de tudo, comida ainda a cozinhar, a comida já cozinhada, o prato já vazio e a louça já acumulada. Fotografa-se o antes do concerto, o durante o concerto e no fim do concerto. Fotografa-se o canto da casa sem a árvore de natal, com a árvore de natal e com os presentes debaixo da árvore. Fotografa-se tudo e mais alguma coisa, mas a verdade é que acabamos por nos esquecermos de viver o momento. Esquecemo-nos de saborear as experiências já com o medo de as virmos a esquecer se não as fotografarmos, e com estes receios esquecemo-nos de viver e guardar na memória sentimentos e emoções que jamais poderão ser fotografados. Eu adoro fotografia, não me interpretem mal, mas acho que hoje em dia o valor que se dá à câmara fotográfica é maior do que se dá ao momento vivido e até à própria fotografia que ficará eternizada. Gosto de guardar memórias e eternizá-las, mas o que gosto mesmo é de as viver e depois conseguir recontá-las.

'... O olhar da mente e o olhar da câmara não é o mesmo.'