(Imagem retirada daqui)
Poupar é uma palavra muito presente no meu dia-a-dia, sempre o foi, mas quando começaram a surgir objectivos comuns com Ele, a necessidade de poupar passou a ser dos dois e não apenas de um. Para mim não foi difícil mudar alguns hábitos, outros já estavam adquiridos e no fundo, para quem nunca teve muito dinheiro, manter o foco num objectivo não foi a coisa mais complicada do mundo. Durante os últimos anos o foco foi a nossa vida a dois, após casar, o foco tornou-se a casa (e na minha cabeça, as férias!). Admito que durante os primeiros meses a coisa não foi fácil, cada um registava as suas despesas, mas no fundo não sabíamos bem se poupávamos e quanto gastávamos durante o mês, porque simplesmente nunca nos tínhamos lembrado de fazer as somas (coisa estúuuuupida!). Cada um de nós tem a sua conta, mas nas nossas cabeças as contas funcionam como uma só e o dinheiro de um é do outro, já desde a altura em que namorávamos e ainda nem em casar pensávamos. Sabíamos sempre mais ou menos os gastos de um e de outro, o dinheiro que existia na conta, mas a soma das despesas não era algo que fizéssemos.
Nos últimos meses começamos a apercebermos que não tínhamos a verdadeira consciência de quanto gastávamos em despesas doméstica, ele pagava umas coisas com o cartão dele, eu com o meu e no fim nunca nos tínhamos dado ao trabalho de fazer o total das contas. Ele dizia todos os meses que não andávamos a poupar dinheiro e eu tinha sempre a sensação que poupávamos, mas não sabia quanto. Até ao momento em que decidimos que as coisas não podiam ser assim, mantivemos as duas contas em separado (pelo menos até fazermos o empréstimo para a casa), mas os nossos hábitos tiveram de mudar ligeiramente. E como organizamos as nossas finanças juntos?
- Apontar todos os gastos nas aplicações, no telemóvel eu tenho uma aplicação, no dele Ele tem outra e cada um aponta as suas despesas. Seja da casa, do supermercado e não registámos despesas iguais. Afinal Ele continua a ter algumas despesas dele e eu minhas, não ia estar a chegar a casa e pedir para Ele registar a minha cabeleireira ou a minha depilação. Este registo de onde vai para o dinheiro é a opção mais eficaz para sabermos sempre onde andamos a gastar mais e menos.
- No fim do mês somar as despesas de ambos, sinceramente não sei como não me lembrei há mais tempo de o fazer. Aliás, acho estúpido o quão tarde me lembrei desta necessidade, mas no final do mês juntamos as nossas aplicações e conseguimos ter uma noção real de para onde vai o nosso dinheiro e se estamos a conseguir ou não poupar alguma coisa. No nosso caso, temos um caderninho preto onde é registado todos os valores por áreas, por exemplo, gasóleo, comida, supermercado, luz... e afins.
- Pensamos como se tivéssemos uma só conta, sei que nem todos os casais o fazem, mas para nós faz sentido. Não censuro um lado nem o outro, mas como os nossos objectivos são comuns não vemos sentido em pensar no meu dinheiro e no dinheiro dele, juntos vemos o nosso dinheiro.
- Dar a liberdade para os pequenos prazeres de cada um. Foi quando comecei a fazer as somas do fim do mês que me apercebi do dinheiro que Ele gasta em cafés e em apostas de euromilhões ou por aí além (nada de especial, mas para quem gasta 6€ por mês como eu, fez me confusão). Mas aceitei e, apesar de por vezes referir, compreendo que são os pequenos prazeres dele, assim como eu tenho os meus, um livro de vez em quando, uma esteticista e outras pequenas coisas onde Ele não gasta dinheiro.
- E juntos decidimos fazer na mesma o nosso porquinho mealheiro para as férias, ponto onde temos tendência a discordar no orçamento. Como a coisa não estava fácil, decidimos colocar num mealheiro todas as moedas de 2€ que surgem nas nossas mãos e todo o dinheiro que Ele vai ganhando em apostas tem o mesmo destino, esse dinheiro? Irá para as nossas férias, sabemos que não dará para as férias totais, sabemos também que poderemos não conseguir juntar muito dinheiro em apenas alguns meses, mas o que vier será para ajudar nas férias e o que vier é bom.
Estes métodos de organização financeira têm funcionado connosco, não quer dizer que funcionem com todos os casais e até pode ser que muita gente discorde do que fazemos, mas para nós tem sido uma boa forma de organizar as nossas finanças em conjunto. Mensalmente não conseguimos estipular um valor para juntar ou para poupar, há os meses dos aniversários, há meses em que os dois carros decidem ir espontaneamente ao mecânico e até há aqueles meses em que tivemos de gastar mais no supermercado do que no mês anterior. O que tentamos sempre é ser muito ponderados nas nossas decisões e compras para conseguirmos poupar o máximo possível todos os meses. Se há meses em que não poupamos? Sem dúvida alguma, mas há outros meses em que compensam as poupanças.
E sugestões desse lado?