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justsmile

23
Abr18

Os livros da minha vida

(Imagem retirada daqui)

 

       Ao longo da minha vida os livros foram ganhando uma relevância cada vez maior. Quando aprendi a ler, lembro-me de ao domingo querer ver logo a parte infantil da revista da minha mãe para ver as suas histórias. Mais tarde, quando o meu irmão me ofereceu À Procura do Mercador de Areia, lembro-me da confusão que aquela história me fez, mas do sabor doce que me deixou nos lábios. Aquele livro tão estranho, sobre um homem que procura uma areia para poder dormi, deixou em mim a vontade de conhecer outros mundos, de conhecer outras histórias. Dei então por mim aos 7 anos a pedir livros como prenda, todo o tipo de livros, com desenhos, sem desenhos e tudo começou porque um dia o meu irmão se lembrou de me trazer um livro da faculdade. E assim começou a minha relação com os livros, uma pequena paixão que viria a crescer com o tempo e que viria a tornar-se no meu maior refúgio. Sem dar pela coisa, ao longo da minha vida, os livros tornaram-se também parte da minha história. Este foi apenas o início.

      O diário de Anne Frank entrou na minha vida no início da adolescência, com 12 anos, e foi ela que me fez apaixonar por uma parte da história mundial que ainda pouco conhecia. Lembro-me de sentir a empatia por ela, com as suas palavras, com o seu diário, eu que escrevia também um diário desde os 7 anos e que 'sofria' as causas normais de alguém da idade, tal como ela. Ganhei um amor inestimável àquele livro, que já tinha sido das minhas tias e O diário de Anne Frank foi o livro que mais vezes li. Li quando precisava de relembrar o quão boa pode ser a vida, li quando voltei a precisar de me lembrar que há muito mal na humanidade, mas também há sempre alguém de bem. O diário de Anne Frank foi aquele livro que deu início a uma nova paixão pelos livros, os livros de história, os livros baseados em factos reais e os livros sobre a II Guerra Mundial que eu tanto gosto de ler.

       O tempo foi passando e houve uma altura da vida em que me senti perdida. Estava no pico da adolescência, 16/17 anos e com tantos problemas familiares perdi-me em mim mesma. Não lia muito na altura, o hábito tinha-se perdido algures no tempo, no cansaço, na rotina e nos problemas e foi quando me deparei com A Rapariga que Roubava Livros. Foi este livro sobre o refúgio de uma rapariga nas palavras dos outros que me trouxe de novo uma paixão que estava apenas adormecida. Ao ler as suas palavras, a forma como os livros lhe mexiam com os sentimentos e como a faziam viajar que me lembrei porque precisava tanto dos livros na minha vida. Para mim própria, os livros eram o meu refúgio, apenas me tinha esquecido, apenas tinha deixado adormecido este gosto que tão bem me fazia. Este livro fez simplesmente lembrar-me de que os livros eram a minha tábua de salvação.

       A vida vai tendo os seus altos e baixos, as rotinas vão mudando, as prioridades também e quando andei na universidade a vida estava tanto do avesso que o tempo para os livros tinha-se dissipado. Estava demasiado focada em tirar um curso que tudo o resto à minha volta se tinha perdido, inclusive eu mesma. Em 2012 senti o meu fundo emocional. Entrei num modo automático e que só me dava para chorar. Era muita a pressão, imposta pelos outros e por mim mesma, era muito o trabalho, eram muitos os problemas em casa e fui descendo, descendo até me sentir num lugar escuro. Foi Quando Estiveres Triste Sonha que surgiu na minha vida, um presente da minha irmã, pela altura dos meus anos. Um livro de bolso que me começou a acompanhar nas viagens de comboio e que me trouxe à realidade. Outro livro sobre a II Guerra Mundial que me fez lembrar que a vida é muito mais que tristeza, que a vida tem coisas boas, por muito negras que pareçam, e que vamos sempre a tempo de sonhar. Com este romance tão simples, tão doce, relembrei-me de que posso sonhar. Foi então aí que a minha vida começou a mudar, que senti a mudança na minha pele, que senti a necessidade de ser quem sempre queria ter sido. De uma forma tão simples, um livro fez-me lembrar que a vida é aquilo que queremos fazer dela. E a partir daí nunca mais abandonei os livros. A partir deste momento compreendi que os livros iriam sempre ser a minha terapia, a minha salvação e o meu refúgio neste mundo de loucos.

       Neste dia mundial do livro penso na importância que estes simples livros tiveram na minha vida. Não são livros de grandes autores, alguns nem estão no topo dos melhores livros do mundo, mas foram todos eles que me revelaram a importância de ler na minha vida. Foram todos eles que me fizeram compreender como os livros são a melhor forma de lidar com a vida, a melhor forma de aprender a viver. Estes são realmente os livros da minha vida, da minha própria história. E que livros fazem parte da vossa história?

13
Jan17

Ele #6

ele.jpg

Só Ele tem aquele jeito de me braçar e de me fazer sentir protegida do mundo quando estamos deitamos no sofá, num dia banal a ver televisão.

Só Ele tem aquele jeito de me dar a mão em plena rua e de ma apertar com força, só porque sim, só para sentir que está ali, perto de mim.

Só Ele tem o hábito de me abrir caminho no meio da multidão por saber a confusão que isso me faz.

Só Ele faz comigo aquela troca de olhar quando ouvimos o mesmo comentário, não respondemos, mas em que sabe precisamente o que estou a pensar.

Só Ele tem o conforto de falar no futuro, da vida que viremos a ter em comum, com uma tamanha segurança na voz que me transmite a maior das tranquilidades.

Só Ele me faz sentir feliz, daquele jeito de sorriso tolo, de coração aconchegado e com a vontade constante de o abraçar apenas porque sei que é meu.

Só Ele me fez reorganizar a vida e as minhas prioridades, apenas para sermos dois e não um.

Só Ele me fez dizer a palavra 'amor' em voz alta com a maior das naturalidades. Sem constrangimento na voz, sem desconforto, apenas 'amor'.

Só Ele me fez acreditar que as sextas-feiras 13 são sinal de bom agoiro, só Ele mudou a minha sorte numa sexta-feira 13.

 

 

21
Jun16

Há livros que nos prendem, mas depois...

(Imagem retirada daquis)

 

Vem a realidade e tira-nos daquele mundo maravilhoso.

Há livros que nos envolvem nas próprias palavras, que nos prendem de tal forma que sentimo-nos como se fossemos figurantes do enredo. Há livros em que nos lemos neles próprios, que nos ajudam a aclarar as nossas ideias, que transmitem por palavras aquilo que durante anos não conseguimos dizer. E de repente, ali está, tudo aquilo que queríamos ter dito um dia. Há ainda aqueles livros em que nos fazem desligar do mundo (não fazem todos?), que nos levam para uma outra dimensão em que tudo é diferente, não perfeito, mas com um toque de doce e mistério. Os livros não são perfeitos, não têm sempre as personagens que mais gostamos, não têm aquelas paisagens paradisíacas e muitas vezes nem o final que imaginamos, mas têm tudo para serem perfeitos. Fazem-nos viver mil e uma personagens e em cada uma delas conhecer um bocadinho de nós próprios. Fazem-nos viajar e ainda ter a vontade de percorrer determinadas ruas, sentir determinados cheiros e sabores. Os livros fazem-nos sonhar, fazem-nos relaxar, fazem-nos sentir bem, felizes, mesmo que um livro seja muito triste.

Mas depois? Depois vem a vida real, desliga-se o botão do mundo fantástico e volta-se a olhar para o relógio e já está na hora de voltar ao trabalho.

 

P.S.: Isto porquê? Porque ando há 3 dias a tentar ler as 40 últimas páginas de um livro perfeito!

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