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justsmile

18
Ago17

Destralhar as memórias

(Imagem retirada daqui)

 

Sempre fui uma pessoa que se agarrou às memórias, desde bem novinha. Sempre me imaginei sentada na cadeira de baloiço, no alpendre da casa, com o cabelo já grisalho e a pegar numa caixinha de memórias que tinha vindo a acumular ao longo da vida. Desde que me lembro que fui acumulando cartas do dia dos namorados, bilhetes de passeios escolares, fotografias dos amigos da primária e até aquela folha que um dia encontrei no chão já no regresso a casa. Quando dei por mim, nas últimas arrumações que tenho abraçado nesta viagem pelo minimalismo, já tinha três ou quatro caixas de memórias. Como era possível com 26 anos já ter tantas caixas de memórias? Pareceu-me algo surreal. Completamente absurdo, afinal ainda não tinha vivido tanto assim! Há anos que não mexia naquelas caixas, estavam para lá atiradas ao pó e a ocupar espaço desnecessariamente. Decidi abri-las, uma a uma e investigar o que nelas havia. E encontrei coisas desde a época em que andava na primária. O meu primeiro diário, bilhetes da minha primeira viagem, o papel de candidatura à universidade. A primeira rosa, a primeira carta de amor, as fotografias de amigas da época, conchas e até recortes de jornais. No meio de tanta coisa havia outra tanta que já nada me significava. Em tempos, na esperança de nunca me esquecer de nada, guardei aquelas pequenas preciosidades como sendo parte de mim, hoje ao vê-las pareciam-me vazias e insignificantes. Algumas, trouxeram-me uma saborosa nostalgia. As cartas em código trocadas com as amigas. O postal de natal da mãe. A carta da avó e até aquele passeio da escola a Barcelona. Decidi então que estava mais que na altura de seleccionar aquilo que eram realmente memórias, daquilo que simplesmente tinha o vazio em si. Lixo, encontrei muito lixo nessas três caixas e do nada, no meio de uma vontade de destralhar, de me livrar do que não interessa e do que não faz parte de mim separei-me de muitas coisas que um dia achei que viria a querer recordar. Enchi dois sacos de lixo e muito papel foi parar à reciclagem. E voltei a sentir aquela sensação de leveza que tanto tenho apreciado com esta minha aventura no minimalismo. De três caixas passei a uma, há coisas que eram impossíveis de desaparecer da minha vida, mas outras para nada serviam. Porque raio ia querer guardar o meu primeiro relógio todo partido e que nem funcionava? E o meu primeiro terêrê? Se em tempos não sabia o que valia apenas guardar como memórias, hoje sei.

Sou feita de memórias, sempre o disse, mas ontem aprendi que posso seleccionar as memórias que quero que continuem a fazer parte de mim. Quero as memórias boas, quero as memórias daquelas pessoas que saíram sorrateiramente da minha vida, mas que deixaram a sua marca. Quero manter a parte boa de mim. Quero manter os meus diários que nunca deixaram de ser escritos desde os sete anos. Quero manter aquele postal da mãe que me traz uma lágrima boa. Quero guardar aquele bilhete daquele dia memorável da queima. Quero apenas guardar o que me faz bem, o que me faz sentir completa. O resto? O resto pouco importa. O resto não precisa de ocupar espaço, prefiro um dia vir a preenchê-lo com coisas ainda melhores.

Hoje sei que quando for velhinha e estiver no alpendre, com um chá na mão e a brisa do fim do verão me remexer os cabelos grisalhos, ao abrir aquela caixa, vou só encontrar coisas boas.

 

01
Fev17

A minha opção preferida no Facebook

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Apesar de já ter sobrevivido um mês sem Facebook e de cada vez menos lhe dar importância, gosto de lá passar para ver as últimas novidades de empresas, lojas e notícias de páginas que sigo. No entanto, ao longo do tempo fui adicionando páginas e páginas de coisas que em nada me dizem. Desde procura de casas (que neste momento já não faz parte do meu interesse) a páginas de materiais de Terapia da Fala que neste momento me são praticamente inúteis. Até adicionei todas as sugestões de páginas que me davam, ou de amigos que me convidavam para gostar. Por vezes, fazia-o mais por solidariedade do que propriamente por interesse. É verdade que em tempos essas páginas me poderão ter sido úteis, mas como tudo na vida, a fase passou e agora simplesmente me incomodavam. Tinha tanto, mas tanto lixo visual no feed do meu Facebook que por vezes desistia de o abrir apenas por isso, para não ver coisas que não me apeteciam. Até ao momento em que aprendi uma das melhores opções que já vi no Facebook 'Ocultar tudo de...'

Et voilá! Fez-se luz na minha vida! O meu Facebook está limpo (ou pelo menos vai ficando) e começo apenas a ver coisas que me são essenciais e úteis para o meu dia-a-dia. No meio de todas aquelas coisas desinteressantes voltei a ver as sugestões de receitas que tanto gostava, as ideias de decoração e de construção que me levam a idealizar a casa perfeita. Finalmente, depois de começar a limpar o meu feed consegui voltar a ver as notícias que realmente me interessam e até consigo ver mais publicações de amigos. Tudo o que já não me é útil, interessante ou que simplesmente me é aborrecido leva com a opção de 'ocultar tudo...'. A informação fica apenas para mim, mais ninguém fica a saber o que sigo ou deixo de seguir, mas finalmente começo a seleccionar e a filtrar as coisas que quero.

Hoje é o dia em que cada vez que vou ao Facebook raramente não uso o botão de 'ocultar tudo'. É uma espécie de destralhar tudo o que não me interessa, quase como um processo de minimalismo. Digam lá que não é um botão fantástico!

 

12
Out15

Não gosto de ver...

(Imagem retirada da Internet)

 

...Lixo televisivo.

Dou por mim a ver cada vez menos televisão. O único momento do dia em que olho atentamente para a televisão é quando Ele se senta ao meu lado no sofá e vemos algum programa, menos ou mais apreciado. Deixei de seguir séries na televisão por várias razões, ou são episódios repetidos ou estão sempre a alterar os horários. Já não vejo, ou pelo menos evito, ver o telejornal porque são só atentados, homicídios, pobreza e politiquices. Não vejo novelas porque não gosto de programas cheios de drama que tentam imitar uma realidade completamente irreal. Até filmes é raro ver porque na verdade já deram mil vezes ou são de pancadaria, tipo de filme que não me atrai minimamente. Mas pior do que esta programação toda são os reality-shows que parecem nunca mais ter o seu fim. Não, não estou a falar de concursos de cultura como 'Quem quer ser milionário' ou 'Biggest looser' (que nem me lembro do nome em português), mas aqueles que a TVI adora passar. Desde Big Brothers, Casa dos Segredos e agora A Quinta. Não consigo perceber a essência destes programas (que desconfio que tenham alguma) e muito menos consigo compreender os seus sucessos. São programas que adoram promover a ignorância, a promiscuidade, a sexualidade excessiva e a futilidade. Não consigo compreender como são topo de audiências, quando alguns dos participantes nem sabe onde fica África ou se África é um país. Não consigo compreender as gargalhadas por eles promovidas, visto eu achar chocante os comportamentos dos participantes. Não existe qualquer factor de ética, educação ou cidadania, pelo contrário, estes programas promovem exactamente as características opostas. Para mim, são chamados de lixo televisivo. Enchem diariamente as programações, utilizam horários nobres para obterem audiências e ainda procuram a participação dos espectadores. Não, não culpo o canal televisivo, pois no fundo o que ele quer é agradar o 'povo' o que me choca é como o povo vai nestas conversas e neste tipo de programação.

Estaremos nós, ao assistir a estes programas a compactuar e promover com uma sociedade cada vez mais ignorante, cada vez mais fútil e promiscua? Afinal, são os exemplos televisivos e de sucesso que os mais pequenos querem seguir.

Eu aqui admito, odeio este tipo de programas e fico sempre admirada (ligeiramente chocada) quando pessoas cultas o apreciam, pois para mim não passam de lixo televisivo.

E vocês? Que acham?

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