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justsmile

04
Jul15

A Bibliotecária de Auschwitz (11/15)

(Imagem retirada da Internet)

 

Forte. Duro. Comovente. Verdadeiro. 

São estas as quatro palavras com que consigo descrever este livro que tanto me comoveu (e está visto que não sou uma pessoa de se comover facilmente). 'A Bibliotecária de Auschwitz' é uma história verídica, que por si só, prende qualquer leitor às suas páginas, apenas ao tentar imaginar a vida dos prisioneiros deste campo de concentração aterrador. Não é um livro para fracos, para pessoas que choram com demasiada facilidade ou que não conseguem acreditar na dureza da raça humana. Não é um livro para quem tem facilmente pesadelos e muito menos um livro para pessoas que não conseguem ouvir falar em violência ou em morte. Este livro tem todas estas características e mais algumas, mas tem algo que supera todas elas, a esperança e a coragem. Aliadas, transformam o leitor numa espécie de 'esperancista' num mundo melhor, pois se alguém que por lá passou conseguiu manter estas duas capacidades, como podemos nós não conseguir no dia-a-dia tão confortável que temos em comparação?

Esperança e coragem, são realmente as palavras de ordem de Dita, a famosa bibliotecária que consegue manter debaixo dos narizes dos nazis uma biblioteca que ensina as crianças a sonhar e a conhecer o mundo em plena guerra. As tristezas da vida de Dita são partilhadas em meras páginas, mas são as suficientes para conseguirmos compreender o interior de Auschwitz e nas atrocidades que os nazis cometeram. Há algo ao longo de toda a história que traz a esperança, que ensina a esperança e esse algo são os livros. Os livros que dão uma outra visão do mundo no campo familiar às crianças, livros que Dita esconde como se fossem a sua própria vida e é a eles que se agarra para conseguir sobreviver. A eles e às suas fantasias, que a transportam para um local melhor que a guerra e que ainda assim a ensina a ser paciente e conseguir ter esperança.

A minha opinião sobre o livro é simples, fabuloso. Não sou de lágrima fácil e aguentei-as todas até ler as últimas páginas, quando o autor nos fala do pós-guerra e no que Dita ainda teve de enfrentar, mesmo como uma mulher livre. O livro prendeu-me da primeira à última página, mas admito, demorei mais a lê-lo por um simples facto: tinha de arranjar estômago de cada vez que pegava nele. A escrita é simples e leva-nos imediatamente para a guerra e foi esse transportar que tanto me custou, pois as suas descrições eram tão boas que me sentia envolvida numa escuridão que é impensável nos dias de hoje. Foi uma história real, mas que ainda hoje tenho dificuldade em conseguir compreender como pôde alguém simplesmente querer aniquilar um povo com uma crença. Este livro ensinou-me ainda mais sobre a guerra, ensinou-me ainda mais sobre as capacidades humanas e sobre a necessidade de termos esperança. 

No fim a lágrima correu-me no rosto, porque finalmente Dita era livre.

 

"Ao longo da História, todos os ditadores, tiranos e opressores, fossem arianos, negros, orientais, árabes... tiveram uma coisa em comum: todos, sem excepção, perseguiram os livros com uma sanha feroz. Os livros são perigosos, fazem pensar."

 

25
Abr15

No dia da Liberdade de Portugal

(Imagem retirada da Internet)

 

A liberdade, tema sempre muito falado nesta casa no 25 de Abril, no dia da liberdade de Portugal. Época mais que vivida pelo pai que presenciou o dia da liberdade como militar, época em que as cartas eram trocadas entre o pai e a mãe, um em Coimbra na tropa e o outro em terrinhas pequeninas do norte. Uma vitória, dizem eles, uma diferença enorme, em que a liberdade nos trouxe a vida e melhores condições de trabalho. Ainda hoje é o dia que os dois defendem a liberdade, mas hoje é o dia em que a vêem um bocadinho mais escura, mais condicionada com as limitações que o nosso país nos dá, não de expressão (apesar de haver em outros contextos que não o meu), mas de opções de qualidade de vida. Pertenço a uma casa em que a liberdade é defendida com unhas e dentes, até ao momento em que essa condicione a liberdade de opção de alguém (mas isso já tem a haver com o próprio conceito de liberdade).

Sou uma defensora da liberdade, mas também das oportunidades. Não me imagino a conseguir viver na época de Salazar, não me imagino de todo a tentar manter a minha boca calada quando vejo tanta parvoíce à minha frente e só por isso admiro quem a conquistou. Admiro e felicito quem nos deu esta liberdade de falarmos, de fazer greve, de discordarmos de opiniões e de nos dar a opção de dizer sim ou não, e ainda mais a liberdade de fazermos escolhas.

O que me impressiona? Muitos dos meus doentes terem-me ontem referido que pouco mudou, que nada se transformou e que tudo piorou. Falaram na corrupção, em todas as coisas más que temos no nosso país, mas esqueceram-se das boas. Esqueceram-se das pessoas que não são presas por falarem, que não são repreendidas por pertencerem a outro partido político (apesar das represálias). Esqueceram-se que hoje muitos jovens conseguem estudar, que temos acesso à saúde e que a escravidão obtida pelos patrões está mais que diminuída. Esqueceram-se que há mais televisões e que as opiniões divergentes não implicam a violência.

Hoje no dia da liberdade vamos lembrar aquilo que conquistamos, aquilo que conseguimos de bom e pensar que a mudança é feita por nós como foi em 1974.

E viva a liberdade!

22
Abr15

Os livros na minha vida

(Imagem retirada da Internet)

 

Em véspera do Dia do Livro pus-me a pensar na importância que os livros têm na minha vida. Não num livro em específico, mas nos livros. Decidi então pesquisar o que já por aqui falei de livros e deparei-me com alguns textos sobre o meu gosto pela leitura e até com livros que nem me recordava que havia lido. Em véspera do Dia do Livro, parei para pensar no significado de um livro para mim. Parei e cheguei a algumas conclusões.

Em pequena tinha uma tia que me oferecia imensos livros, na adolescência a lista de pessoas a oferecerem-me livros aumentou e acabei por ganhar gosto na leitura. A minha mãe diz que, antes de aprender a ler, a estava sempre a chatear para me ler livros e histórias e que uma das melhores coisas, para ela e para mim, foi quando comecei a ler sozinha, os domingos à noite passaram a ser santos para a minha rica mãe. Ao longo destes meus 24 anos de vida li de tudo, policiais, históricos, clássicos, romances, ficção-científica, entre outros. Alguns odiei, outros adorei, outros marcaram-me para o resto da vida, mas todos eles me criaram todo o tipo de emoções. E é este o encanto dos livros na minha vida, cada um deles, à sua maneira, criou em mim sentimentos que enquanto Just Smile poderia não experienciar. Todos os livros que li deram-me conhecer pessoas e mundos com os quais posso nunca me vir a cruzar. Todas aquelas palavras, todas as suas linhas, todas as suas páginas criaram em mim algum tipo de emoção que me ajudou a transformar na pessoa que hoje sou. Estes últimos dezoito anos entre leituras, mudaram a minha maneira de pensar e de ver o mundo, que sozinha nunca teria conseguido. Os livros têm realmente esse poder em mim. Em tempos usava os livros como meio de me abstrair dos meus problemas, para conseguir dormir tranquilamente. Noutras alturas usava-os como refúgio, em que tudo o que lia me fazia sentir melhor do que eu própria. E hoje leio pelo simples prazer de escapar da realidade e desligar-me do mundo, de ter aquela capacidade de viver a vida de alguém.

Entrar num livro é como enfrentar um novo mundo, um bem longe do meu. É conhecer realidades que nada têm a haver com a minha. É desligar a ficha da minha vida e entrar numa viagem que nunca sei o rumo que irá tomar. Entrar num livro é uma verdadeira aventura, poder ser maravilhosa, pode ser horrorosa, ou até assim-assim, mas será sempre uma viagem.

Os livros fazem-me bem à saúde, ao corpo e à alma.

E agora questiono, o que é para vocês a palavra 'livro'?

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