A Bibliotecária de Auschwitz (11/15)
(Imagem retirada da Internet)
Forte. Duro. Comovente. Verdadeiro.
São estas as quatro palavras com que consigo descrever este livro que tanto me comoveu (e está visto que não sou uma pessoa de se comover facilmente). 'A Bibliotecária de Auschwitz' é uma história verídica, que por si só, prende qualquer leitor às suas páginas, apenas ao tentar imaginar a vida dos prisioneiros deste campo de concentração aterrador. Não é um livro para fracos, para pessoas que choram com demasiada facilidade ou que não conseguem acreditar na dureza da raça humana. Não é um livro para quem tem facilmente pesadelos e muito menos um livro para pessoas que não conseguem ouvir falar em violência ou em morte. Este livro tem todas estas características e mais algumas, mas tem algo que supera todas elas, a esperança e a coragem. Aliadas, transformam o leitor numa espécie de 'esperancista' num mundo melhor, pois se alguém que por lá passou conseguiu manter estas duas capacidades, como podemos nós não conseguir no dia-a-dia tão confortável que temos em comparação?
Esperança e coragem, são realmente as palavras de ordem de Dita, a famosa bibliotecária que consegue manter debaixo dos narizes dos nazis uma biblioteca que ensina as crianças a sonhar e a conhecer o mundo em plena guerra. As tristezas da vida de Dita são partilhadas em meras páginas, mas são as suficientes para conseguirmos compreender o interior de Auschwitz e nas atrocidades que os nazis cometeram. Há algo ao longo de toda a história que traz a esperança, que ensina a esperança e esse algo são os livros. Os livros que dão uma outra visão do mundo no campo familiar às crianças, livros que Dita esconde como se fossem a sua própria vida e é a eles que se agarra para conseguir sobreviver. A eles e às suas fantasias, que a transportam para um local melhor que a guerra e que ainda assim a ensina a ser paciente e conseguir ter esperança.
A minha opinião sobre o livro é simples, fabuloso. Não sou de lágrima fácil e aguentei-as todas até ler as últimas páginas, quando o autor nos fala do pós-guerra e no que Dita ainda teve de enfrentar, mesmo como uma mulher livre. O livro prendeu-me da primeira à última página, mas admito, demorei mais a lê-lo por um simples facto: tinha de arranjar estômago de cada vez que pegava nele. A escrita é simples e leva-nos imediatamente para a guerra e foi esse transportar que tanto me custou, pois as suas descrições eram tão boas que me sentia envolvida numa escuridão que é impensável nos dias de hoje. Foi uma história real, mas que ainda hoje tenho dificuldade em conseguir compreender como pôde alguém simplesmente querer aniquilar um povo com uma crença. Este livro ensinou-me ainda mais sobre a guerra, ensinou-me ainda mais sobre as capacidades humanas e sobre a necessidade de termos esperança.
No fim a lágrima correu-me no rosto, porque finalmente Dita era livre.
"Ao longo da História, todos os ditadores, tiranos e opressores, fossem arianos, negros, orientais, árabes... tiveram uma coisa em comum: todos, sem excepção, perseguiram os livros com uma sanha feroz. Os livros são perigosos, fazem pensar."