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(Imagem retirada da Internet)

E pronto, depois de ter estado nas filas das Finanças, da Segurança Social e do IEFP, encontro-me oficialmente desempregada pela segunda vez na minha vida, num total de dois anos de licenciada. O mais engraçado? Ainda agora me tornei desempregada e as aventuras do IEFP já começaram.

- Que deseja?

- Queria alterar o meu estado para desempregada. - já eu preparadinha com o papel na mão.

- Muito bem, estava como secretária de escritório?

- Quem? Eu? - por momentos pensei que a senhora estivesse a falar para outra pessoa.

- Sim, não estava a trabalhar num escritório?

- Eu não, estava a trabalhar como terapeuta da fala. - o meu ar de parva foi demasiado grande.

- Estranho, mas já trabalhou como secretária?

- Não, nunca na vida.

- Tem a certeza? - acho que se tivesse trabalho como secretária eu me lembraria.

- Sim, trabalhei numa fábrica mas já há muitos anos.

- Nem antes deste último emprego trabalhou como secretária?

- Não, nunca na minha vida trabalhei como secretária e nos últimos anos apenas como terapeuta da fala. - hajam boas informações no IEFP.

Ainda hoje é o primeiro dia de desempregada e as aventuras já começaram com o IEFP, estas já começam a ser demasiado recorrentes.

E que comece a saga!

(Imagem retirada da Internet)

Antigamente, em tempos longínquos, tempo dos nossos pais e dos nossos avós, poupava-se para concretizar sonhos. Poupava-se para casar. Poupava-se para construir uma casa. Poupava-se para comprar um carro. Poupava-se para fazer umas férias. Até para a reforma se poupava. Hoje? Hoje eu poupo para ser desempregada.

Dentro de algumas semanas volto a fazer parte das estatísticas, como há quase um ano atrás. Volto à rotina de entregar e enviar currículos (tarefa que hoje já se iniciou). Volto novamente a minha atenção para as chamadas de número desconhecido que surgem no ecrã do telemóvel e volto a contar todos os cêntimos e mais alguns. Voltam os sonhos a ficarem estagnados e a ambição única de encontrar um emprego na minha área de formação. Voltam as corridas para o IEFP e a Segurança Social e até para as Finanças. 

Se antigamente se poupava para uma vida, hoje poupo para voltar a ser desempregada.

(Imagem retirada da Internet)

Desde Fevereiro que ando numa saga que parece nunca mais ter fim com o IEFP e quando penso que ela está terminada, dão-me eles sinais de vida, como quem diz 'Não nos esquecemos que te inscreveste em cursos no IEFP'.

Em Agosto de 2014 escrevi este post sobre os cursos que fui 'obrigada' a inscrever-me no IEFP enquanto desempregada, no entanto (e graças aos deuses que me impediram de enlouquecer!), alguns meses consegui um emprego a recibos verdes e num dos (muitos) vales postais do IEFP coloquei a cruz no 'Empregada' e 'Sim' para a questão de me manter inscrita no IEFP e à procura de emprego (visto estar a recibos verdes).

Em Fevereiro deste ano recebi uma carta a convocar-me para uma reunião por causa dos cursos que me tinha inscrito, liguei para lá a informar que já tinha enviados os vales postais duas vezes e que estava empregada. A senhora informou-me que teria de enviar um email e assim o fiz. Três dias passaram e não obtive resposta, liguei novamente e resultado? Não tinham visto o email e a senhora afirmou que tinha actualizado a minha ficha no sistema.

Em Março, semana passada, recebi outra convocatória a informar-me que um dos cursos ia começar esta semana. Depois de duas chamadas, um email e dois vales postais achei que seria melhor dirigir-me directamente ao IEFP da minha zona para resolver a situação que já me estava a tirar a paciência. O senhor que me atendeu foi tão apático que não consegui reproduzir o 'raspanete' que tinha preparado na minha cabeça, ainda assim disse para não me preocupar que tinha actualizado (novamente) a minha ficha e que não teria mais problemas.

Qual não é a minha admiração quando hoje me ligam de manhã, em pleno horário de trabalho do IEFP! Atendo e uma senhora do outro lado da linha 'Não recebeu uma convocatória para vir cá hoje?'. Bom, naquele momento a minha paciência terminou e resolvi dar o 'raspanete' que já estava mais que preparado e prontinho na ponta da língua.

- Depois de um email, duas chamadas e dois vales postais fui aí na sexta-feira passada re-informar que já estou a trabalhar e ainda assim liga-me hoje a dizer que não compareci? Mas afinal que se passa? Vocês não vêm processos e não falam uns com os outros? - admito, a minha paciência tinha mesmo terminado.

- Ah, deixe-me verificar a situação. - a senhora ainda utilizou aquele tom de voz de superioridade, como se a parvinha fosse eu. - Pronto, verifica-se.

- É preciso fazer mais alguma coisa para que esta situação fique resolvida, é que ao fim de cinco vezes torna-se ridículo! - Ao que a senhora me responde que não e me desliga o telefone na cara.

E agora? É ver se a saga teve finalmente o seu fim, ou se ainda haverá um novo capítulo!

P.S.: Mas que raio se passa com esta gente e com este país?