Caramba, já são 30!
(Imagem retirada daqui)
E lá vão 3 décadas desde que num domingo solarengo a Just decidiu vir ao mundo, a terceira e a mais nova numa família de loucuras e aventuras inesperadas que tanto me vieram caracterizar enquanto pessoa. Hoje faço 30 anos e a lista dos pré-30 pode até ter sido um verdadeiro fiasco com a chegada do vírus que nos veio atormentar a vida, mas sinto-me orgulhosa da pessoa que me vim a transformar ao longo destes 30 anos, do que aprendi para chegar até aqui. Hoje gosto de mim como nunca gostei e sei aquilo que quero e o que não quero, o que gosto e o que não gosto e para onde quero ir. Hoje sei que sou uma mulher decidida, que posso por vezes caminhar devagar, mas que acabo por chegar ao meu desejado destino. Hoje sei que fui abençoada com todas as pessoas que passaram pela minha vida, mesmo que agora não façam parte dela, mesmo que me tenham magoado pelo caminho ou até que simplesmente me tenham aborrecido, mas fizeram de mim uma melhor pessoa.
Chego aos 30 com a tranquilidade que sempre desejei, com a vontade de ser mais e melhor. Cheguei aqui com a capacidade de me auto-avaliar, de me fazer crescer, de me reconhecer e não é isso que mais desejamos? Chego aos 30 com a pele tão bonita como nos 20s (benditos cremes!), com o corpo melhor que os 25 e com uma confiança maior do que nas últimas três décadas. Chego aos 30 sem ter receio do que os outros acham da minha roupa, dos meus três pares de calçado ou dos meus brincos com bonecos. Chego aos 30 orgulhosa das minhas estrias e sem problemas de mostrar as pernas como tinha aos 16 anos. Chego aos 30 sem problemas de continuarem a achar que estou na entrada da casa dos 20s. Entro nesta nova década sem vontade de voltar à casa dos 20s, sem vontade de andar para trás e com o desejo de ver o presente e o futuro a cada dia que passa.
Chego aos 30 sem problemas de dizer que sou teimosa, com a mania das arrumações, que gosto de Yoga (quem diria, para uma antiga jogadora de andebol isto é bastante estranho), de um bom copo de vinho e de um filme meloso que não me obrigue a usar o cérebro, mas que me mexa com as emoções. Não tenho vergonha de dizer que como chocolate todos os dias, que canto sozinha no duche, em casa e que até me ponho a dançar descalça enquanto cozinho como se ninguém estivesse a olhar (e, realmente, não está). Gosto de dormir até às 12h00 ao domingo, gosto de passar o dia de calças de pijama no sofá a ver séries e adoro os meus momentos sozinha com um filme ou um livro. Hoje olho-me ao espelho e gosto do que vejo, cada vez menos me importo com o que os outros dizem ou pensam, apenas me quero sentir confortável na minha pele e consegui-o!
Chego aos 30 com muito mais do que alguma vez imaginei, com um casamento (para quem dizia que nunca casaria antes dos 30!), uma licenciatura, um emprego que adoro, com uma casa a ser construída e com umas quantas viagens na memória (com o desejo de que fossem mais, mas é o que há!) e (iupi!) sem filhos. Chego aos 30 ao lado do amor da minha vida, com os amigos de sempre e com os que se tornaram para sempre. Chego aos 30 rodeada de pessoas que adoro, sem fazer fretes para estar seja com quem for, com o à-vontade de usar a palavra 'não' e sem qualquer arrependimento das minhas escolhas, actos ou decisões. Chego aqui cheia de memórias, cheia de fases na vida boas e menos boas, com mil e quinhentos milhares de lágrimas, mas com um milhão de sorrisos. Caramba, chego aos 30 completamente orgulhosa de quem sou!
Hoje sinto vontade de celebrar, não só da minha chegada aos 30, mas também da mulher em que me tornei. Hoje só posso sorrir, sinto-me uma verdadeira guerreira! Que os 30 me façam perder os receios da instabilidade, que os 30 me façam arriscar mais e que me façam deixar as inseguranças pelo caminho, que me façam deixar os apertos de coração das memórias para trás. Que esta entrada nos 'intas' me faça concretizar mais uns quantos sonhos profissionais e pessoais, que me façam ser uma melhor pasteleira e uma amiga mais eficaz para o ambiente. Que esta nova década que faça continuar a valorizar as pequenas coisas, que consiga trazer o meu marido para esse lado tão filosófico mas tão eficaz no bem estar e que me faça progredir nesta minha caminhada pelo mundo. Que estes 30 me façam deixar a minha marca no mundo, que me façam sentir como se ainda estivesse na casa dos 20s com a enorme vontade de mudar o mundo. Que os 30 me tragam ainda mais sorrisos, mais concretizações e memórias daquelas que nos aconchegam o coração!
Venha de lá essa próxima década!