Crescimento
(Imagem retirada da Internet)
Paro e olho-me ao espelho, ‘Quem és tu que estás aí? Quanto tempo passou desde a última vez que te vi?’. Não sei, já lá vai algum tempo. Estou diferente, há algo em mim que mostra uma inquietação que me é conhecida, mas ao mesmo tempo existe algo em mim que demonstra uma serenidade nova que desconhecia. Os meus olhos, parecem ter uma cor diferente, parecem não ter apenas o castanho como fundo, será felicidade? Também não sei, mas tenho um pressentimento que diz sim. Olho mais uma vez, possa estou mesmo diferente, que é da minha inocência e compreensibilidade? Para onde foi toda aquela sensação de que as pessoas são boas? Desapareceu nos últimos anos, a vida tem me levado a aprender que o mundo não é como os contos de fadas dizem e muito menos da forma que o idealizamos. Se calhar é isso que os meus olhos também dizem, que a vida me trouxe conhecimento e me ensinou a viver de uma outra forma. Apesar de todos os percalços sou feliz, tenho quase tudo o que me pode proporcionar uma vida feliz, mas ainda falta outras tantas coisas para uma felicidade completa. Olho uma última vez, os meus lábios parece que estão mais habituados a ser usados para falar, para verbalizar aquilo que realmente sinto, aquilo que me vai na cabeça e que durante tantos anos não saiu cá para fora. ‘Estás tão diferente!’. No outro dia acordei e do nada a primeira coisa que me veio à cabeça foi ‘Credo estou quase a fazer 20 anos! Meu Deus!’, é verdade é estranho mas foi a primeira coisa que pensei. Vinte anos… olho para trás e mal consigo ver para onde eles foram, será que se perderam pelo caminho e eu não os vi? As coisas mudam tanto… O meu rosto ainda conta poucas histórias, mas as que conta tornaram-me a pessoa que sou.
Com os olhos no espelho quase que não me consigo reconhecer, parece que tudo mudou, que eu mudei e ainda não consegui compreender isso. Pelos vistos apenas cresci.
