Aí que figura!
(Imagem retirada da Internet)
A minha família é simplesmente criativa, e quando falo da minha família falo de primos, tios e tias, que têm uma imaginação bastante fértil e com tendência para as coisas vergonhosas, mas tudo sempre encarado com um sorriso e muita brincadeira. Hoje uma prima minha chegou de Londres, trabalhou lá como professora durante três anos (acho eu), e hoje chegou de vez, para ficar. Então queriamos preparar-lhe uma recepção em grande no aeroporto. É necessário lembrar que há três anos atrás, mesmo antes de a minha prima partir nesta saga para Londres o meu irmão regressou da Madeira, onde também tinha estado a dar aulas durante três anos. A recepção do meu irmão foi a nossa primeira vergonha (mas nada que se assemelha-se a esta). Fomos todos para o aeroporto, tios, primos, pais e irmãs, com cartazes e uma bandeira de Portugal para dar as boas vindas ao meu queridinho irmão. Entre 'R. És uma jóia de moço!' e 'Chega de desterro, bem vindo à civilização' a chegada do meu irmão foi de rir até mais não, ah! e não nos podemos esquecer da bandeira de Portugal. Mas entre gargalhadas e gritos com o seu nome o meu irmão mudou de cor perto de vinte vezes, variando entre o tom amarelo e o roxo. A vergonha era tanta que ele até fez de conta que não nos conhecia, agitou a mão suavemente para baixo indicando-nos para nos acalmarmos, mas foi então que as gargalhadas soaram alto e ele finalmente se rendeu ás nossas e a cor da sua face voltou ao normal.
Já a minha prima, bem... Vocês não estão bem a ver o filme! Até tenho vergonha de contar... Tudo foi preparado em cima do joelho, mas correu melhor do que esperavamos e a adesão da família foi como sempre enorme, só não foi quem mesmo não pôde. Ontem enviei juntamente com a minha irmã uma sms ao meu primo (irmão de essa minha prima que regressoou de Londres) e perguntamos se não era boa ideia preparar uma recepção de boas vindas à minha prima, 'Se é para a barracada estou pronto!', respondeu ele prontamente. Eu e a minha irmã pusemos os nossos neuróneos a trabalhar e lá decidimo-nos vestir a preceito para ir buscar a minha prima. Eu e muitas das mulheres da familia iamos vestidas com batas e aventais e claro com o chinelinho nos pés, o meu primo foi o que melhor encarnou a personagem de campónio, ia com uma camisola de alças branca, umas calças de fato de treino flurescente com elásticos no fundo, as meiinhas brancas por cima, a corrente de ouro ao pescoço, o boné da câmara municipal e como acessórios uma câmara fotográfica das mais antigas que há e uns óculos que faziam toda a gente rir, o meu irmão ia com um fato de treino todo chique e outro meu primo com as meias por fora das calças (é necessário dizer que é uma de cada cor), a camisola por dentro das calças e chinelos de dedo. Conseguem imaginar a nossa figura? É claro que cartazes e cestas de vime e girassóis não faltaram, mas os olhares e os risos das pessoas que nos observavam também não. Credo! Eu nem sabia onde me havia de meter, uma das minhas tias levava a bandeira de Portugal na cabeça para não ser reconheciada, eu nem olhava para os lados para não olhar para a cara das pessoas e todos nós, cada vez que davamos um passo, desmanchavamo-nos a rir da nossa própria figura! E quando lá vimos a mulher a chegar de malas os cartazes ergueram-se no ar, 'És uma jóia de cachopa', 'À chegada da nossa Alzira que andou lá fora a lutar pela vida, by tugas' e os risos começaram novamente, as lágrimas vieram-me aos olhos quando o meu primo (o todo estiloso da corrente de outro) começou a correr para os braços dela e ela começou a afastar-se dele sem conseguir parar de rir. Juro que a imagem de ele a correr todo assim vestido mantém-se na minha cabeça e não consigo parar de me rir quando penso nisso.
Já viram? A minha familia é de doidos, mas a verdade é que me orgulho de todas estas 'vergonhazitas' que passo com eles, sempre tenho algo de novo para contar^^
Ah! E já prometi que se um dia imigrar não digo quando volto e vou para casa de táxi^^