#30diasminimalista
Quando me deparei com este desafio, nunca imaginei que as minhas rotinas fossem mudar tanto. A verdade é que quando enquanto as rotinas não estão implementadas, é difícil conseguir focar noutras coisas para além do dia-a-dia. São horários que ainda não estão estabelecidos, são reuniões para isto e para aquilo, são actividades laborais e ainda as extra-laborais que nos ocupam o tempo que ainda nem sabíamos que iríamos despender. Apesar disso, ao longo deste desafio apercebi-me de uma coisa: já fazia imensa coisa da lista como hábito ou rotina.
A primeira semana foi relativamente fácil, já fiz alguns desafios para abandonar as redes sociais durante uns tempos e a tarefa em si não foi complicada. A pior foi realmente a meditação, não tenho o hábito de o fazer e não sou pessoa virada muito para isso, mas soube-me bem olhar para o céu e considero isso como meditação.
No dia 5 foi bom reavaliar as minhas prioridades, afinal com a mudança de emprego e de planos esta necessidade surgiu voluntariamente e foi interessante reflectir sobre quais eram as minhas prioridades neste momento. As outras tarefas foram simples ou porque já não acumulo produtos de beleza ou porque trabalho muito a minha solidão e o à-vontade com ela, apesar de alguns dos dias não terem acontecido por esta ordem.
Ao longo do desafio apercebi-me que realmente já faço algumas das coisas naturalmente, como destralhar a vida social é algo contínuo, arrumar o armário e não ter peças a mais já é um hábito com algum tempo e até avaliar os meus compromissos. No entanto, falhei redondamente no "aprender algo novo", apesar de se virmos bem a coisa, este mês foi um mês de novas aprendizagens nesta minha nova função.
E os desafios não calharam no dia certo (isto parece estúpido de se dizer), mas eu que passo dias e dias sem gastar um tostão, no dia 16 fui ao shopping e perdi-me na Tiger a comprar material para o trabalho, é trabalho, mas foram também gastos. Foi bom ver ao longo do desafio que já tenho incutidos em mim tantos hábitos bons, que o terminei de sorriso no rosto, mesmo falhando alguns dias.
Mas também admito que houve situações em que o desafio foi cumprido de forma aldrabada, nomeadamente dar uma caminhada e não ver tv, as oportunidades foram escassas e os horários não ajudaram muito. Não houve uma semana durante o mês de Setembro que tivesse conseguido ter horários definidos, fosse a levantar ou a deitar, o que impediu muita coisa.
O que aprendi com este desafio? Que estou mais perto do conceito minimalismo do que poderia imaginar. Que não podemos controlar a nossa vida e, nem sempre os nossos dias, mas que podemos controlar a forma como os encaramos, como lidamos com eles. Os dias não foram todos iguais e a imprevisibilidade da vida fez com que muitos destes dias não fossem cumpridos, admito até que os últimos três dias (caóticos por sinal) nem sequer pensei no desafio, mas isso não me fez confusão ou nem nada que se assemelhe.
A verdade é que o desafio foi excelente para conseguir provar a mim própria que há práticas do minimalismo que já fazem parte da minha vida e que, apesar de nem sempre conseguirmos controlar todos os passos da nossa rotina, isso não tem qualquer tipo de problema. É importante saber lidar com as surpresas da vida, é importante sabermos aceitar as mudanças de planos e este mês aprendi isso mesmo com o desafio. Setembro foi um bom mês, mesmo que não tenha voltado à piscina, mesmo que não tenha conseguido ler um livro ou até que não tenha conseguido manter o meu plano de refeições, mas consigo ver nele outras conquistas que não imaginava acontecerem. Consegui em Setembro atingir um objectivo que há muito estava em lista de espera na minha vida, consegui adaptar-me a uma nova rotina e apesar da correria que foi o meu dia-a-dia, foi um bom mês em que aprendi a lidar com muita coisa nova.
#30diasminimalista pode não ter sido todo cumprido, ainda assim consigo sentir-me a pessoa mais concretizada de sempre.