Relativizar
(Imagem retirada daqui)
A vida tem-nos obrigado a esta correria constante. A rotina do dia-a-dia prende-nos e não deixa o pensamento libertar-se. Parece que se encontra fechado, selado a quatro paredes e não consegue parar de processar a mesma informação, vezes e vezes sem conta. Estamos tão empenhados nos nossos problemas, em encontrar ou não soluções para eles, que por vezes simplesmente nos esquecemos de parar, de não sentir, de relaxar. Ontem, após o jantar, o sol ainda se punha por trás dos montes e das casas e por momentos parei para observar, para sentir os últimos raios de sol na pele. Nesse pequeno momento, nesse instante o meu cérebro parou de racionalizar fosse o que fosse, desligou-se. Fiquei a olhar para aquele jogo de cores no céu e simplesmente senti a tranquilidade invadir o meu corpo. Desliguei-me do mundo. Não havia nada naquele momento que fosse mais importante do que estar ali, nada era mais importante do que observar o céu. O sol começou a desaparecer e voltei a sentir-me voltar à realidade, mas foi ali que compreendi, é preciso relativizar.
Não nos podemos deixar absorver pelos problemas. Não podemos deixar de nos desligar e às vezes não é preciso nada de complexo para o fazer. Ontem, em breves minutos, sem sequer estar a contar, tive a capacidade de desligar de tudo. Do mundo. Do que me rodeava. Dos pensamentos. Desliguei-me. Quando acordei para a realidade tudo me pareceu mais fácil. Os problemas menos problemáticos. O tempo menos escasso. O trabalho menos custoso e até a felicidade me conseguiu invadir de uma forma saborosa, quase perfeita.
Afinal, tudo o que estava a precisar era de relativizar.