E como vai a vidinha Just?
A vidinha para estes lados tem andado bastante agitada e 'parar' não tem estado nos nossos vocabulários. As semanas têm passado numa correria absoluta e só tenho sentido o cansaço quando à noite, já depois do jantar, do banho e de fazer algumas tarefas, me sento no sofá para relaxar um bocadinho. Os horários de trabalho absolutamente preenchidos têm tornado impossível a possibilidade de fazer algumas tarefas em casa ou até do casamento durante a semana, o que recai tudo e mais alguma coisa nos curtos fins-de-semana que acabam por se evaporar. Durante a semana só vemos trabalho, inclusive à noite quando tenho de preparar materiais para as terapias ou para outras actividades em que estou envolvida (raios Just, tens de treinar mais o 'me time'!), ao fim-de-semana temo-nos dedicado afincadamente em limpar a casa para começarmos a usufruir um bocadinho dela. A verdade é que enquanto eu trabalho ao sábado, Ele tem-se dedicado inteiramente às limpezas (pela centésima vez!) e só no fim do trabalho é que o vou ajudar. No sábado, já depois de ter trabalhado, já depois de ter passado o meu dia entre miúdos e pequenas tarefas domésticas, juntei-me a Ele para terminarmos de limpar a sala, onde ainda encontramos pedaços de tinta, uma camada protectora de pó e uma infinita quantidade de lixo. Limpamos bem a sala, os móveis que eram os que os meu pais tinham naquele espaço (vá, não eram bem o que eu desejava, mas nesta altura do campeonato tudo o que podermos poupar é bem vindo), e conseguimos montar a nossa televisão. Às 21h da noite, sem luz da sala (raios para o electricista), sem sofá, sem cozinha, mas com uma televisão, demos a tarefa como completa e apercebemo-nos que estamos cada vez mais perto do nosso momento.
A nossa noite de sábado já foi passada a ver A Casa de Papel na nossa televisão, deitados em cima do colchão de campismo e com inúmeras almofadas a amortecerem a cabeça. Naquele momento senti-me bem, feliz, senti que o nosso cantinho começava a ganhar forma e que não tarda nada já estaremos ali, no mesmo espaço, e numa vida só nossa. O tempo tem passado tão rápido que o sinto escapar-me pelos dedos e apesar de todas as preocupações, de todas as contas que precisamos de fazer, de todas as limitações que temos, sinto-me concretizada como há muito não me sentia. Começo a sentir que a minha vida está a ganhar forma.