Estou a precisar de leveza
(Imagem retirada daqui)
Este novo ano tem sido um bocadinho estranho para estes lados. Com a preocupação de organizar uma casa e preparar um casamento, associou-se uma crise profissional que só eu a sinto e este tem sido o aspecto que me tem deixado mais inquieta. Toda a leveza e tranquilidade que sentia nos últimos tempos (aqui) parece ter desaparecido e não tenho tido a capacidade de a trazer de volta, pelo menos neste aspecto da minha vida. A isto tudo aliou-se a saúde que tem andado um bocadinho em baixo e que para tentar resolver o assunto sem mais idas ao médico tenho tentado dormir mais um bocadinho, ter uma alimentação extremamente saudável (apesar de já considerar que tinha uma dieta saudável) e assim que tenha energias quero mesmo voltar ao desporto, que tem andado descurado devido a estas questões de saúde. No entanto, tenho andado tão abatida, mesmo apesar de todas as conquistas que temos conseguido juntos, que perdi a sensação de leveza e de tranquilidade. E foi ao ler a Edição Limitada que me apercebi de tal coisa, perdi (espero), temporariamente, o foco na leveza e na tranquilidade que tanto me tranquilizaram nos últimos tempos.
Quando me envolvi e comecei a estudar mais sobre o minimalismo, a temática trouxe-me uma leveza não só física como psicológica. O minimalismo não só mudou a forma como via os bens materiais, como me deu um novo olhar sobre a vida e da real importâncias que as coisas têm para mim. Esse aspecto não desapareceu, muito pelo contrário, sou uma pessoa muito mais consciente quando compro, tenho tido muita atenção a não atribuir tantas emoções e sensações a objectos físicos e tenho tido a capacidade de comprar menos, mas melhor. São aprendizagens que têm permanecido em mim, como ainda me despertaram a curiosidade para o zero desperdício que aos pouquinhos quero implementar na minha vida. Aliás, a minha organização tem melhorado significativamente, seja a nível pessoal como de arrumação. Sem saber bem como ou porquê a sensação de leveza que sentia anteriormente é que desapareceu, deixando-me meia desamparada e cansada.
Nesta última semana, de forma a lidar com esta falta de leveza, de tranquilidade, tenho tentado deitar-me mais cedo. Culpo principalmente o cansaço por esta sensação, no entanto será apenas o cansaço? Tenho também tentado obrigar-me a ler, mesmo com pouca vontade, pois sei que depois consigo envolver-me numa espécie de bolha e sair do meu próprio mundo. Culpo também a saúde que tem andado em baixo, mas não será isso consequência do cansaço? No dia de Carnaval obriguei-nos a ficarmos no sofá sem fazermos nada, rigorosamente nada, contudo na minha cabeça criava uma lista de coisas minimamente urgentes que temos realmente de fazer. Será a culpa de tudo o que estou metida neste momento, o casamento, as obras, as 50h de trabalho, a Inominável e ainda uma associação voluntária em que me meti? Já para não falar das formações que ando a pensar fazer. Ou até da frustração profissional que tenho sentido nos últimos tempos?
A verdade é que pode ser um bocadinho de cada uma das coisas anteriores, e apesar de tentar aplicar as dicas do minimalismo em todas elas, admito que tenho tido dificuldades. Eu sei o que quero em quase tudo, eu sei o que realmente é importante na minha vida e tenho as minhas prioridades bem definidas. Contudo, acredito que estou a falhar no dizer 'não' a alguns projectos, pressionando-me desnecessariamente e fazendo tudo isso de modo voluntário (mas que não deixa de exigir tempo, dedicação e atenção). Admito que tenho falhado ao pensar em acrescentar tarefas, em vez de procurar realizar as que já tenho em lista de espera há algum tempo. E, principalmente, tenho falhado em parar, respirar e dedicar um bocadinho do tempo a mim mesma, principalmente ao fim-de-semana. Nestes horários de loucos não tenho conseguido enquadrar o me time, mas estou mesmo a necessitar e estou ansiosa por ficar boa, para me dedicar a mim, para voltar a reorganizar-me, pois a verdade é que apesar de saber todos os passos que o minimalismo sugere os tenho deixado um bocadinho para trás. A verdade é que me tenho descuidado de mim mesma e preciso de voltar a encontrar a minha leveza. A partir de hoje, estou determinada a esquecer um bocadinho o mundo, apenas por uns minutos por dia, e a dedicar-me a mim mesma para reencontrar a leveza que tanto preciso para continuar.
Sinto que tive uma recaída, mas prometo voltar a levantar-me.