Drácula (1/12)
Há alguns anos que vi pela primeira vez o filme Drácula de Bram Stoker e desde então que a sua história me ficou na cabeça. O lado negro, a obscuridade e o mistério fascinaram-me, assim como a qualidade do filme e do seu enredo. Tinha então incutido a mim mesma que um dia leria o Drácula. Um dia, por mero acaso, tropecei no livro a bom preço e decidi comprar o dito e sem dúvida que foi uma excelente compra. O famoso Drácula mostrou-me um lado obscuro de uma sociedade culta e evoluída, virada para os estudos do cérebro e das doenças psicológicas como o Dr. Seward e o próprio Van Helsing, e tão céptica até bater com o nariz no inimaginável. Drácula, através de Jonathan consegue o seu objectivo de se mudar para Londres depois de muitos cuidados logísticos, onde começa a deixar a sua primeira marca. Mas é só quando Lucy adoece que ao mistério se torna mais denso, é com a chegada de Van Helsing de Amesterdão com os seus tratamentos estranhos que a dúvida começa a pairar sobre o Dr. Seward. É a partir daqui que a verdadeira história de uma luta contra o demónio se dá início.
O Drácula, é uma personagem aterrorizadora, mas que ao longo do livro nunca tem uma voz. Apenas conhecemos o Drácula pelos olhos dos outros, pela experiência aterrorizante de Jonathan na Transilvânia e pelas vezes que Van Helsing ouviu falar do vampiro e o estudou. No fundo Drácula é apenas uma personagem secundária que envolve a vida de todos os outros, num enredo envolvente, emocionante e com um nível de mistério fantástico. As mulheres deste livro são emocionais, Mina e Lucy não são vistas como meras vítimas, mas como a razão de ânimo, de inteligência e de luta, não são meras espectadoras, são personagens que entram na acção e que têm comportamentos chave para o desenrolar da história. O que mais me fascinou no livro? Num século em que muito se fala de seres fantasiosos, de vampiros, duendes, elfos e afins, o facto de o verdadeiro Drácula ter sido escrito no século XIX fascina-me. A imaginação, a capacidade de criar um ser completamente novo e com isso criar um novo estilo de escrita. Adorei o facto do livro ser composto por partes de diários das várias personagens e assim compreender o pensamento de cada um, a visão de cada uma das personagens relativamente aos acontecimentos.
Adorei o livro, mais do que imaginava, principalmente por já ter visto o filme. Esperava um bocadinho mais de violência e talvez de romance, o que não aconteceu, mas nem por isso me fez gostar menos do livro.
Quem já leu o Drácula, que dizem?