Estagnar não é uma opção
(Imagem retirada daqui)
Em tempos imaginei-me uma mulher activa, que nunca parava, que tinha sempre muita coisa para fazer e que continuava a evoluir na sua carreira. Tudo isto a nível profissional. Este era o sonho para mim mesma, para a minha concretização pessoal. Imaginava-me nesta fase da vida a viajar, a ter um apartamento pequeno mas confortável, a continuar a minha formação profissional e conseguir ter uma verdadeira carreira. Apesar de a vida me ter dados as voltas, apesar de não viajar tanto como desejava, apesar de estar na profissão que não imaginava para mim, apesar de tantas coisas, apercebo-me que o que imaginava para mim continua a estar nos meus sonhos. A vida trocou-me as prioridades, não viajei tanto no último ano quanto desejava, mas o casamento surgiu. Não tenho aceite empregos em que ganhe abaixo do meu actual ordenado porque neste momento o dinheiro faz falta. Não voltei a fazer formações porque não só preciso de poupar como trabalhar cinquenta horas por semana não me deixa muito tempo livre. Percebo que neste momento estou focada apenas em duas coisas, em pagar o nosso casamento, a nossa lua-de-mel e as nossas obras, e em conseguir ganhar dinheiro para tais coisas. Pagar tudo do nosso bolso não tem sido fácil, tem exigido muitos sacrifícios, e noto que tenho sacrificado um bocadinho de mim, dos meus sonhos, dos meus ideais ao longo do caminho. As viagens ficaram para última prioridade, a minha formação profissional também e o risco de mudar de emprego torna-se demasiado elevado para o momento que atravesso. A nível racional e algum emocional sei que é a atitude certa, coloquei em prioridade alguns sonhos em vez de outros. Uma decisão minha e de mais ninguém, eu própria decidi este caminho e não me arrependo. A única coisa que neste momento penso é no passo que quero dar depois de conseguir atingir estes grandes objectivos que estão em grande plano, porque estagnar a nível profissional não é uma opção. Para mim, estagnar não é realmente uma opção.
Neste momento sinto-me extremamente realizada com o rumo que a minha vida pessoal está a tomar. Estamos a meio ano do casamento e sentimos algum conforto em saber que estamos preparados monetariamente para isso. Finalmente sentimos que financeiramente estamos a atingir o nosso objectivo e que sem pedir nada a ninguém conseguimos concretizar os nossos sonhos, realizar aquilo que temos vindo a planear no último ano. Sinto que vou ligar-me à outra parte de mim, à pessoa que me completa. Sinto que esta é uma das melhores decisões da minha vida e a mais acertada, não levanto qualquer tipo de dúvida e sinto-me realmente feliz com todos estes planos, com todos estes passos para a concretização de um sonho que me acompanhou ao longo da vida, casar-me com o amor da minha vida. É o lado profissional que se torna mais sombrio dentro de mim, é esta falta de concretização, de realização que sinto que se abate em mim, de longe a longe, como uma nuvem negra. É o lado profissional, associado ao meu receio de arriscar financeiramente, que me deixam imensas dúvidas, que me fazem ficar indecisa quanto ao caminho a tomar. Para 2018 decidi que queria procurar o meu lugar ao sol no mercado do trabalho, mas neste momento não sei bem que caminho tomar. Mentalmente defini que até ao casamento não tenho tempo, nem disponibilidade mental e financeira, para pensar no assunto, no entanto o vento traz de vez em quando pensamentos que me deixam a ponderar o caminho profissional que estou a tomar. Neste momento sei que não é a altura ideal para tomar decisões neste campo, preciso se calhar de estabilizar um bocadinho a minha vida, que tem andado demasiado preenchida, e. talvez, só depois consiga ver claramente aquilo que preciso de fazer com a minha vida profissional.
Uma certeza eu tenho, estagnar não é uma opção.