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justsmile

09
Nov17

Perdida por terras de Vila Nova de Cerveira

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      Em Outubro Ele fez 31 anos e como prenda decidi oferecer-lhe um fim-de-semana só nosso. Um fim-de-semana para relaxar, para esquecer o casamento e as obras, para simplesmente estarmos um com o outro. Só nós, mais ninguém. Finalmente, quase um mês depois, eu e Ele fomos usufruir do fim-de-semana que lhe tinha oferecido. Um local minimamente perto para quem mora no Porto, para passar apenas uma noite e depois de uma manhã de sábado cheia de trabalho. Desejávamos um local que nos permitisse descansar, relaxar e sempre numa zona com boa comida (ambos somos apreciadores da boa comida portuguesa). Depois do almoço de sábado, em que mais uma vez fiquei à espera d'Ele, seguimos rumo ao Hotel do Minho em Vila Nova de Cerveira, um local que até ao momento tinha sido apenas de passagem. Através da Odisseias, onde tinha alguns créditos a gastar, comprei o nosso voucher que nos permitia o acesso ao Spa e ao pequeno-almoço, a dizer que em época de contenção de gastos o hotel ficou-nos a um preço bastante acessível.

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      Assim que o GPS nos indicou que tínhamos chegado ao nosso destino a primeira coisa que reparamos foi a paisagem envolvente. O Hotel localiza-se praticamente à face da estrada, o que acabou por nos desiludir, pois estávamos na esperança que fosse num local com maior contacto com a natureza. Um erro meu, que realmente apenas vi as imagens do Booking e da Odisseias sobre o Hotel e não fui verificar a sua localização exacta até ao momento da viagem. A paisagem envolvente é banal, estrada, casas e até umas fábricas, pouco agradável à vista, mas que é compensado com a beleza das piscinas exteriores e das sebes e árvores que as rodeiam. Aliás, apesar do vento frio que se fazia sentir, as piscinas deixaram-nos a vontade de lá voltar nos dias quentes do verão!

     Depois de já instalados, decidimos ir experimentar o Spa e tenho a informar, que depois da simpatia dos empregados, este é o melhor serviço do Hotel. O Spa do Hotel é realmente um local fantástico e propício ao descanso e relaxamento que tanto desejávamos. É um local com uma excelente temperatura ambiente, o que às vezes falha noutros hotéis, e com o tamanho ideal para o pretendido. A temperatura da água estava fantástica, nem demasiado quente nem demasiado fria, com dois jactos fantásticos para massajar as costas. As duas paredes de vidro deixavam a luz entrar e conseguir ter uma percepção da aproximação da noite. A sauna estava fantástica e à temperatura ideal, já para não falar do jacuzzi, que apesar de não ter experimentado, me parecia muito confortável. Ficamos imenso tempo no Spa, deitados na espreguiçadeira a aproveitar a companhia um do outro. É verdade que tinha ainda muita gente, afinal era sábado, mas o ambiente estava muito agradável e por isso nos deixamos ficar. O único se foi o banho turco não estar me funcionamento e nem o chuveiro de sensações (que nem percebi muito bem como funcionava a coisa).

      No fim de um momento super relaxante, num ambiente confortável decidimos jantar no restaurante sugerido pelo hotel e mesmo ao lado fica Braseirão do Minho. Comemos muito bem, numa sala com um ambiente familiar e agradável. A picanha era boa e meia dose chegou para os dois e ainda ficamos empanturrados! O problema desta estadia foi a dormida em si, os quartos eram giros e confortáveis à primeira vista, com uma casa-de-banho boa e um chuveiro que me deixou com desejos de ter um igual, a cama é que foi o problema. Ele queixou-se do colchão, eu queixei-me da almofada e ambos nos queixamos da entrada de luz no quarto logo de manhãzinha. Admito que a noite não foi de muito descanso porque o quarto assim não o deixou, eu acordei com dores de pescoço e Ele a queixar-se que não conseguiu dormir nada. Tirando este pequeno (GRANDE) 'se' a nossa estadia foi muito boa. O Hotel consegue misturar na perfeição o moderno com o conforto, bastando olhar para o bar e para a sala de estar, onde passamos algum tempo agradável depois do jantar. Os funcionários foram excepcionais, preocupados e simpáticos, mas sem dúvida que o Spa foi a grande vitória deste hotel.

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      Com a estadia do hotel terminada decidimos ir visitar Vila Nova de Cerveira. Uma vila pequenina, mas bastante acolhedora. Visitamos o castelo, caminhámos pelas suas ruas e do alto do Castelo conseguimos observar o Cervo a proteger a sua terra (é o veado o simbolo da região). Um local acolhedor e muito agradável onde ainda se consegue identificar as suas gentes. Algumas casas estavam enfeitadas com pormenores em renda, mas a da fotografia estava completamente 'rendada' de cima a baixo, o que foi algo muito bonito de se ver. Foi um fim-de-semana muito breve, que passou mais rápido do que desejavamos, mas que nos fez muito bem. Não só conhecemos um novo local, como também nos demos ao luxo de fugir da rotina. A zona é bastante acessível, com paisagens entre as montanhas e o rio maravilhosas e que permite recuperar energias. Foi sem dúvida um excelente fim-de-semana, voltar à rotina é que já não foi tão saboroso.

 

P.S.: Imagens de Just Smile.

08
Nov17

Porque é tão difícil dizer 'desculpa'?

(Imagem retirada daqui)

 

      Sou uma pessoa que facilmente admite o erro. Se faço algo de errado, admito-o imediatamente. Se me engano no trabalho, assumo as minhas culpas sem qualquer tipo de problema. Errar é humano, pelo menos é o que toda a gente diz e como tal também erro. Por vezes erro na forma como digo as coisas, outras vezes erro na forma como reajo a algumas situações. Normalmente quando erro e quando isso me pesa na consciência, eu compreendo porque errei, compreendo que muitas vezes é o acumular de mais do que uma situação. Não me irrito assim facilmente, mas depois de terem esgotado a minha paciência expludo muito facilmente. Sei que é errado e admito-o em primeira mão. Por vezes até admito que errei com o meu comportamento passados nem cinco minutos. O meu problema não está em encontrar o erro, em admiti-lo, ou se quer em verificar o porquê do meu erro. O meu problema está unicamente no passo seguinte: pedir desculpa.

     Não sei se é do orgulho, se é da minha personalidade, mas pedir desculpa é uma das coisas que mais me custa nas relações humanas. Não me importo de pedir desculpa quando piso alguém ou até quando me engano no trabalho, mas admito que me custa horrores pedir desculpa no que toca às relações com as pessoas. Por vezes torno-me mais bruta, tenho consciência que é a minha paciência que está esgotada com a pessoa, mas o meu comportamento torna-se errado. Fico sem filtros, saí-me tudo e mais alguma coisa e passo-me à séria. Eu sei que é errado, eu sei que tenho de manter a calma e aprender a engolir, e tento fazer um esforço por isso, mas por vezes lá se vai o filtro e o meu lado assustador surge à flor da pele. É cada vez mais raro, coisa de que me orgulho, mas que de longe a longe vem à superfície. Afinal todos temos os nossos limites, certo? No entanto, há situações em que tenho de pedir desculpa pelo meu comportamento. O da outra pessoa até pode ter sido semelhante ao meu, até pode ter sido pior, mas obrigo-me a ser superior a tudo isso e a admitir a minha cota parte de culpabilidade. Sinto em mim a culpa de um mau comportamento, de algo que não parece nada meu, e obrigo-me a pedir desculpa. Mas é aqui que sinto a palavra formar-se num nó na minha garganta. É aqui que parece que as palavras me pesam na boca, me pesam na alma. Dizer desculpa torna-se tão complicado como se fala-se noutra coisa terrível. O peso da palavra surge em mim como uma nuvem negra. Tento lutar contra essa tendência, tento lutar e obrigo-me a dizer 'desculpa', a palavra sai fraca, sai como um sussurro, mas sai. Sai como me saísse directamente do peito. Sei que depois de a proferir me sentirei mais leve, terei a minha consciência livre, mas até lá custa-me. Custa-me formar o som na boca, custa-me articulá-la, custa-me até pensar em dizê-la. Não é uma palavra que use recorrentemente, é uma palavra que evito dizer, que evito necessitar, mas de vez em quando sei que não fui a melhor pessoa e tenho de pedir desculpa, seja pelo que for. Mas dói. Dói pedir desculpa quando tentamos dar o nosso melhor e o pior saiu disparado. Custa dizer desculpa quando tentamos tornar-nos em melhores pessoas e vemos um lado nosso que não gostamos. Eu admito, eu peço desculpa, mas é sem dúvida uma das palavras que mais me custa pronunciar. Não me considero muito orgulhosa, nem altiva, nem pouco empática, mas sem dúvida alguma que quando me surgem situações destas que me questiono porquê a dificuldade de dizer simplesmente 'desculpa'.

       Não é por ter estes pensamentos, esta dificuldade que não digo esta palavra. Eu digo, custe o que custar se acho que errei e que deveria ter agido de outra forma sou a primeira a pedir desculpa, apenas não compreendo este dilema, esta luta interior comigo mesma, quando sei que é a atitude mais acertada. Eu peço desculpa. Luto contra mim mesma, mas uso a palavra quando necessário, apenas gostava de facilitar um bocadinho esse momento. Será por valorizar tantos as palavras que me consciencializo demasiado sobre elas?

       É apenas uma palavra porquê tamanha dificuldade?

07
Nov17

Mataram a Cotovia (16/20)

(Imagem retirada daqui)

 

      Há muito que a minha curiosidade tinha despertado para este livro. Ouvia falar maravilhas dele e após a morte da autora a curiosidade ficou mais presente. Fui adiando, pois tinha sempre livros na estante e outras prioridades, contudo este ano tinha decidido que seria o ano de ler este livro. Na Feira do Livro apanhei-o numa boa promoção e lá veio ele para casa juntamente com mais uma mão cheia de livros. Assim que terminei de ler Mulherzinhas, sabia que este seria a minha próxima leitura. Sinceramente não sabia muito bem o que esperar, não tinha lido nenhum resumo e nem prestei muita atenção à contra-capa, simplesmente me guiei pelas maravilhas que as pessoas diziam sobre este livro (às vezes faço isso, não leio sequer as contra-capas e vou à descoberta). Peguei no livro, comecei a ler e fiquei imediatamente agarrada à sua escrita. Harper Lee escreve de uma forma envolvente, mas suave, descreve as coisas com tamanha simplicidade que foi impossível não me apaixonar pela sua escrita. Apesar de ser um livro com uma história triste, uma história dura, o livro em si tem uma leveza que me atraiu desde as primeiras linhas. 

      Esta é a história de um preto (desculpem os mais sensíveis, mas irei usar os termos do livro) que é acusado injustamente da violação de uma jovem. Para compreenderem melhor, a história passa-se nos anos 30 em pleno Alabama. Esta é a história de Scout e Jem, duas crianças que se vêem envolvidas nesta história apenas porque o pai é o advogado de defesa. No fundo é uma história simples, sobre a perspectiva de duas crianças ao redor de uma história trágica, mas que nunca deixam de ser elas próprias. É a história de dois irmãos que crescem juntos, mas com feitios completamente diferentes e que conta a história da sua infância com tal clareza, com tal simplicidade que é impossível não ficarmos agarrados à sua história. Apesar de tudo o que os envolve é o mistério do vizinho da casa ao lado que os deixa com a imaginação a trabalhar, o vizinho que nunca sai de casa.

     Este foi sem dúvida um dos melhores livros que li este ano, se calhar já o disse com outro livro, mas este marcou-me de uma forma especial. Achei o livro simplesmente genial e a forma como um tema tão controverso é transmitido de uma forma tão simples torna este livro num dos melhores livros que já li. Já para não falar do final que me supreendeu, deixando-me com uma sensação de satisfação que muitos livros não conseguem.

      Este foi sem dúvida uma das grandes surpresas na leitura este ano. Já estou ansiosa por ler o próximo de Harper Lee.

 

"-És muito nova para perceber - disse ela -, mas por vezes a Bíblia nas mãos de um homem é pior do que uma garrafa de wisky nas mãos do... olha, do teu pai!"

 

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