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justsmile

16
Nov17

Cuidar de mim sem químicos

(Imagem retirada daqui)

 

      Quando comecei a entrar pelo mundo do minimalismo apercebi-me que muitos outros conceitos se iam misturando com o minimalismo em si, um deles foi o Zero Desperdício. O Zero Desperdício é exactamente isso, tentar desperdiçar o menos possível e ser o mais ecológico possível, muitas vezes associado à utilização excessiva de plástico e de produtos tóxicos no nosso dia-a-dia. Uma das coisas que mais me assustou, além de todos os químicos que ingiro inconscientemente, foi também os químicos que utilizo para cuidar de mim, da minha pele e do meu cabelo. Não tinha a consciência de que o meu desodorizante tinha alumínio, não tinha sequer a consciência que o meu champô tinha parabenos e por aí além, mais do que isso, não tinha consciência de que químicos estes produtos não deveriam ter. Decidi então começar a investigar quais os produtos que poderia querer e decidi que iria começar a fazer opções mais conscientes para mim e para o ambiente. Em Setembro decidi que até ao final deste ano iria tentar mudar os meus produtos de higiene pessoal para produtos amigos do ambiente e de mim própria. Iniciei então a minha saga, desde conhecer o meu gel de banho, até ao meu creme da cara e decidi que quando cada um deles terminasse iria ter o cuidado de ao comprar o próximo produto fazer uma melhor opção.

       A primeira dificuldade com que me deparei, e ainda me deparo, foi em ler rótulos. Ler o rótulo de um produto de higiene é do mais complicado que há. Desde que sou intolerante à lactose que aprendi a ler os rótulos alimentares, mas esses não são nada comparando com os rótulos de produtos de higiene pessoal. O vocabulário não é o nosso, as palavras são complexas e quando procuro a sua tradução parece-me ainda mais complicado. Ao ler cada uns dos rótulos poucas são as palavras que percebo e ainda agora tenho imensas dificuldades, o que tenho tentado fazer (o que pode ser pouco, mas tenho de começar com passinhos de bebé) é procurar palavras que terminem com parabenos de forma a excluir o produto, palavras como formaldeído e tudo o que termine em glycol também costumo pôr de lado. Em pesquisas encontrei também no site Made by Choises este quadro que dá imenso jeito, admito que não o sigo à regra, mas que tento dar o meu melhor.

       A segunda dificuldade é com a falta de informação de produtos online. Sou grande adepta de compras online, já sabem disso por aqui, mas tenho-me deparado com uma falha grave no site dos supermercados, a falta de informação sobre o produto. Nos sites não existe os constituintes de cada produto o que não me permite comparar e até indo ao site do próprio produto, muitas vezes a descrição dos seus ingredientes é quase inexistente ou realmente só referem os considerados adequados, ou seja, os mais naturais, não existindo uma informação completa e adequada sobre cada produto. 

      Aliado a isto tudo está uma terceira dificuldade, os produtos que utilizam rótulos de 'produtos naturais' são muitas vezes estranhos. Não consigo perceber se realmente são benéficos ou não. Para pessoas normais, como eu, que pouco percebem de química e deste tipo de produtos torna-se complicado saber fazer uma boa opção. É evidente que os produtos não são feitos para serem lidos, caso o fossem seriam mais explicitados e de fácil compreensão e é este 'enganar o consumidor' que me custa aceitar. É fácil de desistir de procurar produtos mais naturais e com menos químicos, quando na verdade não conseguimos perceber quase nada sobre o assunto.

      Por último, esta quarta dificuldade e última prende-se com o conciliar de orçamento e qualidade do produto. Todos os produtos que dizem 'produtos naturais' têm os preços imediatamente inflacionados. Por muito que queira comprar produtos com menos químicos, à base de produtos mais naturais e menos industrializados, a minha carteira não deixa. O ordenado que recebo não me dá margem de manobra para conseguir comprar produtos a preços adequados e mais naturais. Adoro os produtos The Body Shop e descobri recentemente The Green Beauty Concept, no entanto os preços são bastante elevados. Neste momento uso ainda produtos que me foram oferecidos The Body Shop, mas estão a terminar e estou à espera de ver se os produtos baixam para os poder adquirir que em fase de contenção de gastos custa-me muito despender tanto dinheiro para um gel de banho ou um creme de corpo.

        Outra coisa que me dificulta muito, mas é mesmo a nível pessoal, é que tenho uma pele extremamente sensível. Quem a vê acha-a fantástica, mas isso é porque despendo de muito dinheiro e tempo a cuidar dela. O meu receio ao experimentar produtos tão caros é em ter alguma reacção alérgica e não conseguir usufruir do produtos, é simplesmente deitar dinheiro fora, o que já me aconteceu umas quantas vezes no passado. Os últimos três produtos de higiene que comprei foi na farmácia, o creme de rosto que precisava de comprar depois de uma consulta frustrada no dermatologista (esta história fica para um próximo post), um champô para o cabelo oleoso que já estava cansada e uma solução de lavagem intima feminina. Nestas três situações pedi a ajuda da farmacêutica, fui explicita ao pedir produtos a preços acessíveis e à base de produtos naturais, realçando o facto de ser demasiado sensível. Fui super bem atendida e compreendida e apesar de terem sido produtos ligeiramente mais caros (tirando o champô que foi realmente caro), não foram preços exorbitantes. Confirmei mais tarde os constituintes dos produtos e pareceram ser-me adequados e até agora zero reacções alérgicas. No entanto, continuo a minha procura de produtos mais naturais e a preços acessíveis, aceito dicas, sempre!

        Quero tornar-me numa pessoa melhor, numa pessoa mais consciente e mais saudável, mas realmente nem sempre é fácil e este post é a prova viva disso. Mais alguém como eu?

16
Nov17

Sapos do Ano 2017 *

       A Magda teve uma ideia de génio! Depois da polémica dos prémios Blog's do Ano, em que muito se leu para estes lados este será o prémio dos Sapos do Ano 2017. Não é um concurso, pois não há prémio. Não é nenhuma corrida, mas sim uma forma de se dar a conhecer novos blogs neste espaço que tanto apreciamos. Adorei a ideia da Magda, achei-a realmente de génio e tem todo o meu apoio para tal coisa! Assim, para não ficarem sentadinhos nesse lado a assistirem têm até dia 25 de Novembro para sugerirem os blogs a concurso para as categorias de Opinião, Humor, Livros, Moda, Poupar, Música, Fotografia, Comida, Família e Generalista.

      Para deixarem as vossas sugestões dos blogs a votação basta irem até aqui e deixarem comentário, mandarem email ou mesmo através de Facebook para a Magda, o que importa são as vossas sugestões!

       A Magda está à vossa espera!

 

15
Nov17

Fala-me de um dia Perfeito (17/20)

(Imagem retirada daqui)

 

      Violet e Finch conhecem-se no parapeito de um edifício alto. Apesar de toda a vida se terem cruzado no liceu, conhecem-se num dos momentos mais íntimos que alguém pode ter, o momento de se querer deixar cair. Sem perceberem bem como salvam-se um ao outro de uma queda vertiginosa e sem retorno. Não passam a ser a vida um do outro, mas Violet sabe que Finch a salvou e guarda consigo esse segredo, já Violet dá a vontade de viver a Finch. Esta é a história de dois adolescentes com depressão, uma identificada, a outra nem tanto. Adolescentes que tiveram vidas conturbadas, adolescentes com problemas mentais que ainda permanecem um mito. E é esta negação do problema, é este desconhecimento de um problema real que os une, que os faz conviverem e no fim apaixonarem-se. Violet vive com a depressão devido à morte prematura da irmã e Finch sofre de um transtorno que ainda não foi identificado e é a incompreensão do mundo para com estes problemas que os faz permanecer juntos. Uma história de amor envolvida num mito, envolvida em dor e no desconhecimento.

      Há muito que este livro de Jennifer Niven me tinha chamado à atenção, afinal quem não deseja um dia perfeito? Mais uma vez aventurei-me sem saber o que me esperava. Não estava à espera de um livro tão forte, de uma história tão presente e de um fim tão triste, mas perfeito. É um livro que nada tem de perfeito, com excepção do fim. É um livro que demonstra os defeitos de cada um, da família e da sociedade. Uma sociedade e uma família em negação para os problemas do fórum mental, como se fosse uma doença que ao ter nome se tornasse contagiosa. É nisto que este livro é tão bom, é ao entrar na pele de Finch e de Violet que a autora é capaz de descrever tão bem os seus sentimentos. É no modo frenético e inquietante com que Finch pensa e faz as coisas que me alerta para o óbvio, mas que aos olhos dos outros parece invisível. "Fala-me de um dia perfeito" é um alerta para os dias que correm. A depressão, as doenças mentais são reais, não é uma questão de idade, é uma questão de simplesmente existirem e à qual não podemos fechar os olhos. Este é um livro que me alertou, alarmou e me chamou à atenção para algo que por vezes ignoro. Este é sem dúvida um excelente livro para pais, amigos e adolescente, pois simplesmente nos deixa mais apurados para esta realidade que está cada vez mais presente.

       Gostei bastante do livro. Apesar da vida que voltou à correria habitual li-o em poucos dias e adorei cada palavra. Palavras que me inquietaram, palavras que me deixaram a reflectir sobre a adolescência e o amor, mas principalmente sobre o mundo que agora vivemos. A autora teve a capacidade de criar um enredo tão real, tão presente que acabamos por o confundir com a história que alguém nos contou um dia. Sem dúvida um livro que aconselho a todos, nem que seja para sensibilizar mais um bocadinho para uma realidade tão 'sombria' e cada vez mais 'banal'.

 

"- Não, estou a falar a sério. É raro encontrarmos cavalheiros. São como virgens ou duendes. Se algum dia me casar, vai ser com um..."

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