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justsmile

26
Out17

Manter o equilíbrio

(Imagem retirada daqui)

 

Equilíbrio "Força que age de maneira igual entre duas ou mais coisas (ou pessoas)."

 

      Gosto do equilíbrio. Gosto do equilíbrio em tudo na vida. Não gosto de exageros, não gosto de nada a mais, nem a menos. Gosto sim de conseguir encontrar o equilíbrio perfeito em todas as situações na vida. Não gosto de pessoas demasiado bem dispostas, como não gosto de pessoas deprimidas. Não gosto de um prato cheio, mas também não gosto de um prato quase vazio. Não gosto de andar rápido, mas também não gosto de andar a passo de caracol. Gosto de tudo o que tem equilíbrio. Não gosto de extremos, nem na temperatura. Gosto de comidas suaves, não gosto de me empanturrar e nem gosto de beber em demasia. Gosto do silêncio, mas também gosto do barulho na dose certa. A única coisa em que talvez seja um bocadinho extremista, e são poucas as situações, é nas minhas relações com o ser humano. Quando algo é para terminar, ou me magoou, faço questão de cortar com o passado. Evito o passado e a pessoa (mesmo sabendo que às vezes não estou sempre correcta com a forma como o faço). Tirando isso sou uma apologista do equilíbrio. Há que ser saudável, mas na medida certa. Há que comer doces, mas na medida certa. Há que sair e dançar até tarde, mas na medida que me assenta. Não mais, nem menos que isso.

      Durante anos quis esse equilíbrio na minha vida. Financeiro, emocional e até na minha personalidade. Queria conseguir encontrar o meu próprio equilíbrio. Olhado à minha volta, para a sociedade em que estou inserida (talvez seja a vossa também) vejo que o equilíbrio é uma coisa cada vez mais rara, seja em que aspecto for. Uns vivem alheados das tecnologias, outros decidiram apenas comer comida saudável, outros não sabem o que é a conversação e partem para a violência e ainda há aqueles que apenas querem estar no topo da moda e enchem-se de coisas que pouco lhes são úteis. Cada vez mais me apercebo que a sociedade que me rodeia é dada aos extremos, sejam eles positivos ou negativos, não existindo com tanta frequência um equilíbrio nas atitudes. Eu não sou de extremismos, não gosto deles, gosto de ter os dois mundos e conseguir entre eles encontrar o meu próprio equilíbrio em que me traga o bem estar. Não sou apologista de seguir cegamente as modas, nem de me atirar de cabeça a uma nova tendência. Ao meu passo, no meu momento vou mudando hábitos, mas nunca sem ser pelas modas, pelas tendências, mas sim porque preciso, porque me é necessário. Hoje sinto em mim um equilíbrio que tantos anos desejei. Gosto de manter uma alimentação equilibrada, mas gosto também de a estragar em alguns dias. Gosto de fazer exercício, mas sem me focar em ficar estrutural, sem ter de viver para isso. Gosto de casas pequenas, mas com espaço suficiente para a família e sem serem claustrofóbicas. Gosto de roupa, mas não gosto de ter os armários cheios e muito menos de a ir comprar. Gosto do equilíbrio.

      Hoje em dia acredito que o que muito falta na nossa sociedade é a implementação deste conceito de equilíbrio. Este foi-se perdendo ao longo dos anos. Olho para os meus pais e sempre os considerei equilibrados (outras vezes nem tanto, mas todos temos fases). Aprendi com eles que é preciso dedicar-nos às coisas, lutar pelos nossos sonhos, trabalhar muito para alcançarmos os nossos objectivos, mas sem nunca perdermos a essência de quem somos, sem nunca perdermos o equilíbrio das coisas. Sonhar, com os pés assentes na terra. Apostar, mas com a cabeça no sítio e dentro das possibilidades. Trabalhar, mas sem descuidar a saúde e a família. Este equilíbrio é o que traz a felicidade, é o que nos dá a paz interior, que nos permite encontrar o bom em tudo o que fazemos. Aprecio tanto este equilíbrio.

      Cada vez mais acredito que o que nos falta é apenas equilíbrio. Equilíbrio na mente e na vida. O equilíbrio só nos faz bem.

25
Out17

Truques para me manter organizada e arrumada

(Imagem retirada daqui)

 

      Nunca fui uma pessoa muito desorganizada. Na escola os meus cadernos estavam imaculadamente limpos e organizados. Na faculdade tudo tinha a sua capa. E enquanto trabalhei como terapeuta, cada jogo, cada som, cada patologia tinha a sua caixinha. Gosto de organização e tento manter-me organizada. O meu maior desafio é durante o dia-a-dia, em manter tudo arrumado e organizado. No final de uma semana de trabalho era inevitável ver as minhas gavetas atoladas de recibos, a minha cadeira do quarto cheia de roupa ainda limpa, mas já usada, e os livros espalhados na mesa da sala. Já para nem falar dos brincos que ficavam na mesa de cabeceira. Ao pequeno-almoço acabava por deixar a chávena na banca e o preparado de chocolate na bancada, sabia que mais tarde a minha mãe arrumaria juntamente com a sua chávena. Aos poucos comecei a perceber que estas questões não se deparavam com a falta de tempo (que também não é muito, na verdade) mas com o desleixe da minha parte. Eu que tanto resmungo com Ele por deixar tudo espalhado, por deixar sempre as portas e as gavetas abertas, apercebi-me que não sou um extremo, mas que também poderia melhorar as minhas capacidades de arrumação e organização.

      Este ano, com a entrada do minimalismo na minha vida, fui aprendendo que ter poucas coisas e mantê-las arrumadas não só nos faz poupar tempo, como melhora a nossa sanidade mental. Uma casa arrumada, os armários organizados e uma rotina bem gerida, dão-nos mais tempo para aproveitar as coisas boas da vida sem pesos na consciência. Olhar em volta e não ter que fazer permite-me sentar no sofá descansadamente a ler um livro, sem pensar que tenho que arrumar o quarto, que tenho de preparar sessões, que tenho isto e aquilo para fazer. Foi ao ler os relatos de pessoas que aceitaram o minimalismo nas suas vidas que compreendi que eu própria poderia melhorar a minha qualidade de vida, com coisas tão simples como me manter arrumada e organizada. De uma forma gradual comecei a fazer as alterações na minha vida, já lá vai meio ano desde que comecei a levar as coisas mais a sério e volto a dizer, só me sinto mais leve e mais livre. E como o fazer? 

       Identificar as falhas, tive de parar e olhar à minha volta para compreender em que estava a falhar. As coisas não estavam propriamente desarrumadas, mas ficavam toda a semana no mesmo sítio e ao sábado demorava mais tempo do que pretendia a arrumar. As principais falhas: a roupa na cadeira, as gavetas cheias de papel e desarrumadas, o calçado acumulado na entrada.

        Destralhar, antes sequer de começar a arrumar as coisas compreendi que existiam naquelas gavetas, naqueles armários coisas que já não usava há anos. Estavam lá simplesmente para qualquer eventualidade. Blocos inutilizados, cartas que pensava virem a ser precisas, brincos para brincadeiras e outros tantos afins que já nem me lembrava que existiam. Decidi então que estava na altura de destralhar as coisas na minha vida. Comecei pelo meu guarda-roupa, passei para os papeis e objectos que estavam em armários e gavetas, enviei para reciclar muita papelada ainda da faculdade e do secundário e por fim passei pelas redes sociais e até pelas minhas memórias. Foram uns meses de destralhar a minha vida. Ainda agora acredito que se for voltar a mexer nas coisas mais escondidas vou encontrar coisas que podem ir para o lixo e que não uso há algum tempo. É um processo contínuo que espero que venha a finalizar-se no próximo ano.

      Encontrar um local para tudo. No final de cada processo de 'destralhamento' (eu sei que a palavra não existe, mas começo a achar que 'destralhar' deveria ser um verbo) foi o momento de encontrar um sítio para arrumar tudo o que sobrou, o que não foi muito difícil. Aproveitei caixas antigas de Ferrero Rocher (passo a publicidade a ver se alguém me quer oferecer alguns) e utilizei-as para organizar as minhas coisas por categorias nas gavetas, a caixa dos cartões, a caixa dos vernizes, a caixa das pulseiras e por aí em diante. Até a caixa de macarrons que veio de Paris ficou um guarda-brincos com esponja e cheirinho todo catita! Os cabos de telemóvel e outros afins foram metidos em rolos de papel higiénico e as caixa de sapatos para organizar material das terapias, material de trabalhos manuais, facturas para o IRS de 2017 e outras tantas coisas. Com menos coisas, com um método de caixas de organização (e sem gastar um cêntimo) consegui arrumar as coisas que tinham sobrado do meu passo anterior e manter os armários e gavetas arrumados.

       Pegar, usar e arrumar, depois de tudo organizado, depois de tudo arrumado e com muito menos coisas a estarem à vista dos meus olhos decidi que agora que tudo estava bonito e simples teria de manter assim. Há cerca de três meses tomei a decisão que só pegava numa peça de roupa depois de arrumar as que estavam na cadeira (tirando as do próprio dia que ficavam para o dia seguinte permitindo assim arejar). Decidi que em vez de atirar as facturas simplesmente para a gaveta iria buscar a sua respectiva caixa e as colocaria logo no sítio. Obriguei-me a arrumar o verniz logo depois da sua utilização e só pego num calçado depois de arrumar o outro. A maioria dos dias consigo manter estes métodos, pego-uso-arrumo, e não pego em mais nada sem o anterior estar no seu devido sítio, há outros dias em que falho. Ainda na semana passada a cadeira acumulou roupa de três dias porque andei a chegar tardíssimo a casa.

       Estes têm sido os meus métodos, com eles tenho-me obrigado a criar hábitos de arrumação. A manter-me organizada, assim não só não perco tempo à procura das coisas, como também tenho sempre as coisas bonitas. Tornou-se mais fácil arrumar a casa, tornou-se mais fácil conseguir ao final do dia tirar uma horinha para mim e para o meu sofá. Deixei de me sentir atolada de coisas, cheia de tralha desnecessária, mas principalmente senti aquela sensação que tanto adoro, a sensação de leveza. Este tem sido um processo contínuo dos últimos seis meses, mas sinto-me satisfeita com o resultado. Não só a nível mental, mas também físico, pois sinto-me muito menos cansada do que antigamente. Sinto-me mais positiva, com mais energia e mais despreocupada. Quem não gosta destas sensações?

24
Out17

Aceitar as oportunidades que a vida nos dá

(Imagem retirada daqui)

 

      Sempre fui uma pessoa sonhadora e um tanto ou quanto idílica. Inevitavelmente definia os meus objectivos por idades, sabendo que chegando àquela data gostaria de ter conquistado isto ou aquilo. Ainda hoje o faço com as coisas mais básicas que possam imaginar. Traço para mim os meus objectivos a curto e longo prazo, muitas vezes não os escrevo e outras tantas nem sequer falo deles. Traço-os apenas para mim e de uma forma inconsciente acabo por abafá-los na minha mente, acreditando que com o silêncio eles se poderão tornar reais. Não é algo de agora, é algo que sempre fiz. "Ok, quando tiver 18 anos tenho mesmo de tirar a carta.", "Até aos 31 quero mesmo pisar solo americano e ir a Nova Iorque.". Faço dos meus objectivos planos para o futuro, sejam eles pessoais ou com Ele. No entanto, desde que me considero adulta (isto é, maior de idade, pois ainda me sinto uma miúda) que tenho aprendido que a vida nos dá as voltas. Aos 26 anos não me imaginava aqui, já me imaginava independente, a trabalhar naquilo que adoro e a fazer a minha vida na cidade do Porto. Nunca, por momento algum, pensei que seria administrativa, que me iria apaixonar por um vizinho e que me iria casar antes dos 30 anos. Nunca me passou pela cabeça não trabalhar na minha área de formação, nunca me passou pela cabeça casar da forma que o vou fazer e nem tão pouco imaginei que iria ter nesta altura um terreno para construir uma casa. A vida trocou-me as voltas, o que não foi mau.

       Ao traçar os planos para o futuro acabo por entrar sempre numa fase lutadora e quando os tenho que reestruturar, porque a vida assim mo obriga, há sempre uma pequena fase de frustração. É inevitável não me sentir desiludida com não ter emprego na minha área. É inevitável ao olhar para trás e aperceber-me de que não me imaginava de todo nesta situação. No entanto, à medida que cresço tenho aprendido a lidar melhor com estas alterações de vida. Tenho aprendido a aceitar o que a vida me dá, a aceitar e a continuar a lutar pelos meus sonhos. Parece tão fácil, não é? Pois, fica apenas pelo parecer, apesar de com o tempo se tornar cada vez mais fácil. Tudo o que a vida me tem dado tenho olhado como uma oportunidade, seja bom ou mau. Claro que não são todos os dias assim, faço questão de dizer que nem tudo é cor-de-rosa, mas na maioria dos dias aceito estas mudanças, estas alterações de planos e apenas me tento adaptar a elas. E o que faço para conseguir lidar com as alterações de planos? O que faço quando sou obrigada a lidar com a desilusão?

       Mantenho os meus sonhos principais, mesmo que os sonhos não tenham sido realizados quando imaginava, mesmo que agora me pareçam longínquos nunca deixam de ser sonhos. Mantenho-os na minha lista, mesmo que os tenha de mandar para o fundo das minhas prioridades acabo por os deixar ali, por vezes em 'stand-by' outras vezes apenas ficam ali, para quem sabe um dia. Nunca elimino os sonhos, ficam lá, quem sabe um dia!

       Não deixo de aceitar oportunidades apenas porque não está a ir ao caminho de um dos meus sonhos. Sou composta por vários sonhos, de diversas áreas, pessoais, profissionais, de saúde, e não deixo de aceitar uma oportunidade que me permite realizar alguns sonhos. Aliás, o emprego em que me encontro é exactamente uma dessas situações. Não é o meu sonho profissional, mas permitiu-me dar andamento a outros sonhos. Continuo com o sonho de voltar a ser Terapeuta da Fala a tempo inteiro (apesar de o ver cada vez mais por um canudo), mas está cá. 

       Não deixo de lutar por um sonho. Nunca! Lá por os meus planos terem sido alterados, lá por terem sido adiados e reestruturados nunca deixo de lutar por um sonho. Posso não esgotar todas as minhas energias para o alcançar, mas nunca o tiro do pensamento e nunca deixo de tentar. Por muito difícil que pareça de o alcançar, por muito cansativo que seja ouvir 'não', por muito frustrante que seja tentar e tentar, nunca, mas nunca desisto. Pode não estar no topo das minhas prioridades, posso até deixar passar algumas oportunidades pequenas e ter mesmo de dizer que 'não' se isso não se enquadrar no que eu preciso agora, mas nunca deixo de lutar por um lugar ao sol.

      Reestruturar os sonhos e as prioridades, é algo que vou fazendo quando vejo que não consigo alcançar alguma coisa. Paro, penso e volto a redefinir as minhas prioridades. Acredito que se as coisas não correram como desejava é por algum motivo maior, posso não saber porquê, mas acredito que há alguma razão mais profunda para isso e aceito-o. Isto foi algo que apenas fui adquirindo com a maturidade, com as dificuldades da vida e deixei de procurar um porquê para tudo (ainda há dias falava disso aqui no blog).

       Não fico 'cega' por um único objectivo. A vida é feita de sonhos, mas não vivo para apenas um. É impossível viver apenas para um único sonho, seria mais fácil para focar, mas a frustração da sua não concretização seria muito maior. Acredito que é importante termos sonhos, lutarmos por eles, mas não nos podemos apenas focar numa área. É mais fácil lidar com tudo quando temos vários desejos, várias coisas. Quando um não dá, volta-se a organizar tudo e volta-se à luta.

       Aprendi a aceitar as oportunidades que a vida me dá, medindo-as, ponderando-as, mas aceitando a vida como é. Pode não ser aquilo com que imaginei, pode até não ser a melhor coisa do mundo, mas sei que com isso posso sempre adquirir novas aprendizagens, novas capacidades e crescer. Não só aumentou a minha capacidade de resiliência, luta e ponderação, como também me permitiu colocar em prioridade outros sonhos que estavam em 'stand-by'. A vida nem sempre é justa, mas a verdade é que precisamos de aprender a aceitar o que ela nos dá. Nunca nos desligando do que queremos, de quem somos e porque estamos aqui, mas aceitando isso.

       Aceitar o que a vida nos dá, só nos permite avançar. E quem sabe mais lá para a frente as coisas não voltem a mudar?

 

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