Minimalismo, um estilo de vida
A começar os preparos de uma nova vida começo a aperceber-me do quanto quero ter um estilo de vida minimalista. Tenho lido bastantes bloggers que descrevem a sua experiência como minimalistas, tenho aprendido algumas dicas, mas também tenho compreendido que há opções que (pelo menos para já) não são para mim. Pelo que vou lendo, aqui e ali, ser-se minimalista não tem regras propriamente definidas, não existe um guia que diga que só depois de atingirmos o 13º degrau é que somos intitulados de minimalistas, mas tenho aprendido que cada um vai adaptando-se a este estilo de vida conforme as suas necessidades pessoais. Nos últimos tempos tenho pensado imenso no assunto e tenho tentado perceber onde posso melhorar, que características já tenho e aquelas que preciso mesmo de adquirir.
O minimalisto não nos obriga a despojar de tudo o que é material. Nem sequer nos obriga a termos só X itens para sermos feliz. O que o minimalismo me tem ensinado é que podemos ser felizes só com aquilo que realmente precisamos, que não precisamos de tudo o que a sociedade moderna nos tem implementado e que não precisamos de viver atolados de coisas, apenas o necessário para o nosso conforto. Sem me aperceber, dou por mim a pensar no que tenho no meu quarto, nos meus armários e que poderia fazer desaparecer da minha vida sem me importar minimamente. Dou por mim a pensar no que faço questão de levar para a minha nova vida e é quando me apercebo que ainda há muita coisa que enche o espaço, mas não me enche por dentro. Talvez já não seja tanto assim, pois de tempos a tempos obrigo-me a dar uma reviravolta em tudo o que é material e a deitar fora ou a dar a quem precisa, mas ainda assim há umas tantas coisas que simplesmente estão lá por educação.
Nesta fase da vida, em que começamos a pensar nos móveis, na cozinha e na arrumação, depois de ler alguns blogs, tenho mudado a minha ideia inicial de como quero a minha casa. Cada vez que agora a imagino quero mais simples, mais limpa e com menos tralha. Imagino-a em tons claros e tranquilos, com superfícies lisas e com poucos móveis. Imagino a mesa e as cadeiras ao pé do balcão da cozinha e ao lado um sofá com lounge e apenas um móvel para a televisão. Não consigo imaginar as paredes vazias, mas nelas quero escrever a nossa história, as nossas fotografias, as nossas viagens e nada mais que isso. Simplesmente quero que a nossa casa seja um reflexo de nós e não um conjunto de itens da moda que a vão adornar. E nisto se baseia o minimalismo, 'less is more', não nos obriga a despojar dos bens materiais, mas a manter aqueles que nos fazem falta e que nos fazem felizes. Para mim as memórias boas fazem-me feliz e é isso que quero que a nossa casa mostre.
Mas o minimalismo não é apenas uma questão de organização e decoração de casa (que para mim me parece ser uma das bases do minimalismo), mas também uma questão de prioridades. Foi ao ler Simply + Fiercely que me apercebi que se calhar tenho de redefinir prioridades. Ao contrário dela não me imagino sem um empréstimo para conseguir a minha casa de sonho, nem me imagino sequer a andar de emprego em emprego temporário, mas imagino-me a ter um estilo de vida mais leve, mais prático que me deixe espaço para ser feliz. Aliás, compreendi ao lê-la que o tenho feito no último ano, obrigando-me a parar e respirar, obrigando-me a ir à ioga e à piscina e até a desligar-me dos problemas e do trabalho. Não foi apenas a deixar de comprar coisas de que não preciso, nem a comprar menos roupa ou até a reorganizar a casa, mas sim a deixar no meu dia um momento para mim mesma. Altura em que raramente pego no computador, em que raramente ligo ao que está a dar na televisão e simplesmente respiro e dedico-me a um livro. A simplicidade e praticabilidade da casa irão simplesmente ajudar-me a encontrar o tempo para mim que tanto preciso.
Existem alguns passos que sugerem a quem quer dar os primeiros passos no minimalismo, eu sem saber já os tinha seguido, comprar roupa em substituição de outra, não guardar o que não uso e afins, mas há muitos outros passos que se podem dar e nos quais me quero começar a empenhar. No fundo o minimalismo tem apenas um objectivo: ser-se feliz com menos.
Que comece a minha aventura para uma vida minimalista!