(Imagem retirada daqui)
Há livros que nos acolhem, que nos reconfortam a alma, que nos fazem acreditar que há sempre uma solução e explicação para tudo. E 'Enquanto houver estrelas no céu' é um desses livros, que me recebeu nas suas páginas e que me fez realmente enrolar na manta e devorá-lo, saboreando cada pedacinho da sua história e quase sentindo o seu cheiro em cada página. É sem dúvida um bom livro para a alma e muito acolhedor.
Rose está internada numa instituição devido à idade avançada e à doença de Alzheimer, a sua neta Hope toma agora conta da pastelaria depois da mãe Josephine ter falecido e com a ajuda da sua filha Annie, uma adolescente na idade do 'odeio-te', mantém os bolos tradicionais na montra. O que as três gerações têm em comum? Um coração frio, que vem com uma história mais longínqua do que Hope alguma vez poderia esperar. É quando Rose pede para que a neta vá a Paris saber sobre o que aconteceu a algumas pessoas que foram apanhadas pelo Holocausto, que Hope descobre a verdadeira história da sua avó e das suas raízes. É nessa viagem a Paris que Hope descobre uma história de amor, que jamais achou possível de acontecer, e que aos bocadinhos vai conhecendo a avó que sempre lhe contara histórias de príncipes encantados. É a viagem ao passado que faz compreender o passado e que faz criar novos caminhos para um futuro mais risonho.
Mais que um livro sobre um amor perdido, sobre os horrores do Holocausto, é um livro sobre esperança. É um livro que nos transmite tanta esperança, sobre o verdadeiro amor, sobre a vida, sobre a espera eterna por alguém, que é impossível não sentirmos o coração aconchegado. Em cada paragem deste livro, inevitavelmente, sorria. Sorria porque sabia que tudo se iria resolver, sorria porque me apercebia de que o amor verdadeiro existe e sorria porque me apercebi que não é preciso sermos mulheres sempre fortes, sempre independentes. Em cada paragem, senti o coração aconchegado, reconfortado com a esperança de que tudo na vida tem solução.
Um livro absolutamente delicioso! A crónicas de um café mal tirado tinha toda a razão, adorei mesmo o livro!
"- Sim - disse por fim Rose. - Sim. Existe um Deus, que vive no céu e nos ouve a todos. Acontece é que, aqui na Terra, não sabemos como acreditar n'Ele. Mas que importância tem isso se todos acreditamos que Ele está lá?"