Materialistic World
Ontem inscrevi-me no site pinterest e como não tinha adicionado ninguém conhecido fui ver o top das páginas com mais seguidores, quando vi o resultado fiquei mais do que surpreendida. Mais de 95% da enorme lista de páginas (uma lista quase sem fim) com maior número de seguidores dizia respeito a unicamente à moda. O que fica melhor com o quê, o que está mais em voga, que botas ficam melhores com um vestido cinzento, que tipo de verniz é mais bonito e até qual a cor do cabelo para este Inverno. Fiquei realmente surpreendida! Gosto de moda, mas tenho plena consciência que sou a pessoa mais desligada da moda que pode andar por estes lados, não só porque não é uma das minhas áreas preferidas mas também porque não gosto de andar a ver e coscuvilhar algo que não tenho dinheiro para comprar (a última peça de roupa que comprei foi uma t-shirt de 3euros em Maio), apesar de às vezes cair na tentação ao olhar para alguns blogs e ver coisas tão giras. Mas fiquei mesmo surpreendida. Não encontrei no top, páginas de livros, músicas ou filmes, mas sim moda. Sei que hoje em dia a imagem é muito importante na sociedade, sei que toda a gente quer estar na moda, seja com a última tendência de roupa ou até de telemóvel, mas começo a ficar preocupada pois vejo as prioridades mudarem. No outro dia falava com uma grande amiga sobre as grandes dificuldades financeiras por que ela e a família estavam a passar, mas a prioridade dela naquele momento era colocar unhas de gel, já para não falar que todas as semanas tem uma peça de roupa nova. Como é possível optar-se pela imagem quando se está a perder tudo? Será que hoje, mais do que nunca, vivemos num mundo materialista? Onde é mais importante ter o cabelo pintado e as unhas de gel do que ter comida na mesa e um tecto para dormir? Não falo só por ela, é claro, falo pelas imensas pessoas que conheço com histórias parecidas e pessoas que passam na rua e que até falam na televisão das suas dificuldades, mas que depois têm um iPhone ou o cabelo cor-de-rosa. Acho que estamos a cair no extremo, a dar demasiado valor à imagem e àquilo que vestimos em vez de olharmos em volta, e até mesmo para nós, e ver que a comida já começa a faltar nas mesas de muita gente.