08
Ago12
À procura do mercador de areia
(Imagem de Just Smile)
Estas férias não têm corrido da melhor forma, estou constipada há imenso tempo e até me doiem os poucos neurónios devido à falta de oxigénio. Nem vontade me dá para sair, até porque se dou três passos seguidos a respirar pela boca (visto o nariz estar completamente tapado) acho que sou capaz de desmaiar. Então tenho passado os dias por casa, a arrumar pequenas coisas que já deviam ter sido arrumadas há imenso tempo, tenho feito bolinhos para me deliciar com coisas doces mais saudáveis do que bolachas e até tenho cozinhado todas as refeições, porque a minha mãezinha ainda não entrou de férias.
Hoje numa das minhas arrumações encontrei um livro que guardo com muito carinho, tem cerca de 13 anos na minha mão e lembro-me muito bem de quem mo deu e no momento em que mo ofereceu. Tinha aprendido a ler há cerca de um ano e o meu irmão tinha ido para universidade nessa mesma altura. Eu e ele sempre fomos muito ligados e lembro-me perfeitamente de vez em quando ele me trazer um livro ao fim de semana. Foi nessa altura que comecei a apaixonar-me pelos livros, nos aniversários recebia livros, nas festas de natal e por aí adiante. Mas este livro marcou-me de uma forma especial, as ilustrações eram diferentes da que estava habituada para a idade e só por aí chamou-me à atenção. Mas teve outra coisa à qual não estava habituada, por mais vezes que lesse o livro, não conseguia compreender a essência, ao que o meu irmão respondia que quando crescesse viria a compreender. Hoje peguei no livro com um carinho acrescido, foi o primeiro livro que me levou à paixão da leitura, foi o meu irmão que mo ofereceu, e hoje, hoje consegui compreender que o mercador de areia é uma espécie de Deus que controla os sonos e sonhos das pessoas :)