justsmile

(Imagem de Just Smile)

Este último dia de Agosto não me é muito atractivo, não gosto muito da data nem do dia, traz demasiados sentimentos à flor da pele e pensamentos que não gosto de ter em mim. Tal como esta flor, os momentos vividos em Agosto são coisa de uma só vez por ano, surgem num momento único que em qualquer outra altura do ano não se podem sentir. O fim de Agosto traz me tristeza, pouca ansiedade pelo regresso à rotina e pouquíssima vontade de viver os problemas. É verdade que este ano será totalmente diferente, é verdade que o que mais anseio é saber o meu primeiro local de estágio, mas tudo o que vem com isso não me traz nada bons sentimentos. Queria sempre poder dormir e descansar como tenho feito nos últimos tempos, não estar preocupada com horas e horários, com tarefas que têm de ser feitas de hoje para amanhã. Adorava viver assim descansada para sempre. O que poderia mesmo acontecer era amanhã recomeçar o mês de Agosto, com o calorzinho agradável que se vai fazer sentir e com as jantaradas de família do costume.

Mas lá virá Setembro, sem eu nada querer, como se costuma dizer 'Lá terá que ser.'. O melhor mesmo é aproveitar enquanto posso, pois quando der por ela já estou eu a vestir a minha farda de trabalho todos os dias da semana.

(Imagem retirada da Internet)

'Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei', um livro da autoria de Paulo Coelho. Encontrei-o perdido numa caixa de livros que arrumava no outro dia. Confesso que não é dos meus escritores preferidos, demasiado romântico e com pouca acção, não é bem o meu estilo de escrita. Mas já li alguns livros deles, '11 minutos', 'Verónica Decide Morrer' e este que seleccionei para vos falar. Apesar de não adorar assim muito este autor, adorei este livro e até o li duas vezes em épocas distintas. Em ambas as vezes li o livro num dia, de uma só vez li todas aquelas palavras, contudo na primeira vez a história parecia me estranha, confusão e sem ter um grande fio condutor. Na altura não deveria ter mais de 13 anos. Como poderia eu compreender uma luta entre o amor, a religião e a vocação humana com uns 13 anos tão fresquinhos? Aos 18 anos voltei a ler o livro, queria compreende-lo e perceber a sua essencia, foi então que o compreendi, que compreendi toda a batalha interior que se desenrolava entre as duas personagens principais, compreendi a fé que uma pessoa consegue ter em Deus, ainda mais o amor que alguém tem para conseguir libertar o outro. Foi um livro que me marcou, pelas palavras, pelo amor, mas principalmente pela fé que foi transmitida ao longo do livro. A imagem transmitida sobre a Virgem Maria foi algo que adorei e que para mim, católica (uma estranha católica e com uma visão diferente da religião), me mostrou que Deus está no coração de cada um como cada um o quer ver e não como todos o querem dar a ver.

Um bom livro com uma bela e emocionante história de amor.

(Imagem retirada da Internet)

A polémica que anda em volta da RTP1 e da RTP2 tem sido muita e são bem visíveis, por estes lados virtuais, as várias opiniões de quem acompanha estes dois canais televisivos. Não sou dada a programas televisivos da tarde em que são dados testemunhos sobre a vida de toda a gente, nem dada a novelas pelas mais variadas razões (como aqui já foi abordado), não gosto de piadas fáceis, nem de reality shows. Gosto de filmes europeus, de séries televisivas, de documentários históricos e de desenhos animados que não envolvam muita violência. Estes programas, na actual televisão portuguesa, só são observáveis na RTP2 e por isso, com grande tristeza minha, ouvi a notícia de que este canal, tão cheio de cultura e com tantos programas educativos, vai fechar. Acaba-se assim a oportunidade de virem gerações em que não sejam vistas telenovelas, programas de comédia fácil e de reality shows que não interessam a ninguém e que nada ensinam (sem querer ofender quem gosta deste tipo de programa). Acaba-se com a RTP2 a esperança de num futuro as pessoas terem mais cidadania, mais conhecimento geral e mais educação. A realidade, é que quem não tem canais pagos será agora obrigado a ver a competição directa entre a TVI e a SIC, qual tem o melhor programa da manhã, qual tem o melhor programa da tarde, qual o reality shows que terá mais audiências ao domingo à noite, quais serão as novelas mais vistas e qual o programa que dá mais dinheiro. Já para não falar que com a privatização da RTP1, a esperança dela não seguir o caminho dos canais da concorrência é muito reduzido. 

Cresci com a RTP2, que já foi 2: e que passou novamente a RTP2. Foi com ela que apanhei o gosto pelas séries que dão diariamente às 22h35, foi com ela que aprendi como os tubarões vivem, com ela aprendi a gostar de cinema português e de muitos filmes europeus (pelos quais tinha um grande pré-conceito antes de ver). Foi a RTP2 que me ensinou que o mundo é muito mais que telenovelas, que os desenhos animados não precisam de ser violentos mas sim educativos, que programas em que a ignorância é uma praga da sociedade (ou será a falta de ignorância a praga?), mas também que afinal ainda havia esperança para um dia haver uma sociedade melhor.

À RTP2 um enorme obrigado por me ter ajudado a crescer e tornar-me numa melhor pessoa.