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justsmile

03
Mai10

De preto a rigor

(Imagem de Just Smile)

 

Este foi um longo fim de semana, com muitas histórias para contar, com muitas fotografias para eternizar o momento, com muitas dores de pés e também com muitas sensações nunca antes sentidas. As noites foram longas e cansativas, o frio não foi sentido e apenas o calor me deixou com uma sensação estranha pelo corpo. As dores de mãos, de joelhos, de costas e dos pés foram esquecidas apenas por me aperceber que tudo pelo que estava a passar era um sonho agora concretizado. Só por quem aqui passa é que sabe o gosto doce que é vestir o preto, só por quem ele lutou é que se apercebe o que passamos para o ter. Na sexta feira à noite foi o meu julgamento, uma noite que começou cedo e que tarde terminou, vi o sol nascer e saí de lá com as mãos e os joelhos quase esfolados. Não me alargarei em pormenores pois não quero que quem me leia saiba o que um dia pode vir a passar, pois eu acho que a sensação de desconhecido é o que transforma a noite do juizo final, numa noite mágica e com aquele nervozinho no estômago. Às 8h30 da manhã já estava, finalmente, na minha cama. Poucas horas passaram até me levantar para o almoço, mas tudo daquela noite valeu apena. O frio, as dores musculares, tudo valeu apena para apenas se dizer, PERTENÇO À ESTSP! O sábado foi também um longo dia, também uma longa noite, mas foi o dia em que me senti crescida, vesti o preto, vesti o que já à muitos anos sonhava, senti-me 'gente'! Como manda a tradição, o jantar da Serenata começou ao contrário, primeiro a sobremesa, depois o café, depois o prato principal e por fim os aperitivos. Um jantar cheio de música, saltos e muita diversão. Veio então a monumental Serenata. Um momento que trouxe as lágrimas aos olhos quando a minha madrinha traçou a capa e ainda mais quando pude abraçar os meus pais e dizer 'Já está, já cheguei aqui'. Desci então a Cordoaria, o meu pai com os sapatos na mão e eu descalça a sentir as pedras da calçada, abraça a eles senti-me realizada, e o sorriso da minha mãe disse mais que mil palavras. E a minha noite terminou ali, o cansaço foi mais forte e rendi-me à minha cama e aos meus lençois. Mas o domingo surgiu, mais do que o dia da mãe era o dia da entrega das insignias do ano 2009+1. Uma longa tarde me esperou que acabou por se estender até à noite, os meus pés já não aguentavam os sapatos novos de pele e o melhor mesmo era andar descalça, a pesada capa negra começou-me a pesar nos ombros, mas eu estava ali e aguentei assim o dia inteiro. Mais uma tradição para recordar, mais um dia que ficou na memória, apenas porque o preto me acentou na pele pela primeira vez. E agora digo, quase no final de um ano de caloira, valeu tudo apena!

 

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