justsmile

(Imagem retirada da Internet)

Após ler o artigo 'Fotografamos muito e lembramo-nos de muito pouco' senti que alguém compreendia a visão sobre as câmaras fotográficas, os momentos e a maioria das pessoas da actualidade. Aqui há uns tempos escrevi sobre isso mesmo, as redes sociais e as tecnologias e como isso acaba por interferir na nossa vida. O artigo fala de uma psicóloga que andou a estudar isso mesmo, mas direccionado para a necessidade de fotografar. Hoje em dia não há ninguém que não tenha à mão uma câmara fotográfica e fotografa-se de tudo, comida ainda a cozinhar, a comida já cozinhada, o prato já vazio e a louça já acumulada. Fotografa-se o antes do concerto, o durante o concerto e no fim do concerto. Fotografa-se o canto da casa sem a árvore de natal, com a árvore de natal e com os presentes debaixo da árvore. Fotografa-se tudo e mais alguma coisa, mas a verdade é que acabamos por nos esquecermos de viver o momento. Esquecemo-nos de saborear as experiências já com o medo de as virmos a esquecer se não as fotografarmos, e com estes receios esquecemo-nos de viver e guardar na memória sentimentos e emoções que jamais poderão ser fotografados. Eu adoro fotografia, não me interpretem mal, mas acho que hoje em dia o valor que se dá à câmara fotográfica é maior do que se dá ao momento vivido e até à própria fotografia que ficará eternizada. Gosto de guardar memórias e eternizá-las, mas o que gosto mesmo é de as viver e depois conseguir recontá-las.