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justsmile

11
Out12

Um dia deixarei o ninho

(Imagem retirada da Internet)

 

Lá virá o dia em que terei de deixar as saias da mãe, sair debaixo da sua asa e criar o meu próprio destino. Esta ideia surgiu-me esta semana, acho que surgiu mais à minha mãe que a mim, as palavras proferidas por eram foram precisas, límpidas, mas ligeiramente dolorosas "Um dia que saias desta casa, não sei o que vai ser de nós." Admito que sou uma menina da mamã, a minha mãe é a minha melhor amiga, é a pessoa a quem conto tudo, mas tudo mesmo! É a pessoa que diz "Eu tenho orgulho em ti!", não que o meu pai não o diga, não que os meus irmãos não o digam, porque dizem, mas é a minha mãe que mais acolhe as minhas lágrimas e é nesse momento que mais preciso de ouvir essas palavras. Adoro abraçá-la e enchê-la de beijinhos, adoro cuidar dela e sugerir que brincos ou sapatos ficam melhor com aquela roupa e não compro roupa com a aprovação de mais ninguém a não ser a da minha mãe. Os últimos anos uniram-nos muito, a grande diferença de idade entre mim e os meus irmãos (10 e 13 anos de diferença) fez com que a 'caçolinha' ficasse agora em casa a "manter a juventude dos pais", como diz o meu irmão. E a ideia de partir, de deixar os meus pais sozinhos, de a minha mãe não ter a quem contar as coisas que o meu pai não quer ouvir no final de um dia, deixa-me magoada. Mais que nunca esta semana pensei muito nisso, não que o dissesse à minha mãe, porque já sei que ela iria andar a pensar nisso mais que eu. Mas com o fim do curso a aproximar-se a minha mãe comecei a ter o receio de me ver partir, mas até eu tenho esse receio, nem sei quem receia mais, se eu ou ela! A inevitabilidade de um dia vir a sair de casa quebra-me o coração, com quem irá a minha mãe às compras do mês? Quem vai andar em cima das promoções e descontos? Quem a ajudará a limpar a casa? Quem fará o jantar ou arrumará a cozinha quando ela não tiver tempo? Apesar dos 21 anos, já há uns anos que sou o pilar da casa, já há uns anos que tomei grandes responsabilidades por esta família e já há uns anos que "tomo conta" da minha mãe. Enquanto a minha mãe tem alguns receios eu tenho muitos mais, mas o principal é o bem estar dela porque sei que, como ela é a minha melhor amiga, eu sou a dela. 

Mas enquanto a minha mãe acredita na inevitabilidade de um dia vir a abandonar este ninho, o meu pai tem a ideia que restaurando o andar de cima da minha casa eu posso cá iniciar a minha vida a dois. Nunca o contrariei nessa ideia, mas não é do meu agrado e a minha mãe apoia-me e compreende completamente o porquê de não gostar muito da ideia de iniciar a minha vida debaixo do tecto dos meus pais. Gostava de não abandonar os meus pais e tê-los sempre debaixo de olho, vivendo perto deles, mas não assim tão perto.

Apesar de saber que um dia vou sentir a dor de partir, até lá tento não pensar nisso (apesar de a minha mãe andar com muitos 'macaquinhos' no sotão) e prefiro enchê-la de miminhos até que esse dia chegue.

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